Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes tem mostra de filmes temáticos
Mostra gratuita de cinema segue até o próximo domingo (17) no Palacete Faciola, sempre às 19h

A 26ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes tem mais uma vez uma programação paralela aberta e gratuita para a população de Belém com a Mostra de Cinema com a exibição de diversos filmes no auditório Eneida de Moraes, no Palacete Faciola, sempre às 19h. A programação organizada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) tem filmes que discutem etarismo, os direitos indígenas, a Amazônia, cultura e militância política. A programação segue até o próximo domingo, dia 17.
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O próximo filme a ser exibido é “Memórias de Militância” nesta quinta-feira (14). O filme mostra uma entrevista com Wladimir Pomar, paraense, escritor e militante político. Pomar foi preso durante a Ditadura Civil-Militar no sudeste, onde morava e atuava na clandestinidade na década de 1970. O evento contará com a presença de Milton Pomar, filho de Wladimir. Milton vai conversar com plateia sobre a obra e a carreira política de seu pai, que faleceu em junho.
Nesta sexta-feira (15), será exibido “O Boi Bumbá de Salvaterra e suas comunidades quilombolas” de direção de Guto Nunes. O documentário o Mestre Damasceno guia os espectadores até outros Mestres, Amos e Madrinhas de Bois-Bumbás de Salvaterra-Marajó, no Estado do Pará. O longa mostra todo o trabalho e revela que o Boi-bumbá marajoara é muito mais do que aparenta ser, sendo vinculado à própria história e identidade da população local.
Nos últimos dias a programação conta com dois títulos. No sábado (16), será a vez de “Amazônia, A Nova Minamata?” do premiado diretor Jorge Bodanzky. O mais novo documentário de Bodanzky acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje.
O último filme a ser exibido será “A Terra Negra dos Kawa” no domingo (17), do diretor Sérgio Andrade. O filme ficcional conta a história de um grupo de cientistas que faz escavações em terrenos no interior do Amazonas em busca de uma terra preta fértil, usada para fins agrícolas. Conforme se aproximam do sítio dos indígenas Kawa, notam que a terra adquire poderes energéticos e sensoriais.
“A mostra foi pensada relacionada às multivozes que estão presentes na Feira e dentro desse aspecto, pensamos em exibir longas-metragens nacionais”, conta a diretora do MIS, Indaiá Freire. “No dia 14 vamos fazer uma homenagem ao Wladimir Pomar, que é filho do Pedro Pomar, um dos fundadores do PCdoB, e Wladimir também foi um dos fundados do PT com uma passagem política importante durante a Ditadura Militar. O pai dele foi morto enquanto ele estava preso dentro de uma solitária. No debate vai estar o filho dele, Milton Pomar, e vamos discutir a situação da ditadura”, adiantou Indaiá.
Um dos colaboradores da curadoria junto com Indaiá foi o crítico Marco Antônio Moreira. “A ideia é a partir da Feira do Livro fazermos uma amostra do audiovisual com os temas que envolvam a feira e os livros também”, disse. “Há filmes que procuram trazer interpretações sobre a Amazônia, o que foi pensado para a Amazônia, e uma realidade sobre o que está acontecendo hoje na região”, destacou.
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