Curta-metragem paraense 'Alumiá' retrata mulheres retirantes

Obra será lançada neste sábado (6) às 19h, com acesso gratuito no canal do YouTube do grupo.

Redação Integrada
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As mulheres retirantes nordestinas são conhecidas pela fibra e determinação contra um mundo de opressões e desigualdades que muitas vezes são obrigadas a se sujeitar. Um pouco da história dessas mulheres estará presente no curta-metragem “Alumiá” criado pelo grupo TEIA - Teatro Experimental de Insurgências Amazônicas –, em coprodução com Wan Aleixo e Gabriel Tantacoisa, que será lançado neste sábado 6. O projeto, contemplado pelo edital Preamar, da Fundação Cultural do Pará, será exibido às 19h, com acesso gratuito no canal do YouTube do grupo.

Em “Alumiá” o telespectador é guiado pelas tarefas cotidianas de Antônia, interpretada pela atriz e diretora Iracy Vaz, que em meio aos seus afazeres, se prepara para o dia da Alumiação, tecendo as coroas fúnebres para honrar os seus mortos, enquanto conversa com duas visitas muito importantes, sobre ancestralidade, trânsitos migratórios, família e força feminina. “As três personagens mostram a força e o protagonismo das mulheres. E a importância de honrar a memória das nossas ancestrais”, afirma a diretora.

“Houve um grande fluxo migratório de nordestinos para a Amazônia no final do século XIX e início do século XX. Essas pessoas vinham trabalhar na extração do látex ou nas colônias agrícolas localizadas ao longo da antiga estrada do trem Belém- Bragança. Parte da minha família é constituída por esses fluxo migratório. Ao contrário do que ficou estereotipado, o migrante nordestino, muitas vezes, não saia de sua terra sozinho, mas acompanhado de sua família. E nesse movimento muitas mulheres retirantes foram protagonistas desse fluxo migratório. Por exemplo, uma das personagens do curta Alumiá, Maria Quitéria, interpretada pela atriz Pauli Banhos, é uma mulher viúva que saiu do Ceará para o Pará com os seus sete filhos”, explica Iracy.

As filmagens foram feitas no município de Santo Antônio do Tauá, no final de janeiro de 2021, com uma equipe bastante reduzida em função da pandemia. A cidade foi escolhida pelo fato de ter sido fundada por migrantes nordestinos. E, além disso, a narrativa do curta foi inspirada na história real de duas cearenses que migraram para Santo Antônio do Tauá no início do século XX. Maria Quitéria e Ana Lourenço eram bisavós de Iracy Vaz, diretora e atriz do filme, o que confere ao conteúdo do curta uma dimensão autobiográfica e ancestral.

O nome do projeto torna-se então “Alumiá”, que tanto significa iluminar, como também deriva da palavra “Alumiação”, rito que ocorre nos interiores do Pará no dia 02 de novembro, onde centenas de pessoas se dirigem aos cemitérios para cultuar seus antepassados por meio da ornamentação das sepulturas com flores, coroas e velas. A equipe do filme conta com as atrizes Pauli Banhos e Andreia Rezende que também assina o figurino, Tarcisio Gabriel e Wan Aleixo nas filmagens, direção de fotografia e edição.

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