Aula-debate focaliza a história da arte na Amazônia

O professor Aldrin Moura de Figueiredo, doutor em História pela Unicamp e especialista em História da Arte pelo Museu de América, em Madri, na Espanha, vai ministrar a aula-debate  “Arte e imagem na Amazônia: o debate e a história global (séculos XVII-XX)", na quinta e sexta-feira, 12 e 13, das 17h30 às 21h, e também no sábado dia 14, a partir das 9h, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso. A ação integra o projeto Máquinas para Filosofar do Serviço Social do Comércio (Sesc). As inscrições devem ser feitas presencialmente no local do evento, até esta terça-feira, 10.

"A Amazônia está na ordem do dia. O interesse mundial pela preservação se volta a essa região devido à crise das queimadas", destaca o professor. Ele fará um apanhado histórico e cultural da arte amazônica nos últimos quatro séculos, desde o período colonial até a contemporaneidade.

A aula-debate sobre a História da Arte na Amazônia foi ministrada por ele, inicialmente, na Pinacoteca de São Paulo. O lugar abriga muitas obras de artistas da Amazônia do século XIX, especialmente esculturas e pinturas, incluindo o maior acervo no Brasil de Giusepp Leone Righini, que retratou paisagens de Belém.

Entre as criações de Righini está a tela do Porto de Belém que foi presenteada a Dom Pedro II e circulou por pinacotecas europeias até ser adquirida pela Universidade Federal do Pará, e hoje, integra o acervo do Museu da UFPA. "Righini teve um amplo contato artístico com os círculos de Gênova e da Academia San Luca em Roma, na pintura e na escultura", observa.

O especialista em História da Arte, Aldrin Moura de Figueiredo, conduzirá a aula-debate no Sesc (Divulgação)

A aula será desenvolvida em módulos para fornecer um panorama sobre os movimentos artísticos na Amazônia, desde a arte indígena antes e depois do contato dos europeus até as reinterpretações em projetos de uma arte nacional por figuras como Theodoro Braga, Manoel Santiago, Vicente do Rego Monteiro ou Manoel Pastana.

"Vamos falar sobre pintores, viajantes, tratadistas e observadores que escreveram e, principalmente, registraram visualmente sobre a floresta amazônica, como os índios, a população local, as plantas e animais, como os círculos tipográficos em torno de Karl Wiegandt. Naquela época, a Europa estava muito interessada em conhecer o exotismo da Amazônia".

O professor levará o público a refletir sobre o “enquadramento” da Amazônia nas chamadas escolas artísticas, desde o barroco colonial, do neoclássico pombalino, ecletismo oitocentista e nas frentes do modernismo, com atenção para o valor da arte missionária de Carmelitas, Mercedários, Jesuítas e Franciscanos. Ele vai destacar a importância da arquitetura de Antonio José Landi, dos panoramas cartográficos de Johann Schwebel, Filipe Sturm, Garpar Gronsfeld, Alexandre Rodrigues Ferreira e José Maria Codina, da vasta gravura francesa de Victor Danvin, Pierre Vignal, Edouard Riou, François Biard.

Ele também vai debater as controvérsias sobre o mito da belle-époque franco-amazônica e o contato com os artistas locais, como David Widhopff, Maurice Blaise e Carlos Custódio de Azevedo e Theodoro Braga. Assim como, o choque da fotografia e o limiar de uma visualidade amazônica, de Felipe Fidanza, José Thomaz Sabino, Georges Gusdorf a Miguel Chikaoka e Luiz Braga. Aldrin também vai falar sobre os rostos cabanos e os cruzamentos entre pintura e fotografia de Carvalho Lobato, Alfredo Norfini, Antonieta Feio à Eder Oliveira.

Agende-se:

Aula Debate: "Arte e imagem na Amazônia: o debate e a história global (séculos XVII-XX) " , com Aldrin Moura de Figueiredo
Data: quinta e sexta-feira, 12 e 13, das 17h30 às 21h , e sábado, 14, a partir das 9h
Inscrições abertas até esta terça-feira, 10, nos seguintes valores: R$ 6,00 (trabalhador do comércio e dependente), R$ 21 (estudantes conveniados) e R$ 32 (público em geral)
Local: Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilho França, 522/523)
Informações: 0800-941-1242