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Antes de ir à Disney vá conhecer a Amazônia, diz Gaby Amarantos em entrevista

Ela também falou sobre feminismo, liberdade sexual e queimadas, e revelou: 'Sofro de distúrbios alimentares, sofri bulimia. Fiquei muito tempo tentando me enquadrar no padrão (estético) que me aprisionava'.

Redação Integrada

Gaby Amarantos abordou vários temas polêmicos em entrevista ao canal "Quebrando o tabu", do Youtube, no qual teve que encarar e comentar postagens - a maioria negativas e preconceituosas - de internautas sobre ela. Feminismo, racismo, homofobia, gordofobia, liberdade sexual e queimadas na Amazônia entraram na roda.

Sobre a contradição de ter participado de um programa de televisão para perder peso e, hoje, estar ajudando a empoderar as mulheres a aceitarem o próprio corpo, a paraense respondeu que é vítima de pressão estética: "Sofro de distúrbios alimentares, tenho compulsão alimentar, sofri bulimia muito tempo. Fiquei muito tempo tentando me enquadrar nessa p* desse padrão. Aceitar o meu corpo do jeito que é, faz parte de um processo. Se há 5, 7 anos atrás eu tentei me adequar a esse padrão é porque esse padrão me aprisionava, hoje ele não me aprisiona mais. Eu tenho propriedade para falar porque fiz lipo, abdominoplastia, já fiz várias intervenções para querer ser loira e magra. Mas aceito meu corpo, amo meu corpo (...) A pressão estética tem oprimido muitas mulheres".

Gaby também mostrou que não caiu de pára-quedas como apresentadora do "Saia Justa", da GNT, ao comentar as piadas sobre o novo videoclipe, "Xanalá", lançado recentemente com Duda Beat, no qual enaltece a vagina: "Que a gente possa quebrar mais esse tabu de poder falar da nossa sexualidade, de poder falar da xana e do nosso prazer do nosso ponto de vista, com liberdade, nós mulheres sendo protagonistas... o clitóris sendo o grande protagonista!" Ela também comparou o avanço do conservadorismo no Brasil e a liberdade sexual da mulher nortista, atribuindo a influência da ancestralidade indígena e também apontou que o machismo, racismo e homofobia são doenças sociais.

Um dos comentários preconceituosos que ela teve que comentar foi: "A Gaby Amarantos era mais legal pobre". Ela respondeu que a mulher negra periférica que ascende socialmente "assusta". "O plano é não ter educação para que a gente não pense. Uma mulher que sai do Jurunas, de Belém do Pará, para se tornar rica em poderosa, realmente deve incomodar muito. Mas (beijinho) vai engolindo devagar, toma uma cachacinha de jambu que desce mais gostoso (risos)", brincou. Ela também respondeu sobre a atribuição de "vitimismo" à lembrança da escravidão como raiz do processo histórico de racismo: "Chato é ter que explicar o óbvio. Não dá pra olhar pra frente sem ter que olhar para trás".

Gaby não escapou de comentar da queda que deu no palco, durante um show, porque ficou tonta ao bater cabelo: "Pode rir com respeito. Porque quem leva a vida muito a sério não é feliz. Agora que o susto já passou só me resta rir desse meme que ficou para a posteridade (risos). Experimenta pra ver se é fácil".

Sobre a Amazônia, teve que explicar que incentivou o público a reduzir o consumo de carne porque as queimadas são normalmente atribuídas ao agronegócio de gado e grãos; "É importante se politizar". E também refletiu sobre a confusão que um grande número de sulistas fazem sobre a região Norte fazer parte do Nordeste: "Brasileiro não conhece o seu mapa, a gente precisa estudar geografia e a entender que o Norte existe, merece e precisa de representatividade. A gente faz parte do Brasil, a gente tem uma diversidade cultural, gastronomia incrível. Sou de um país que se chama Pará e esse país fica no Norte. Antes de ir pra Disney vá conhecer a Amazônia", recomendou.

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