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Filmes paraenses gravados no Marajó são exibidos na 25ª Mostra de Tiradentes

'Meus santos saúdam teus Santos', de Camila Kzan, faz a estreia nacional no evento, enquanto 'Meus santos saúdam teus santos', de Rodrigo Antonio, já lançado em festival francês e premiado em Vitória, também foi selecionado em Tiradentes.

Enize Vidigal O Liberal
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Dois filmes paraenses, que têm a ilha do Marajó como cenário, foram selecionados para a valorosa Mostra de Tiradentes, em Minas Gerais, que inicia a 25ª edição na próxima sexta-feira, 21, com exibições presenciais e on-line gratuitas, até o próximo dia 29. O documentário "Uma Escola no Marajó", de Camila Kzan, faz a estreia nacional na Mostra Panorama, no dia 23. E o curta premiado "Meus Santos saúdam teus Santos", de Rodrigo Antônio, que já percorreu festivais nacionais e internacionais, estará na Mostra Praça, dia 26.

O cotidiano da Escola Sítio Porto Alegre, no município de Curralinho, é retratado no curta-metragem "Uma Escola no Marajó", escrito e dirigido por Camila Kzan. A partir da análise dos índices mais baixos de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e de Desenvolvimento Humano (IDH), a cineasta selecionou uma escola para registrar a realidade do lugar.

Em contraste com a bela paisagem natural amazônica e a comunidade receptiva, estão as dificuldades de infraestrutura da educação pública do interior do país, como a falta de combustível para o barco que faz o transporte escolar dos alunos. “A escola fica na frente do rio, lugar incrível, comunidade muito pequenina. A escola foi construída pelos avós dos alunos. O filme traz um olhar respeitoso sobre a situação de uma da piores escolas do Brasil, que retrata como a Amazônia e o Marajó são tratados em âmbito federal e estadual”, conta Camila. O documentário provoca a reflexão sobre a qualidade da educação pública, apesar de ser um filme de observação da realidade local.

O “Uma Escola no Marajó" foi filmado em 2017 e finalizado em 2021. O documentário é coproduzido pelas produtoras paraenses Pina Filmes e CasaBarco. Na Mostra de Tiradentes, será exibido na série 1 da Mostra Panorama, no próximo domingo, 23, às 18h, no Cine-Tenda. Também ficará disponível no site mostratiradentes.com.br, com o sinal do filme aberto por 24h, a partir das 18h do dia 23 até às 18h do dia seguinte. A perspectiva de Camila é circular com o documentário por outros festivais e também voltar ao Marajó para exibir o filme e estimular o diálogo sobre a educação na Amazônia.

'Meus Santos'

image "Meus santos saúdam teus Santos" (Divulgação)

Já "Meus Santos saúdam os teus santos", de Rodrigo Antonio, aborda a iniciação do próprio diretor na pajelança marajoara e a relação dele com a pajé Roxita. O filme surge a partir da pesquisa de mestrado em Artes sobre a construção de memória de famílias negras no documentário brasileiro, na qual o pesquisador paraense retorna após 10 anos ao Marajó, terra natal dos avós, para investigar a própria ancestralidade.

Assista ao teaser com a atmosfera do filme de Rodrigo Antonio aqui.

“Houve um processo de exclusão digital de famílias negras, que não tinham acesso a câmeras, como a minha família. Meus avós vieram do quilombo Mangueiras, em Salvaterra, no Marajó”, recorda. Durante a viagem à ilha, Rodrigo conhece a pajé Roxita e fica sabendo por ela que possui guias espirituais de pajelança, como herança familiar. Roxita guia o diretor num encontro com os ancestrais. O curta filmado em 2020 e finalizado em 2021 por meio do edital Rede Virtual, da Fundação Cultural do Pará (FCP), traz ainda a narração da atriz Astrea Lucena na leitura de mensagens da avó de Rodrigo, além da produção da Leão do Norte Audiovisual.

“Meus santos saúdam os teus santos” estreou no Festival Court Derrière, na França, em outubro passado, e já foi exibido em mais de dez festivais nacionais e internacionais. Estreou no Brasil, no Festival Curta Cinema, do Rio de Janeiro, no mês seguinte, e venceu o prêmio de Melhor Contribuição Artística ao Cinema no Festival de Vitória, Espírito Santo.

“Estou feliz. Agora, o filme está na Mostra de Tiradentes, que é uma das principais do Brasil e tem uma curadoria bastante importante para o cinema brasileiro”, comemora o diretor. Em Tiradentes, o filme será exibido presencialmente no Cine Praça, no próximo dia 26, às 21h. O curta paraense também exibido na mesma semana no Festival Olhar do Norte, de Manaus, Amazonas.

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Cinema
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