MENU

BUSCA

Festribal é maior do que Festival de Parintins? Saiba mais sobre o evento em Juruti, no Pará

O 30º Festival das Tribos Indígenas de Juruti ocorre do dia 31 de julho a 3 de agosto, no Pará. A celebração paraense estabelece ligação com o Festival de Parintins, no Amazonas.

Lívia Ximenes

Enquanto o Amazonas é marcado pela disputa entre os bois Garantido e Caprichoso no Festival de Parintins, o Pará destaca o duelo artístico entre as tribos Munduruku e Muirapinima no Festribal, o Festival das Tribos Indígenas de Juruti.

O festejo conta com apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e realiza sua 30ª edição do dia 31 de julho a 3 de agosto, no Tribódromo (Centro Cultural de Juruti). Para muitos fãs deste tipo de disputa, Juruti é a "base" de Parintinsm sendo até mais importante. Para outros, ambos são fundamentais, mesmo diferentes, cada um ao seu modo.

A "disputa" entre os festivais ocorre também pela relação entre Pará e Amazonas. Quer entender melhor? Saiba mais sobre a celebração paraense abaixo e veja a relação da cidade com o Festival de Parintins a seguir!

VEJA MAIS

Festribal de Juruti é lançado no palco do Theatro da Paz; veja fotos
Festival promete reunir em agosto milhares de pessoas para a disputa das tribos Munduruku e Muirapinima

Exposição ‘Juruti - Festival das Tribos’, do fotógrafo paraense Alexandre Baena, chega à Brasília
Em 16 telas expostas na capital do país entre os dias 20 a 23 de fevereiro, o artista faz uma imersão no Festribal, que celebra a identidade dos Povos Originários Munduruku e Muirapinima

Tribo Munduruku sagra-se bicampeã do Festribal de Juruti na 29ª edição do evento
A apuração de votos ocorreu no dia 30 de julho e consagrou, com 480 pontos, a tribo que defendeu as cores amarelo e vermelho

Realizado desde 1995, Em 2008, o Festribal foi declarado Patrimônio Cultural do Pará, por meio da Lei Estadual Nº 7.112. Após três anos, a celebração tornou-se Patrimônio Cultural do Município de Juruti, com a Lei Municipal Nº 1.010/2011. O Festival das Tribos Indígenas de Juruti é originado do Festival Folclórico de Juruti e tem como base a lenda de início do povo Muirapinima, proveniente dos Mundurukus.


A história conta que um curumim (palavra advinda do tupi “kunumim”, que significa “menino”) nasceu na aldeia Munduruku, mas com traços diferentes do restante do povo: pele clara e cabelos avermelhados. A família do menino rebelou-se contra o cacique e buscou refúgio às margens do lago Juruti-Velho, junto a alguns indígenas. Lá, havia um bosque com muirapinimas, árvores de madeira de lei utilizadas para fabricar móveis. Como forma de homenagear a planta, o povo aderiu seu nome e se tornou inimigo do grupo ao qual pertencia anteriormente.


O Festribal é uma celebração anual, sempre datado no último final de semana de julho ou no primeiro de agosto. No oeste do Pará, a disputa ocorre desde 1995. Enquanto os Muirapinimas usam as cores vermelho e azul, os Mundurukus se adornam de vermelho e amarelo.

No Festival Folclórico de Juruti, com cordões de pássaros, quadrilhas, boi-bumbá e carimbó, a dança “Tribo Munduruku” surgiu em 1993. Com coreografia indígena, no ano seguinte nasceu o grupo “Tribo Muirapinima”. Há 29 anos, Muirapinimas e Mundurukus exaltam a cultura tradicional por meio de rituais, músicas, alegorias e danças.

Juruti está no limite do estado do Pará, bem próxima ao Amazonas - especialmente ao município de Parintins. Assim, relações entre as cidades são estabelecidas e se manifestam de diversas formas. No festival dos bois Garantido e Caprichoso, três jurutienses são peças fundamentais: Marciele Albuquerque, Sebastião Jr e Patrick Araújo.

Os três, nascidos em Juruti, são itens de avaliação no Festival de Parintins. Marciele é Cunhã-Poranga do Boi Caprichoso e mora em Manaus há 13 anos. Indígena do povo Munduruku, a jovem se destaca nas apresentações do boi azulado.

Sebastião e Patrick são parentes - e rivais. Levantadores de Toadas, eles são tio e sobrinho, mas a ligação familiar não impede a disputa. Sebastião Jr é item do Boi Garantido e secretário de Cultura, Desporto e Turismo de Juruti, e Patrick Araújo faz parte do Boi Caprichoso.

VEJA MAIS

Bois gays de Parintins: conheça o Boi Boiola e o Boi Rasgadinho, representantes LGBTQIAPN+
Além dos bois Garantido e Caprichoso, parte da tradicional disputa no Festival de Parintins, outros símbolos enriquecem a cultura amazonense durante o mês de junho. Nessa sexta-feira, 28, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+.

Festival de Parintins começa hoje: saiba tudo sobre o evento dos bois Caprichoso e Garantido
Festa popular celebra a cultura diversa do povo amazônico, integrando elementos das culturas indígena, africana e europeia por meio da arte, música e tradições locais

Qual é o terceiro boi do Festival de Parintins? Veja 10 curiosidades sobre a festa e Parintins
A disputa entre os bois Garantido e Caprichoso ocorre nos dias 28, 29 e 30 de junho, em Parintins, a 420 quilômetros de Manaus (Amazonas)

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)