Expectativa é que produção cultural do Pará volte com força em 2022

Um dos setores mais prejudicados pela pandemia busca retomar os prejuízos com grandes projetos e festivais

O Liberal

O setor cultural foi um dos mais afetados enquanto o mundo vivia sob as consequências do coronavírus. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, afirmou que os danos socioeconômicos causados pela pandemia geraram um atraso de várias décadas no mercado da cultura e das artes em todo o mundo. Agora que ocorre uma retomada gradativa e os eventos estão voltando, é importante falar sobre as perspectivas da produção para o próximo ano de um setor tão importante para a arte.
Segundo a produtora cultural e coordenadora do Amazônia DOC, Zienhe Castro, 2022 ainda será um ano desafiador. “O ano que passou foi muito difícil, chegar no encerramento com a perspectiva de um projeto garantido para ser realizado por meio da Lei Rouanet é a nossa maior conquista dos últimos dois anos. Mas a fé na força da cultura brasileira é mais forte, e está comprimida, como uma mola, nos últimos anos. 2022 vai ser o ano que essa força vai se libertar, vai falar alto e pra todos que somos um povo diverso, criativo e democrático, que estamos decididos a enfrentar séculos de preconceitos, de desigualdade social, e que a cultura pode agir como uma força civilizatória, uma manifestação de identidades, um vetor de construção social democrática”, afirmou.

Zienhe destacou ainda sobre os editais de fomento, os editais são a maneira mais democrática de acesso aos recursos para realização dos projetos culturais nas diversas linguagens. Ser contemplado pelo edital do Instituto Cultural Vale é uma conquista que nos valida como um projeto relevante no cenário cultural brasileiro. Também é importante ressaltar que é justo que as grandes empresas deem esse retorno social, entre outros, à comunidade, de apoio à cultura. Não podemos ser reduzidos a uma mercadoria, que se banca somente quando se vende, como um produto comercial. Muitos aspectos da cultura exigem de nós mais do que uma noite divertida, eles nos fazem refletir, e às vezes isso é um processo que exige de nós. Nem tudo na cultura pode se bancar comercialmente. É preciso investimento governamental e das empresas socialmente conscientes”.

Para o próximo ano, Zienhe garante que há novidades e produtos pendentes que vão ser lançados. “Temos dois filmes de ficção da produtora ZFilmes, um curta e um média-metragem inéditos finalizados em 2019 que deveriam ter sido lançados em 2020 e seguramos para lançar no cinema. Temos também alguns projetos como a 7ª edição do Festival Pan-Amazônico de Cinema, que temos esperança de finalizar e lançar até o final de 2022,  inclusive o longa documentário "Simplesmente Eneida", sobre a vida e obra da escritora Paraense Eneida de Moraes que está em produção há oito anos”, ressaltou.  

Outra produção cultural que pretende voltar com todas as forças em 2022 é o Festival “Se Rasgum”. Uma das idealizadoras do evento, Renée Chalu, espera grandes projetos para o próximo ano. “Ainda estamos nesse momento de retomada, principalmente com nossos grandes festivais como o ‘Se Rasgum’ e o ‘Sonido’. Nesses dois anos parados, ainda tivemos edições digitais e híbridas, mas agora estamos voltando com os eventos presenciais. O ‘Se Rasgum’ volta em janeiro com uma edição especial no Theatro da Paz e no Icuí Guajará através de um projeto em parceria com o Governo do Estado. Nós estamos com perspectivas excelentes para 2022, já temos vários projetos em andamento. O ‘Se Rasgum’ está com várias novidades, nós teremos mais de uma edição neste próximo ano com eventos no Rio de Janeiro e também no interior do Pará”, destacou a produtora.

Renée celebra grandes projetos já preparados para o próximo ano. “Estamos muito felizes de fechar o ano com a notícia do Festival Sonido - Música Instrumental & Experimental ter sido contemplado no edital do Instituto Cultural Vale. Começamos 2022 mais esperançosos. Precisamos de mais editais como esse que fortalecem e impulsionam a cultura produzida no nosso estado e na região amazônica, em toda a sua pluralidade e diversidade. Temos uma riqueza cultural única e com muito potencial econômico e turístico, esses investimentos serão de suma importância para a profissionalização do setor, gerando emprego e renda, além de visibilidade e interiorização das ações para além das capitais. Com o edital do Instituto Cultural Vale, o Sonido terá a sua primeira edição em Parauapebas, além da quinta edição em Belém”, destacou. 

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