Dia Mundial do Rock: cantor Paulo Ricardo fala sobre esse jeito de pensar o mundo
Ex-vocalista do RPM vai celebrar a cultura rock com um megashow em Belém no dia 14 de agosto, no Estádio Mangueirão

O rock faz parte do DNA do ser humano, como questionamento da sociedade em todos os sentidos, na busca por um mundo melhor. Um planeta sem tanta violência no cotidiano, sem guerras, fome e gente morrendo sem atendimento médico. E ele preza, em especial, pela liberdade de quem é mais importante na vida: as pessoas. Em
13 de julho, celebra-se no Brasil o Dia Mundial do Rock, em homenagem ao evento Live Aid, realizado em 13 de julho de 1985, e em referência ao desejo do cantor, compositor e músico inglês Phil Collins. Phil participou daquele momento e queria que aquele dia fosse lembrado com esse significado. Daí que essa celebração sempre mexe com muita gente de idades diversas. Afinal, o rock é curtido por gerações e se mantém jovem abrindo estradas a cada dia, como mostra o cantor, compositor e músico Paulo Ricardo (ex-RPM) que fará show em Belém no próximo dia 14 de agosto, no Mangueirão.
Em geral, o surgimento do rock é situado no final dos anos 1940 e começo da década de 1950, nos Estados Unidos. Suas raízes foram o blues, rhythm and blues, country e jazz. No entanto, o rock não se restringe a ser um gênero musical, mas, sim, apresenta-se como cultura, comportamento. Tanto que os primeiros artistas do gênero, como Chuck Berry, Bill Haley, Elvis Presley e outros, romperam com todo um tipo convencional de performance no palco, inovaram na maneira de tocar os instrumentos musicais, enfim, na maneira de ser. E isso prossegue por décadas afora, porque o rock foca na renovação, ou seja, não aceita de pronto o estabelecido.
Outros exemplos do questionamento social a partir do rock são identificados em artistas como The Beatles, The Rolling Stones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Bob Dylan, Joan Baez, The Doors, The Who, Raul Seixas, Rita Lee, Led Zeppelin, Rush, Pink Floyd, Yes, Queen, Judas Priest, Neil Young, Deep Purple, Lou Reed, Black Sabbath, Iron Maiden, U2 e movimentos da Jovem Guarda e Tropicália, o punk rock e outros ícones.
Os grupos Os Mutantes, Os Novos Baianos e Secos & Molhados são bem expressivos em questionamentos musicais e culturais no Brasil. No Pará, o rock tem história com o Stress (que gravou o primeiro álbum de heavy metal do Brasil e da América Latina), Mosaico de Ravena, Álibi de Orfeu, Delinquentes, Insolência Públika, Falsos Adeptos e outros.
Nos anos 80, nomes como Cazuza, Legião Urbana, Lobão, Ira!, Os Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Titãs, Engenheiros do Hawai e a banda RPM, entre outros, surgiram no cenário musical do Brasil e se tornaram referências no rock nacional.
‘O rock nunca vai morrer’
Paulo Ricardo, cantor, compositor, músico e ex-vocalista do RPM, conhece de perto a cultura rock. Ele se apresentará em Belém no dia 14 de agosto, junto com a banda Raça Negra, no Estádio Mangueirão. Em conversa com o Grupo Liberal, Paulo fala sobre a contribuição do rock para o mundo.
“Mais que um gênero musical, o rock é atitude, é abrangente, é multimídia e politizado. Sem dúvida, o movimento artístico mais significativo do século XX, mas, infelizmente, não vejo muita renovação desde então. Contudo, vemos os clássicos muito bem, obrigado, inclusive no Brasil. Mas o rock nunca vai morrer. Sempre há algum elemento rock'n'roll na cultura contemporânea, seja na moda, na literatura ou no cinema”, destaca Paulo Ricardo.
Para ele, o rock permanece sendo importante para a sociedade, “por ser inclusivo, generoso, exuberante, sem preconceitos, sensual e debochado”. “O rock é, acima de tudo, um grito de liberdade!”, acrescenta. Paulo aponta como dois momentos bem expressivos do rock o Live Aid, no mundo, e o Rock in Rio, no Brasil.
O cantor revela como descobriu esse gênero musical, esse jeito de ser. “O rock chegou ao Brasil por meio de versões com artistas como Cely Campello e explodiu na Jovem Guarda. Mas foi assistindo ao filme ‘Roberto Carlos em Ritmo de Aventura’ que eu decidi que era isso que eu queria fazer da minha vida! Depois veio o rock internacional”, conta. Paulo Ricardo ressalta algumas referências do rock no trabalho dele. “Pra resumir, os Beatles e os Rolling Stones. No Brasil, a Tropicália injetou o rock na MPB”.
Ele não tem dúvida sobre o futuro do rock. “É histórico. Movimentos como os direitos civis antirracistas, contra a guerra do Vietnam, festivais como Woodstock e o Live Aid fizeram verdadeiras revoluções por minuto, hehe”, diz, referindo-se ao nome do nome da banda em que tocava, o RPM.
Em se falando de rock, alguém que não pode ficar de fora é Raul Seixas (1945-1989), que completaria este ano 80 anos. “Ele é a própria encarnação do rock'n'roll, que preferiu queimar a se sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, afirma Paulo Ricardo, numa alusão à letra da canção antológica de Raul, “Ouro de Tolo”.
Na estrada
O artista não esconde seu contentamento com a turnê dos 40 anos de carreira musical intitulada “Paulo Ricardo XL”. “Tem sido espetacular em todos os sentidos! Uma superprodução que, com a ajuda do público, contempla todas as fases da minha carreira e, graças a IA, traz duetos com Rogério Flausino e Renato Russo, entre outras surpresas!”, adianta.
Aos fãs que irão conferir o show do cantor no dia 14 de agosto, ele destaca: “Posso garantir que vocês vão ouvir todos os sucessos do RPM e coisas da minha carreira solo que eu não faço há muito tempo, inclusive, coisas que eu nunca cantei”.
Serviço
Evento: Aniversário de 4 anos do site O Antagônico — Raça Negra & Paulo Ricardo
Data: 14 de agosto
Local: Estádio Mangueirão, Belém – PA
Horário: 21h
Ingressos: à venda no site Bilheteria Digital
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