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Exposição 'Fé na Diversidade' celebra os 42 anos da Festa da Chiquita, no Centur

Mostra ocupa a Galera Benedito Nunes até o dia 26 de fevereiro

Lucas Costa
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A maior representação de diversidade dentro da festa da padroeira dos paraenses é tema da exposição que ocupa a Galeria Benedito Nunes (Centur), a partir desta sexta-feira (12). “Fé na Diversidade” celebra a história de um dos mais antigos e importantes eventos do orgulho LGBTQIA+ no Brasil, a Festa da Chiquita. A mostra tem coordenação do professor Dr. Ernani Chaves, e contará com vernissage on-line nesta sexta. A exposição fica aberta ao público a partir do sábado, 13, e segue até 26 de fevereiro.

Desde o título, “Fé na Diversidade” evoca a reunião entre os elementos tradicionais da procissão religiosa propriamente dita, e os eventos profanos que cercam a festa, herdados da tradição portuguesa; tudo ao mesmo tempo em que fazem ecoar a denominação dada ao Círio de Nazaré de “Carnaval Devoto”, pelo escritor paraense Dalcídio Jurandir, em seu livro “Belém do Grão-Pará” (1960).

O professor Ernani explica que o Círio sempre foi lugar de danças e apresentações artísticas, e dessa forma, fazia sentido dar o título de “Carnaval Devoto”.

“Dentre todas as Festas em torno do Círio, a Festa da Chiquita foi a que mais ganhou em importância e notoriedade. Existe mais de uma versão para a sua origem. Matéria publicada no jornal O Liberal, em 1989, dizia que ‘A Festa da Chiquita foi idealizada por um grupo de 11 assíduos frequentadores do Bar do Parque, ligados ao teatro, artes plásticas, música e arquitetura, em 1980, todos cansados da mesmice do Arraial de Nazaré’. Com o passar dos anos, a Festa foi crescendo e embora continue voltada ao público LGBTQI+, as mudanças ocorridas após a entrada no comando e direção artística da festa de Eloi Iglesias, tornaram a festa cada vez maior e atraindo um público cada vez maior”, diz Ernani.

A exposição reúne desde fotos e reportagens feitas ao longo do tempo sobre a festa, assim como figurinos usados por artistas na edições, e os tão famosos troféus entregues à personalidades anualmente. Eloi Iglesias, atual coordenador da Festa da Chiquita, explica que a exposição tem ainda momentos de interação, como vídeos e projeções. “É uma amostragem do que são os mais de 40 anos da festa”, diz Eloi.

“A gente sabe que a Festa da Chiquita, como era um evento apócrifo, a gente nunca se preocupou muito em ter um documento. Ela começa na década de 70, uma época de repressão, então era mais um movimento de libertação da ditadura. A partir de quando ela é tombada, em 2004, a gente começou a buscar a documentação”, relembra Eloi.

Com a festa reconhecida pelo Iphan, assim como pelo Estado e Município, Eloi diz que trata-se de um movimento de marcar território, um território de diversidade. “Os movimentos sociais acabaram ocupando um espaço na festa, mas é porque trata-se de um movimento de libertação, onde se discute a vida, os caminhos do Estado, do movimento. E a ideia com a exposição é trazer uma pequena amostragem nesse tempo”, justifica o artista.

A mostra segue aberta para visitação até o dia 26 de fevereiro, seguindo normas de segurança contra o coronavírus, com visitantes sempre usando máscaras de proteção.

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