Verônica Costa, 'Mãe Loira' do funk, é condenada a 10 anos de prisão por tortura
Após apelação da defesa da funkeira e vereadora, o Ministério Público decidiu ampliar a pena

A vereadora Verônica Costa (PL), que ficou conhecida nos anos 90 como Mãe Loira do Funk, pelo sucesso à frente da equipe de som, produtora e gravadora Furacão 2000, junto com o ex-marido Rômulo Costa, foi condenada a 10 anos e oito meses de prisão pela Justiça do Rio. A pena é pela prática de tortura contra o segundo ex-marido, Márcio Costa. A decisão foi anunciada em julgamento nessa terça-feira, na 2ª Câmara Criminal.
A funkeira havia apelado ao Ministério Público contra a sentença em primeira instância, na qual tinha sido condenada a cinco anos e 10 meses em regime semiaberto, além da perda do cargo, em 9 de abril de 2019. À época, ela tinha sido reeleita para o quinto mandato, nas eleições municipais de 2016.
O caso ganhou os holofotes em fevereiro de 2011, após Márcio, ainda casado com Verônica, denunciar que havia sido vítima de tortura praticada por parentes da funkeira. Segundo a investigação, o irmão, a irmã, o cunhado e o padrasto de Verônica foram até a casa do casal e, por ordem de dela, teriam amarrado Márcio no banheiro, após o casal ter jantado junto.
"Me bateram. Jogaram um produto químico no meu corpo. Não sei se era gasolina ou querosene. Ficaram ameaçando colocar fogo no meu corpo. Ela ficou repetindo que eu tinha amante. Depois, falou que eu estava roubando o dinheiro dela", contou Márcio à imprensa na época. Verônica negou todas as acusações e disse que o marido já tinha chegou em casa machucado e sob efeito de drogas.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu da sentença e requereu o aumento das penas, bem como a alterarão do regime inicial para fechado, uma vez que tortura é considerado um crime hediondo. A defesa da vereadora chegou a recorrer da decisão.
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A decisão dos desembargadores é de que a pena seja cumprida em regime inicialmente fechado. Além disso, eles ainda mantiveram a determinação de que a Mãe Loira perca o cargo de vereadora, conforme sentença do juiz Marcelo Oliveira da Silva, da 16ª Vara Criminal, de 2019.
Na decisão de hoje, os desembargadores aumentaram a pena dos quatro parentes de Verônica, que são réus no processo, e tinham sido condenados a cinco anos de prisão. Bruno Chaves Ribeiro teve a pena fixada em 10 anos e oito meses de prisão e Tatiane Chaves Ribeiro, Bruno Marcelo Bahia Marques e Sebastião de Oliveira Evangelista, em 10 anos. Todos deverão cumprir a pena em regime fechado. Na sessão, os recursos das defesas dos réus foram negados.
“Demorou, mas graças a Deus a Justiça foi feita”, disse Marcio, que mora atualmente em Miami, nos Estados Unidos. Ele foi para os EUA há cerca de dez anos, após sofrer as agressões. Marcio precisou mudar de endereço diversas vezes e um ano depois, decidiu sair do país por conta de ameaças de morte.
“Mesmo depois do ocorrido, de ter sido torturado e ter ficado em coma na UTI de um hospital, ela ainda estava procurando matadores para me executar. Soube por outras pessoas que conhecíamos em comum. Eu fiquei numa situação muito difícil no Rio de Janeiro, andando com medo nas ruas, trocando de endereço toda hora. Minha vida virou uma loucura. Eu fui obrigado a sair do país”, contou Marcio.
Funk
Verônica Costa voltou a comandar os bailes de funk no evento "Furacão 2000 Mãe Loira", no último dia 1º de abril, na casa de shows Rio Music (antigo Olimpo), em Vicente de Carvalho, na Zona Norte da cidade.
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