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Documentário sobre o Pantanal será lançado na Bélgica nesta segunda

'Ruivaldo - O Homem Que Salvou a Terra', de Jorge Bodansky, faz sua estreia mundial a convite da princesa belga Esmeralda

Agência Estado

Preservacionista, e ligada a causas ambientais, a princesa belga Esmeralda foi quem fez o convite para que, nesta segunda-feira, 23, o documentário "Ruivaldo - O Homem Que Salvou a Terra", de Jorge Bodansky, faça sua estreia mundial em Bruxelas.

No mundo todo repercutem as queimadas na Amazônia e o Brasil torna-se alvo de críticas na questão do meio ambiente. "Ruivaldo" permanece na seara da defesa do meio ambiente, mas o foco é outro. No Pantanal, o assoreamento do Rio Taquari produziu alagamentos que encharcaram a terra em extensas regiões. Áreas produtivas foram inundadas, o próprio rio estagnou-se.

Nesse quadro de desolação, o exemplo de Ruivaldo Nery de Andrade ganhou destaque. Fazendeiro, ele iniciou um trabalho de formiguinha, construindo diques com sacos de areia para conter as águas. Dessa forma, salvou a terra para a atividade agropecuária e até para o reflorestamento. Na luta pelo meio ambiente, quer ser soldado e estar na linha de frente.

Nesta segunda, começa em Nova York a cúpula do clima. Na sexta, 20, ocorreram, em escala planetária, protestos em defesa do meio ambiente. "Ruivaldo" tem apenas 45 minutos de duração, mas é uma joia de cinema. Deve estrear em novembro, em São Paulo, em data que ainda está sendo acertada.

Fotógrafo e codiretor, João Farkas começa o filme narrando sua experiência na documentação da Amazônia. Foram dez anos. Fotografar a natureza coloca questão específicas, e que não se referem somente à luminosidade. A Amazônia é diferente do Pantanal, e essa região encravada entre a Amazônia, o cerrado e a Mata Atlântica possui características - suas especificidades.

Por mais importante que seja o agronegócio, a monocultura em áreas próximas às nascentes do Taquari provocou o acúmulo de areia, detritos, entulho e outros materiais no leito do rio. Esse acúmulo interfere na topografia dos leitos, impedindo-os de portar seu pleno volume hídrico. A consequência é o transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas. O alagamento é desastroso para a produtividade da terra, e para o entorno.

Toda essa história você encontra no site Documenta Pantanal, mas vale resumir a gênese de "Ruivaldo", o filme. A convite de Teresa Bracher, João Farkas foi fotografar o Pantanal. Como conta, descobriu um mundo que não era desconhecido só para ele - para os brasileiros. Um mundo de beleza - ameaçado. Impressionou-o a forma como a ausência de planejamento e a ganância destruíram uma região que era muito rica.

O rio morreu, a vegetação começou a secar. Árvores viraram palitos, a fauna e a flora, como um todo, foram afetadas. Grandes fazendas viraram ruínas. E foi em meio a esse caos, que ele conheceu Ruivaldo. Comentou com Teresa que o personagem merecia um filme. Teresa é amiga de Mônica Guimarães, ligada ao Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade. Procurou-a com a ideia de que talvez tivesse um filme, e gostaria que Mônica o produzisse. "Eu, que sempre fui 100% urbana, penetrei num mundo novo. Comecei a ouvir gente, a me informar, mas confesso que só entendi todo esse imbróglio quando o Ruivaldo me falou, com as palavras dele, o que era."

Com belíssimas imagens aéreas captadas com drones, o filme vai dos grandes espaços ao coração do Pantanal. Entrevistados informam, mas a fala que fica é a de Ruivaldo. De forma sucinta, ele encara a questão do clima, do aquecimento. Seu pequeno gesto, salvando a terra, aponta um caminho. De forma sucinta, Bodansky abraça a causa. Toda mudança - revolução? - começa no interior das pessoas.

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