Dia das Crianças: Tapiokids dão aula de como unir diversão e arte
Nova banda defende repertório paraense e amor pela música desde cedo
Quando o assunto é unir arte e diversão, uma turma é praticamente profissional nisso: os Tapiokids. A nova banda, formada por um grupo de talentos infantis que resolveram juntar suas habilidades para se divertirem juntos, fez sua estreia recentemente no palco do Lambateria in Concert, no Teatro do Sesi.
O grupo tem como integrantes: Gabi, de 11 anos, nos vocais; Micael, 12, no baixo; Felipe, 12, na bateria; Maria Helena, 8, no teclado; Mariana, 12, na guitarra; e Benjamin e Ian, de 7 e 10 anos, na percussão.
Conheça a banda:
A banda foi formada a partir de um contato entre os pais, que foram descobrindo que filhos de amigos tocavam diferentes instrumentos. Então só foi necessário juntar o grupo e começar os ensaios.
Felipe, um dos mais velhos do grupo, sabe da responsabilidade em fazer música com os amigos, mas também da importância em manter a diversão à frente. “Sou mais o que, tipo assim, na hora que estamos tocando, a gente combina ‘ah, esse é final, esse é o refrão, depois refrão de novo’”, conta.
O baterista da banda diz se sentir feliz com a oportunidade de ter um grupo de amigos para dividir o amor pela música, e está começando a se acostumar com a rotina de artista. “É uma loucura”, descreve.
“Agora que estou começando mais a tocar em lugares. Antes não fazia, e agora que estou começando a me acostumar”, conta Felipe.
Mariana, uma das primeiras integrantes da banda, conta que tudo começou com ela, Felipe e Benjamin, que moram todos no mesmo prédio. “Depois foi juntando com a Maria Helena, o Ian, o Micael, Gabi… e hoje está formada a banda”, relembra.
Tocando guitarra, ela diz sentir-se muito feliz com o novo grupo, que defende um repertório carregado de música paraense. Entre músicas que considera mais fáceis e mais difíceis, ela entrega seu favoritismo pelo estilo de Lia Sophia.
“Eu acho que dessas músicas, gosto de ‘Ai Menina’, porque tem meu solo”, revela Mariana, que também conta sobre a rotina dos ensaios do grupo, que não deixam de lado o momento de descontração.
“A gente começa ensaiando as músicas, depois tem uma hora quando acaba e a gente vai brincar e comer”, conta.
“A gente brinca tocando e brinca brincando”, diz Maria Helena, 8, uma das mais novas do grupo, sobre os dias em que se une com os amigos para ensaiar. Ela, que começou a tocar teclado, não esconde a felicidade em ter encontrado um novo grupo de amigos para formar uma banda tão cedo.
“Me senti muito feliz, porque nunca toquei com um grupo. Eu estava começando a tocar, tinha menos de um ano que estava começando tocar teclado, e eu entrei na banda e agora toco várias músicas”, descreve Maria, que também não consegue escolher sua parte favorita do processo de ter uma banda, entre ensaio, apresentação no palco e brincadeira. “Gosto de tudo!”, diz.
Arte educação para perceber o mundo
As artes visuais, a dança, a música e o teatro são obrigatórios nos currículos dos diversos níveis da educação básica, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essa obrigatoriedade vem de um reflexo importante na educação das crianças, como destaca o professor Joecio Jojoca Lima, que atua como arte educador há 20 anos.
Ele fala de alunos que acompanha desde muito cedo, chegou a ver as mães ainda grávidas, e hoje percebe a diferença na forma como tais crianças percebem o mundo. “Esse acompanhamento é bem diferente, porque a visão dessas crianças é diferenciada. Elas não tratam arte só como uma simples coisa, mas ela ganha um valor, ela agrega um valor na vida daquela criança”, explica Jojoca.
“A criança tem muito a ganhar, com uma visão diferenciada, de um adulto diferenciado de outros que não tiveram esse contato, com dança, música, teatro, literatura. Isso tudo acaba engrandecendo muito e criando um arcabouço teórico, prático, muito grande nessas crianças e isso faz com que ela tenha um olhar diferenciado não só pras artes mas principalmente para o mundo e para as outras pessoas ao redor dela”, explica o arte educador.
Félix Robatto, músico e pai de Maria Helena, uma das integrantes do Tapiokids, considera o estímulo do contato com a música uma oportunidade de socialização, além de fazer com que as crianças não passem tanto tempo em frente às telas.
“A música, acho uma brincadeira. Além de ser uma arte, é uma brincadeira que desloca a criança desse mundinho fechado, pra ela abrir mais cabeça, pensar. A música é meio união, de tocar com outras pessoas, de mexer com as sensações de outras pessoas, e acho que a música é uma boa saída para esses momentos de isolamento social por causa da pandemia, mas também por causa da internet e redes sociais”, destaca Félix.
O pai de Maria Helena conta ainda que nunca teve problema com a relação entre música e escola com a filha. Pelo contrário, ele diz acreditar que as duas coisas andam de mãos dadas, já que a música também é um tipo de estudo.
“Como vejo que minha filha tem jeito, eu estimulo muito. Mas também não fico na expectativa se ela vai trabalhar com isso quando crescer. Mas é uma habilidade que ela vai escolher depois, se vai ser musicista mesmo ou vai ser só um hobby para ela”, diz Félix
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