PEC da Blindagem: Moro propôs escudo a crime pelo qual é réu no STF

O senador é réu no STF por calúnia

Estadão Conteúdo

Por Eduardo Barretto, do Estadão

O senador Sergio Moro (União-PR), que tentou salvar parte da PEC da Blindagem para exigir autorização do Congresso para parlamentares serem processados por crimes contra a honra, é réu por esse tipo de crime no Supremo Tribunal Federal (STF).

Moro havia apresentado uma emenda que cobrava aval do Parlamento para investigações por "imputação fundada exclusivamente em opiniões, palavras e votos do parlamentar", além de "crimes contra a honra". Nesta quarta-feira, 24, entretanto, o senador recuou e votou para derrubar integralmente a PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A votação foi unânime.

Procurado pela Coluna do Estadão, Moro afirmou que não está preocupado com a ação penal a que responde no STF, "confiante em sua manifesta improcedência". O ex-juiz da Lava Jato disse ainda que a emenda "buscou restringir a PEC a crimes de opinião e evitar que fossem blindados crimes comuns, como corrupção e crime organizado".

O senador é réu no STF por calúnia, um dos crimes contra a honra, desde junho de 2024. Em setembro daquele ano, um recurso de Moro seria julgado pela Primeira Turma da Corte, mas foi retirado de pauta. O caso segue tramitando no tribunal.

A Procuradoria-Geral da República denunciou Moro por causa de um vídeo, que veio a público em abril de 2023, em que o senador falava em "comprar um habeas corpus" do ministro Gilmar Mendes, do STF. A defesa do senador disse que a declaração foi uma brincadeira.

'É muito ruim?', diz relator da PEC da Blindagem

O relator da PEC da Blindagem na CCJ do Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), disse que não havia nada "aproveitável" na PEC. "Não dá para pegar um pedaço dela e dizer: ?isso aqui é melhorzinho, isso é pior'. Não tem, é muito ruim".

A decisão da CCJ do Senado enterra a tramitação da PEC da Blindagem. O texto aprovado pela Câmara na semana passada previa que todo processo criminal contra parlamentares precisaria de autorização do Congresso para ser aberto, em votação secreta.

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