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Félix Robatto conta no 'Mangueirosamente' o prazer de fazer música na Amazônia

No bate-papo, o público confere histórias sobre a banda La Pupunha, projeto Lambateria e a nova iniciativa de Félix, o La Kombia

Eduardo Rocha

Em contraste com a velocidade da informação e outras conquistas tecnológicas, as distâncias geográficas, a fome, a miséria e as agressões ao meio ambiente, o que inclui a povos diversos fazem parte do cotidiano da Amazônia. Porém, esse cenário de dificuldades não impede a alegria e a esperança das pessoas que vivem na região, o que se traduz, por exemplo, na arte musical do compositor e músico Félix Robatto, 43 anos de idade e 30 de carreira. À frente do projeto cultural Lambateria e de shows que faz com a banda e convidados pelo Pará afora, Félix conversa com Ismaelino Pinto, no videocast “Mangueirosamente”, sobre a façanha de colocar todo mundo para dançar e se reanimar diante dos desafios amazônicos. O programa pode ser conferido nesta sexta-feira (11), a partir das 19h, em OLiberal.com. 

image Ismaelino Pinto recebe Félix Robatto para um bate-papo no 'Mangueirosamente' (Foto: Tarso Sarraf / O Liberal)

Com sua barba comprida e uma camisa estampada, Félix Robatto conta que iniciou a carreira no cenário de muitas bandas no bairro da Marambaia, em Belém, no começo dos anos 90. Ainda bem jovem, ele queria tocar bateria, mas viu que não ia dar por motivos financeiros, e, então, abraçou a percussão. 

Aos 13 anos, ingressou como percussionista na banda Nexus, de amigos do colégio, e eles tocavam música de baile: Legião Urbana, Pinduca, Luiz Gonzaga, Fruta Quente, Mastruz com Leite, Cher e por aí vai. Félix é percussionista e hoje toca guitarra. Da Nexus, ele seguiu tocando em outras bandas e fazendo outros trabalhos. Por volta dos 18 anos de idade, Félix começou a querer tocar guitarra e a compor.

Em 2000, ele ingressou na Universidade do Estado do Pará (Uepa), e, a partir de um projeto de pesquisa dele surgiu, então, a banda La Pupunha. O grupo inovou na sonoridade e também nas camisas floridas dos integrantes, o que virou marca e tendência. Mas, com as sucessivas viagens do grupo, Félix acabou largando as aulas no final do curso. Entretanto, fez vestibular em 2025, foi aprovado Agora, ele faz de novo o curso de Licenciatura em Música na mesma instituição. 

Foi nesse período que Félix passou a se ver como compositor. “Eu queria escrever uma música que a galera cantasse, mostrar a minha visão sobre a música regional”, destaca o compositor. Ele ficou seis anos no La Pupunha, que circulou muito por vários eventos musicais dentro e fora do Pará.

Quando o La Pupunha terminou, ele formou o grupo Félix e Los Caroços. Félix lembra que, quando montou esse projeto, o saudoso produtor musical Carlos Eduardo Miranda dava muitas dicas para o trabalho de Robatto e disse que iria produzir a cantora Gaby Amarantos (no começo da carreira) e gostaria que ele fosse guitarrista dela. Miranda disse que Félix ia produzir o disco. 

E assim, ele e Waldo Squash, da Gang do Eletro, produziram o “Treme”. “Foi uma experiência muito bacana, Cara! Foi um discão. A gente emplacou muita música, a ‘Ex-My Love’ na abertura de novela”, relembra. 

De barba e surfando na correnteza

Mas chegou um momento em que o músico mesmo se cobrou pelo trabalho autoral dele. E para formar público, ele teria de tocar em alguma festa. E, então, organizou uma festa no Templários, em um dia que não abria a casa, e, então, surgiu a Quintarrada - Quinta da Guitarrada. Com o sucesso gradativo, foi a hora de Félix Robatto e a esposa dele, a jornalista Sônia Ferro, e o sócio Zek criarem a Lambateria, atualmente funcionando às quintas na Casa Apoena, no bairro do Marco, como “uma festa de música paraense”, como ressalta o músico. E Lambateria virou festival na sexta-feira que antecede o Círio de Nazaré. O evento reúne atrações nacionais e internacionais e vai, agora, para seu oitavo ano.

Entre as novidades sucessivas na vida desse músico, está um projeto que tem a cara de Félix: usar um veículo Kombi para chegar até o público. “Fala-se da democratização da nossa música, de espetáculos, de shows. Mas, fazer um show em um ponto turístico, em locais em que dá uma galera de poder aquisitivo maior,  acaba não sendo tão democrático. Eu sempre pensei que bacana é levar aos locais, chegar nos locais, sem precisar a galera deixar o seu lar, o seu bairro, a sua comunidade”, diz.

“Então, a nossa ideia com essa Kombi era montar um mini-palco com uma estrutura pocket, com banda em formato reduzido, e chegar nos bairros e interagir com a comunidade, com artistas locais, com o pessoal que trabalha como boieiras, ambulantes, com pessoal que dá aula de dança, inclusive, para valorizar a dança. O nome do projeto é ‘La Kombia’”, detalha Félix. Muito mais sobre esse bate-papo do músico com o apresentador Ismaelino Pinto pode ser conferido em OLiberal.com.

  


 

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