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‘Mulheres Tambor’: Grupo Tambúru estreia com álbum nas plataformas digitais; saiba mais

O álbum possui cinco canções e tem participações especiais, incluindo Inesita e Juliana Silva

Amanda Martins

Os sons dos batuques de vários ritmos brasileiros, como, por exemplo, o lundu, curimbó, xote, vaqueiro, fazem parte do álbum 'Mulheres Tambor', a estreia do grupo feminino de percussão Tambúru, que chega às plataformas na próxima sexta-feira, 24. A partir das 12h, o público pode conferir as cinco canções produzidas pelas 22 percussionistas que compõem o coletivo. O álbum, que tem participações de musicistas reconhecidos no cenário paraense, é fruto do Edital Paulo Gustavo, promovido pelo Ministério da Cultura e executado no Pará pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

As faixas do álbum, "Tambúru", "Recanto dos Tambores", "Mulheres Tambor", "Tome Xote" e "Vaqueiras do Marajó", são resultados de estudos conduzidos pelo professor e coordenador do grupo, Rafael Barros, em colaboração com as percussionistas do grupo.

Segundo Rafael, o projeto explora os ritmos brasileiros, dando destaque para a riqueza musical da Amazônia. A inspiração para as composições nasceram de oficinas online que ele desenvolveu com as percussionistas. 

"Juntamos também outras ideias e instrumentos, pois além dos tambores, vimos a necessidade de usar maracas, agogôs de ouriço de Castanha-do-Pará, e, pandeiro, dando rica possibilidade rítmica. Também construímos alguns instrumentos como efeito sonoros de tampas pet e vassourinhas. É um trabalho coletivo", explicou o coordenador. 

Barros ressaltou que a maioria das integrantes do Tambúru são paraenses, com apenas uma exceção, uma percussionista mineira. A diversidade de batuques e sons criados por estas mulheres nos ensaios resultou em uma variedade de instrumentos.

Sobre a construção musical do álbum, Rafael contou que a brasilidade presente no projeto, abrange do carimbó ao baião, mas sem deixar os rios e encantados amazônicos de fora, incluindo os sons das florestas. 

"São as mãos de 22 mulheres sobre tambores, maracas, pandeiros, reconectando essas cerimônias de tocar, cantar e encantar, que são as encantaria amazônicas em festa", acrescentou. 

O álbum também conta com a participação de musicistas como Ander Figueiredo (trompete), Melina Fôro (violão), Inesita (contrabaixo) e Juliana Silva com o pandeiro na música “Tome Xote”.

Expectativa 

A professora, arqueóloga e uma das percussionistas do Tambúru, Marcelle Rolim, afirmou que está com boas expectativas para o lançamento do projeto. Pela primeira vez, elas poderão fazer com que suas vozes e instrumentos cheguem a um público maior. 

"A gente acha que gravar esse álbum vai ampliar os horizontes do grupo, a gente vai poder mostrar nossa música, nosso trabalho para outras pessoas, para vários públicos", afirmou.

Marcelle compartilhou que o álbum é fruto de um processo longo de dedicação das percussionistas e Rafael. "Não foi um momento que a gente parou, vamos produzir, vamos fazer assim. Não, a gente já vem construindo isso há um bom tempo", explicou.

Representatividade feminina

O Tambúru é um grupo de percussão formado por mulheres que têm perfis bem diversos. Quando a professora de artes Eugênia Lobato entrou no coletivo, não imaginavam que iria encontrar tantas outras companheiras. Para ela, o lançamento será bem aceito pelo público. “Tenho certeza que as músicas têm um ritmo bastante agradável. Isso eu percebi nas nossas apresentações no teatro, que o povo levantava para dançar”, afirmou. 

No grupo, Eugênia toca caixa de marabaixo e tambúru -instrumento que deu nome ao coletivo -, mas também se arrisca no pandeiro e instrumentos de percussão quando é necessário. “Como fora do grupo sou professora de música e meus instrumentos de formação são o canto e violoncelo, então, quando precisamos agregar o canto, eu ajudo”, explicou. 

Questionada sobre a importância do grupo, a  engenheira química e analista ambiental, Carmen Rocha, enfatizou que as pessoas precisam a valorizar mais suas raízes e tradições. Ela observou que os instrumentos da região são, na maioria, elaborados de materiais naturais e recicláveis. “Isso também enrique o trabalho e reforça o nosso compromisso com a sustentabilidade e com as nossas origens, buscando dar visibilidade ao que é nosso”, declarou. 

Carmen reforçou que além da sonoridade e da mistura de ritmos e instrumentos, o grupo trabalha o empoderamento feminino e a busca de uma sonoridade própria, muito ancestral, segundo ela. 

“Os sons foram desenvolvidos com muito amor, muita dedicação, muita troca, trabalhar com um grupo só de mulheres não é nada fácil, considerando o dia- a -dia de cada uma. Mas acredito que o público vai conhecer um som muito envolvente e muito rico”, afirmou a engenheira química. 

Origem do grupo 

O grupo feminino de percussão Tambúru estuda a percussão brasileira com enfoque na percussão amazônica. Ele começou a ser formado no início de 2022, após um período de aulas online no ano anterior, ministradas pelo percussionista e compositor Rafael Barros. Entre as manifestações da cultura popular estudadas estão: lundu, xote bragantino, carimbó, marabaixo, ciranda, samba de roda, maculelê, são bento grande, baião, entre outras.

A estreia do grupo aconteceu em novembro de 2022, no Teatro Experimental Waldemar Henrique, e contou como convidadas as musicistas Anderlene Figueiredo (trompete) e Inesita (contra-baixo), que integram o espetáculo, além das participações especiais de Katarina Chaves, Maria Flor e Coro ECOS do Pará, regido pelo maestro Dyogo Maia. 

 

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