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‘Armide’ encerra a temporada 2022 do Festival de Ópera do Theatro da Paz

O espetáculo barroco estreia no Brasil com montagem paraense. A primeira récita será nesta quarta-feira, 30

O Liberal
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Uma feiticeira habituada a dominar pela sedução, mas que acaba se apaixonando pelo próprio inimigo. Esse é o enredo de “Armide”, famosa ópera francesa barroca, datada do ano de 1686, do compositor Jean-Baptiste Lully, que será encenada pela primeira vez no Brasil, com elenco e músicos brasileiros, no XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz. O espetáculo terá três récitas no TP: nesta quarta-feira, 30; na sexta-feira, 2; e no domingo, 4.

“Armide” é a primeira obra barroca da história do festival e encerra a 21ª temporada em grande estilo. A temporada apresentou também a “Ópera dos Ferreiros, de Aldo Brizzi, e “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, no início do ano.

A montagem paraense de ‘Armide’ tem direção musical e regência do maestro e cravista carioca João Rival. Ele vai reger uma orquestra de 22 músicos, sendo nove integrantes da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e os demais de outros lugares do Brasil. “Estou muito feliz com a oportunidade maravilhosa de apresentar em Belém a primeira versão de ‘Armide’ no Brasil. Será um marco na história da música brasileira, feito com muita dedicação, apoio genial governo do estado do Pará, muita competência dos músicos, um momento especial, único, de alta qualidade artística, para o deleite de todos”, disse o maestro.

Enredo e elenco

image O cantor paraense Idaías Souto interpreta "La Haine", que representa o ódio de 'Armide'. (Valério Silveira/ Divulgação)

 

 

 

A ópera de Lully é uma adaptação de um poema épico de Tasso. A história se passa no tempo da Primeira Cruzada, quando a feiticeira Armide (Carolina Faria) captura homens usando artimanhas para que se apaixonem por ela sem retribuir o amor. Porém, tudo muda quando ela vira refém da própria paixão. Ela se encanta pelo inimigo Renaud (Lucas Gabriel), que é subjugado pelo charme erótico e corruptor dela. A ópera se concentra na personagem-título de emoções conflituosas. ‘Armide’ tornou-se um clássico do repertório francês. Foi a ópera de Lully montada com mais frequência em Paris no Séc. XVIII.

“Espero que o público aproveite o espetáculo. É uma história atemporal, praticamente um conto de fadas, que trata de assuntos sérios de forma que todo mundo compreende”, avalia Carolina, mezzo-soprano carioca que faz a personagem principal. Ela está morando em Belém, onde coordena a Academia de Ópera do teatro, além de ter participado da preparação do elenco, cuja maioria é paraense.

Adaptação

image Músicos no ensaio com o cravo e os instrumentos adaptados ao estilo barroco. (Valério Silveira/ Divulgação)

 

“No Brasil, geralmente não se fazem óperas barrocas, mas dos períodos clássico e romântico”, explica o diretor do TP e do festival, Daniel Araújo. “É mais difícil encenar a obra barroca. Os instrumentos tiveram adaptações, com arcos diferenciados e cordas de tripas de animais, que importamos. Uma parte dos nossos músicos têm essa expertise (barroco), mas trouxemos pessoas que trabalham com ópera barroca e já tinham montado ‘Armide’ na Europa, para fazer oficinas com os músicos da orquestra e treinar os cantores”, acrescenta.

Outra novidade será o cravo, instrumento anterior ao piano, mas de aparência semelhante, que emite um som diferenciado, e será tocado pelo maestro Rival.

A maioria dos cantores de ópera é habituada a cantar alemão e italiano. Os cantores passaram por uma adaptação ao longo de quase um ano para a apresentação dessa ópera francesa, que tem vocabulário peculiar da época e maneira estilística diferenciada. Carolina Faria, que participou da preparação do elenco, explica: “O barroco é um canto de atuação, antes de tudo. E a articulação do instrumento barroco acompanha essa articulação do cantor. Eles (os músicos) tocam ouvindo a gente e reproduzindo a nossa articulação e a nossa ênfase do texto”.

O Festival de Ópera do Theatro da Paz é realizado pelo governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) em parceria com o próprio Da Paz e Academia Paraense de Música (APM).

Ficha técnica

A direção e produção do festival é de Nandressa Nunes e a direção artística, de Jena Vieira. Em “Armide”, a direção de cena, figurino e cenografia são de Marcelo Marques; assistência de direção, de Lucas Speck; a assistência de figurino, de João Victor D’Alcântara; a regente de coro é Maria Antonia Jimenez; a iluminação, de Rubens Almeida; e o visagismo, de Omar Júnior.

Agende-se:

Ópera ‘Armide’

Dias: quarta, sexta e domingo, 30/11, 2 e 4/12

Hora: 20h

Local: Theatro da Paz

Ingressos variam entre R$ 10 e 30 (inteira) e R$ 5 e 15 (meia) à venda na bilheteria do teatro e pelo site www.ticketfacil.com.br.

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