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Arte Pará 2021: conheça os trabalhos de performance de Luciana Magno e Carlos Mélo

Artistas participam da mostra do salão, onde refletem sobre a Amazônica em suas poéticas

Lucas Costa
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A Amazônia e a forma como os artistas a atravessam em suas obras também diz respeito às experiências. No Arte Pará 2021, Luciana Magno e Carlos Mélo traduzem isso em obras potentes que fazem parte da mostra “Uma história da videoarte na Amazônia (episódio I): Pará”, disponível em www.artepara2021.com.br.

Luciana Magno está no Arte Pará 2021 com o vídeo “Transamazônica” (2013), videoperformance de pouco mais de um minuto onde o corpo e a paisagem são os protagonistas. Na obra, a artista aparece sentada em posição fetal, nua, com seus longos cabelos cobrindo o corpo. O cenário é um trecho da histórica Rodovia Transamazônica (BR-230), que dá ao vídeo os seus tons de ocre em um movimento de levantamento do barro que compõe a pista. 

Luciana conta que enxerga a Rodovia Transamazônica como uma continuação do processo de colonização que o Brasil vive desde 1500. Na estrada construída no período da Ditadura Militar no Brasil, Luciana se apresenta em uma posição em que indígenas de algumas comunidades são enterrados. 

Luciana Magno é conhecida pelo trabalho com performance, frequentemente direcionada para fotografia e vídeo, objeto e website. Com uma pesquisa focada no corpo e em ações performáticas, a artista aborda questões políticas, sociais e antropológicas, relacionadas ao impacto do desenvolvimento da região amazônica.

image Frame de 'Emissão', de Carlos Mélo (Carlos Mélo/ Reprodução)

Quem também reflete a Amazônia em percepções é Carlos Mélo. Ele está na mostra com o vídeo “Emissão” (2014), trabalho em que aparece sentado em uma bancada lendo, palavra por palavra, o “Manifesto do Rio Negro”, texto escrito pelo crítico francês Pierre Restany em 1978.

No vídeo, a performance é de Mélo, dublado pela atriz Renata Sorrah. É dela a voz que apresenta o texto em que se define o conceito de naturalismo integral, em contraposição a um realismo que seria a metáfora do poder. Incorporado de expressão feminina, Mélo atua como um xamã, ou como aquele que tem acesso a realidades para além do tempo e espaço presentes.

“No vídeo produzido por Mélo, a pergunta inicial de Restany diante da exuberância da  Floresta Amazônica – 'Que tipo de arte, qual sistema de linguagem pode provocar um  ambiente tão excepcional, exorbitante, em relação ao senso comum sob qualquer ponto de  vista?' – encontra resposta em narração ambígua do texto, escrito em 1978. A voz marcante  da atriz Renata Sorrah e a imagem do artista lendo o manifesto causam um estranhamento que logo remete à noção do naturalismo não metafórico do crítico francês”, avalia Paulo Carvalho no texto curatorial. 

Edição 2021

O salão Arte Pará tem sua mostra totalmente virtual em 2021. Sob curadoria de Paulo Herkenhoff, e curadoria adjunta de Roberta Maiorana, a edição carrega como conceito “Uma História da Videoarte na Amazônia (episódio 1): Pará”, reunindo trabalhos de 46 artistas convidados. A mostra está disponível no site www.artepara2021.com.

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