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Listões 2024: Pinduca relembra criação da “Marchinha do Vestibular"

Clássico da música paraense foi criada em 1974 pelo professor Aluap de Lacran e pelo Rei do Carimbó

Vito Gemaque
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A cada ano é fácil ouvir pelos bairros de Belém, e também pelo Estado do Pará, uma música que inicia em ritmo de Carnaval com a letra “Alô, alô papai! Alô mamãe! Põe a vitrola pra tocar! Podem soltar foguetes que eu passei no vestibular!” na voz de Pinduca. Onde houver uma festa de um novo calouro ou caloura da Universidades do Estado do Pará (UEPA) ou da Federal do Pará (UFPA), a música “Marcha do Vestibular” de Pinduca e do professor Aluap de Lacran tocará com toda a certeza. O Rei do Carimbó lembra que esta composição fez um sucesso imediato ao ser divulgada. A gravação de 1974 se transformou em um clássico da música paraense.

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“Foi uma parceria com o professor Aluap de Lacran. Ele me trouxe a música eu vi que tinhas umas palavrinhas que precisavam ser mudadas. Tinha umas palavrinhas de brincadeira como ‘piroca’. Eu falei para ele se não era melhor eliminar da letra. Viemos em casa, eu e ele sentamos e trocamos algumas palavras. Ele concordou comigo e eu gravei. Eu gravei em São Paulo, quando foi lançado a partir daquele dia virou um hino dos alunos vestibulandos, dos calouros”, relembra.

Pelo que lembra o compositor, a música foi gravada pela banda de Pinduca composta na época por Mário Gonçalves (guitarrista), Bemol (pistonista), Pantoja (saxofonista), Dinaldo (guitarrista), Daní (contrabaixista) e João de apelido Gi (baterista). A música em ritmo de marchinha de Carnaval foi um sucesso que se expandiu para outros estados como o Piauí e até a Bolívia.

Pinduca chegou a fazer um show internacional na Bolívia por causa da música. “Fui numa cidade boliviana fazer show porque eles também tinham a tradição da vestibular como nós temos. Eu fui contratado para fazer o show do vestibular. Até hoje acho que o vestibular tem muito a ver com a música, e a música tem tudo a ver com o vestibular. Essa música continuar por muitos anos”, assegura o compositor.

Pinduca lembra que na época a música sobre vestibular que fazia sucesso era de Martinho da Vila com a música crítica “O Pequeno Burguês” que fala de um jovem que passa no Vestibular, mas não pode cursar porque a faculdade é particular e ele não possui dinheiro. Antes de divulgar a “Marcha do Vestibular”, o paraense encontrou com o sambista carioca e com a atriz e cantora Eliana Pittman, ele brincou dizendo que estava com uma música sobre vestibular que iria desbancar “O Pequeno Burguês”.

“Quem dominava nesse tempo era Martinho da Vila. A minha música tinha mais felicidade. A dele falava ‘eu passei no vestibular, mas a faculdade era particular’. Quem predominava era o Martinho da Vila. Na época que fui gravar essa música do vestibular, tivemos um encontro no Rio de Janeiro com o Martinho da Vila, a Eliana Pittiman e eu. Falei em tom de brincadeira, ‘eu estou gravando uma música que vai concorrer com a tua, ele achou graça”, lembra.

O Rei do Carimbó continua na ativa fazendo vários shows. Neste mês, Pinduca terá dois shows no Ceará, um em Fortaleza e outro em Reriutaba. E encerrará o Carnaval em São Miguel do Guamá.

Antes disso, a música do vestibular deverá tocar muito nestes próximos dois dias. Com 86 anos, Pinduca, que é morador do bairro do Guamá em Belém, provavelmente ficará em casa evitando se sujar, mas se resolver sair deve ser convidado a festejar os novos calouros e calouras por onde passar. “Eles me tratam como se eu fosse o calouro, como um deles que passou no vestibular. Quando estou a fim visto uma roupa que possa sujar mesmo, e quando eu paro é uma alegria, é uma festa. É aquela coisa jogam trigo, ovo. Participava direto. Hoje não gosto mais tanto de estar participar”, explica.

“O sentimento é de alegria e positivo. Isso é uma coisa que me é gratificante até hoje. Pessoas que se formaram, e hoje são doutores, me cumprimentam na rua. Quando chega essa época elas revivem tudo. Quando saio no dia do listão, sempre quando me encontram falam ‘olha está tocando a nossa música’, porque a pessoa lembra que estava tocando no vestibular dela. É algo que se revive na vida. Isso é muito gratificante”, declara.

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