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Livro com escritos inéditos de Max Martins é lançado nesta sexta-feira pela Editora da UFPA

'Say it (over and over again)' completa a coleção que reedita a poesia completa do autor paraense, com um total de 11 títulos

Lucas Costa
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“Say it (over and over again)”: é este o título do poema nunca publicado pelo paraense Max Martins, que ganha agora um novo significado dentro de sua grandiosa obra. A coleção Max Martins Poesia Completa, da Editora da Universidade Federal do Pará, tem seu último título lançado nesta sexta-feira, 17, em uma cerimônia no Museu da UFPA, às 17h (Av. Gov. José Malcher, 1192 - Nazaré). Na ocasião, o público poderá adquirir o título pelo valor de R$ 45,50.

O livro encerra os trabalhos de reedição da poesia completa do poeta, planejada em onze volumes, com organização e projeto gráfico de Age de Carvalho. Amigo de Max, Age também assina prefácio e notas do último livro. Em “Say it (over and over again)”, os leitores encontrarão, além da poesia inédita de Max Martins, também aquela publicada esparsamente em jornais e revistas, junto a fragmentos extraídos de diversas fontes, a maior parte do acervo do poeta, adquirido pela Universidade Federal do Pará em 2010 e conservado no Museu da UFPA.

Logo na apresentação do livro, Age de Carvalho conta sobre o processo de pesquisa. “Foram pesquisados 58 cadernos de poesia (em diversos formatos e número de páginas) e 43 diários e agendas (idem), oriundos do acervo da UFPA e do meu arquivo particular; toda a longa correspondência que mantivemos durante 24 anos (1980– –2004); recortes de jornais, áudio de entrevistas (entre elas, o longo depoimento que concedeu ao Museu da Imagem e do Som/Pará, em 1996) e papéis avulsos, não organizados e por vezes de difícil datação, recolhidos em pastas formato A4”, escreve Age.

image Capa de 'Say it (over and over again)', livro inédito de Max Martins (Acervo da Editora da UFPA)

“Say it (over and over again)” também apresenta alguns manuscritos originais do poeta em fac-símiles, e tem posfácio assinado por Benedito Nunes. Para O Liberal, Age de Carvalho, falou sobre a grandiosidade da obra de Max, e como estas novas histórias devem chegar ao público.

"Com este ‘Say it (over and over again)’, reunindo a poesia inédita e aquela publicada esparsamente em jornais e revistas, além de vários fragmentos, encerra-se a reedição da poesia completa de Max Martins pela ed.ufpa, por mim organizada e iniciada em 2015. Trata-se do décimo primeiro volume da coleção, em sua primeira edição, e o único livro que o autor não pôde ver em vida. Creio ser este o grande lançamento de poesia deste ano de 2021, livro opulento de quase 300 páginas com um Max nunca lido, por vezes sequer imaginado: um presente aos admiradores de sempre do poeta e àqueles que chegam agora para a grande viagem através de sua obra, agora completa com esse último volume. Max foi grande e está mais presente que nunca. Poesia é aventura”, avalia Age de Carvalho.

No prefácio do livro, Age de Carvalho revela ainda uma curiosidade aos leitores: ele conta que em conversa ao telefone, em 2003, Max lhe falara do plano de um último poema, que teria o título “Say it (over and over again)”, retirado de uma composição de John Coltrane, do disco “Ballads”, presente do amigo José Edison Ferreira, a quem o livro é dedicado.

Um gigante revisitado

image Coleção Max Martins Poesia Completa, da Editora da Universidade Federal do Pará (Acervo da Editora da UFPA)

O projeto de reedição da obra de Max Martins foi iniciado em 2015 com a publicação de três volumes: “O estranho”, “Colmando a Lacuna”, e “Caminho de Marahu”. Em 2016 foi a vez de “H'Era”, “O Risco Subscrito”, “A Fala entre Parêntesis” (com Age de Carvalho) e “Para ter Onde Ir”. Em 2018, mais três volumes foram publicados: “Anti-Retrato, 60/35” e “Marahu Poemas”. Esta é a primeira vez que os livros de Max Martins ganham reedições em volumes independentes. São edições de luxo, com capa dura revestida em linho, junto a sobrecapa com fotos de Béla Borsoi. 

Max Martins nasceu em 20 de junho de 1926, em Belém do Pará. Foi companheiro de geração de nomes como Benedito Nunes, Mário Faustino, Haroldo Maranhão, Alonso Rocha, Jurandyr Bezerra, Francisco Paulo Mendes e Ruy Barata. Seus primeiros textos foram publicados em jornais e suplementos literários. Foram alguns destes poemas que viriam a integrar o seu livro de estreia, “O estranho” (1952).

Ao longo da carreira, que teve publicação intensa na década 1980, Max recebeu uma série de prêmios e também fez intercâmbios em alguns países - traduzidos em seus escritos. O autor faleceu em 9 de fevereiro de 2009, em Belém, aos 82 anos.

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