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Celebrar o Cinema Brasileiro!

Marco Antonio Moreira
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As datas de celebração do cinema brasileiro são fundamentais para colocar em evidência, de modo especial, todos os artistas envolvidos na realização de filmes no Brasil desde o início do século passado. Afinal, infelizmente, os desafios para se fazer cinema no país continuam de maneira expressiva, enfrentando dificuldades na produção, distribuição e exibição — como acontece há décadas. A grande diferença, neste novo século, é que a indústria audiovisual se tornou mais competitiva em termos de mercado, exigindo maior organização, planejamento e estrutura de trabalho para todas as obras audiovisuais.

Mas por que existem duas datas para a celebração do cinema brasileiro? No dia 5 de novembro de 1896, no Rio de Janeiro, foram projetados oito pequenos filmes, de cerca de um minuto cada, para a elite carioca, na Rua do Ouvidor. Já no dia 19 de junho de 1898, o ítalo-brasileiro Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento em território brasileiro, a bordo de um navio, filmando sua chegada à Baía da Guanabara. No entanto, alguns historiadores consideram que as primeiras gravações nacionais teriam ocorrido em 1897, na cidade de Petrópolis.

De qualquer forma, ainda precisamos manter essas duas datas para celebrar e valorizar o cinema brasileiro. Apesar de sucessos de crítica e público, como Ainda Estou Aqui, de Walter Salles — vencedor de diversos prêmios internacionais e do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025 —, os mecanismos de produção, distribuição e exibição continuam pouco transformados. Nos cinemas, a maioria dos filmes brasileiros não tem espaço e, quando têm, são limitados a poucas sessões. No streaming, mesmo com tantos canais disponíveis, poucos filmes brasileiros estão acessíveis aos assinantes. Na época das locadoras de vídeo, era a mesma realidade: poucos títulos nacionais disponíveis, em contraste com a vasta produção cinematográfica do país desde o século XX.

O que fazer, então? Assistir a filmes brasileiros!

A melhor forma de homenagear o cinema brasileiro — diariamente — é prestar atenção às suas produções e incentivar sua exibição nas salas de cinema e nas plataformas audiovisuais. Esse é o modo mais eficaz de demonstrar respeito e admiração por tantos filmes, diretores, roteiristas, atores, atrizes e demais profissionais técnicos que colaboram para a realização de uma obra fílmica nacional.

Além dos clássicos de diretores essenciais como Mário Peixoto (Limite), Glauber Rocha (Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe), Nelson Pereira dos Santos (Vidas Secas), Carlos Diegues (Chuvas de Verão, Bye Bye Brasil), Arnaldo Jabor (Toda Nudez Será Castigada, Tudo Bem) e Leon Hirszman (Eles Não Usam Black-Tie), aproveito esta data comemorativa para indicar ao leitor alguns filmes brasileiros produzidos a partir dos anos 2000, incluindo filmes realizados no norte do país em curta e longa metragem, como forma de estimular a curiosidade e o acompanhamento da trajetória do cinema nacional.

Boas sessões! Viva o cinema brasileiro!

  • Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles e Kátia Lund
  • O Invasor (2002) de Beto Brant
  • Carandiru (2003) de Hector Babenco
  • O Céu de Suely (2006) de Karim Aïnouz
  • Matinta (2010) de Fernando Segtowick
  • Ribeirinhos do Asfalto (2011) de Jorane Castro
  • Que Horas Ela Volta? (2015) de Anna Muylaert
  • Abril Despedaçado (2001) de Walter Salles
  • Linha de Passe (2008) (foto) de Walter Salles e Daniela Thomas
  • O Som ao Redor (2012) (foto) de Kleber Mendonça Filho
  • Aquarius (2016) de Kleber Mendonça Filho
  • Bacurau (2019) de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
  • Para Ter Onde Ir (2018) de Jorane Castro
  • Noites Alienígenas (2022) de Sérgio de Carvalho
  • Marte Um (2022) de Gabriel Martins
  • Ainda Estou Aqui (2024) de Walter Salles

Dicas da Semana

  • Lampião, Governador do Sertão, Prédio Vazio, Memórias de um Caracol, Ritas (Cine Líbero Luxardo).
  • Vento e Areia de Victor Sjöström. Com Lilian Gish. Acompanhamento musical ao vivo com Paulo José Campos de Melo (Cineclube SINDMEPA. Terça-feira, dia 24/6, às 19h. Entrada gratuita).
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Cultura
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