Dia dos Direitos Humanos: confira 6 livros para refletir sobre dignidade, justiça e liberdade

Data histórica, celebrada mundialmente em 10 de dezembro, marca a adoção da Declaração Universal em 1948 e inspira leituras

Estadão Conteúdo

O Dia dos Direitos Humanos, celebrado mundialmente em 10 de dezembro, marca a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Aprovada em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), a data simboliza o consenso de diversos países para reconhecer direitos inalienáveis a todos os seres humanos, independentemente de origem, raça, crença, gênero ou condição social.

A Organização das Nações Unidas (ONU) convidou, desde 1950, as nações a comemorarem oficialmente a data, reforçando o compromisso global com a proteção da dignidade humana. O Dia dos Direitos Humanos serve, assim, como um lembrete anual da necessidade contínua de proteger a dignidade humana, vista não como uma conquista definitiva, mas como um compromisso a ser renovado.

A data de 10 de dezembro convida à reflexão sobre as décadas de lutas sociais que antecederam a Declaração, abrangendo desde a abolição da escravidão até os movimentos trabalhistas e a defesa da liberdade de expressão. Para aprofundar essa reflexão, o jornal Estadão publicou uma seleção de livros que abordam o tema dos Direitos Humanos, explorando as liberdades fundamentais sob diferentes perspectivas.

Livros para compreender os Direitos Humanos

'Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola', de Maya Angelou

Esta autobiografia narra experiências de racismo, violência, identidade e resiliência. Angelou transforma sua vivência pessoal em um manifesto pela dignidade humana. Marguerite Ann Johnson, garota negra criada no sul por sua avó paterna, encontrou na literatura um alívio para o enorme fardo que carregava, libertando sua voz das "grades" impostas. Suas lembranças dolorosas e descobertas estão eternizadas nesta obra densa, dando voz a jovens que, como ela, foram fadados a uma vida de preconceitos.

Editora Astral Cultural (336 págs.; R$ 79,90)

'Torto Arado', de Itamar Vieira Junior

O romance aborda a desigualdade estrutural, o trabalho análogo à escravidão e a luta de comunidades rurais brasileiras. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma faca misteriosa que as conecta para sempre, a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Com prosa melodiosa, a obra de vida e morte explora combate e redenção.

Editora Todavia (246 págs.; R$ 84,90, R$ 51,90 o e-book e R$ 19,90 o audiolivro)

'Os Miseráveis', de Victor Hugo

Clássico absoluto que discute justiça, pobreza, punição, misericórdia e transformação social. A obra-prima de Victor Hugo tece uma trama complexa centrada em Jean Valjean, cuja jornada de redenção após 19 anos de prisão por roubar um pão se entrelaça com vidas marcantes e poderosas. Personagens ricos e intensos retratam a realidade implacável da época e refletem desafios atuais, justificando suas inúmeras adaptações para o cinema e televisão.

Editora Nova Fronteira (1560 págs.; R$ 189,90)

'Quarto de Despejo', de Carolina Maria de Jesus

Este diário urgente de uma mulher negra na favela do Canindé, nos anos 1950, é um documento fundamental sobre sobrevivência, pobreza e exclusão. Ele serve como um poderoso lembrete de que os Direitos Humanos precisam ser vivenciados, não apenas proclamados. Em meio a um ambiente de extrema pobreza e desigualdade, o leitor confronta o duro dia a dia de quem não tem futuro, mas resiste à miséria, à violência e à fome, percebendo com tristeza que, mesmo escrito na década de 1950, o livro mantém sua atualidade.

Editora Ática (264 págs.; R$ 101)

'O Sol É Para Todos', de Harper Lee

Livro emblemático sobre racismo, ética, infância e justiça. A narrativa da pequena Scout expõe o absurdo da discriminação com clareza brutal e ternura. Ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pelo preconceito racial, a história revela um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora. Seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado. É uma história sobre raça, classe, inocência, justiça, hipocrisia e heroísmo, mantendo-se tão importante hoje quanto em sua primeira edição, em 1960, durante a luta pelos direitos civis dos negros nos EUA.

Editora José Olympio (349 págs.; R$ 69,90, R$ 30,03 o e-book)

'Viver Nas Ruas', de Rebeca Kritsch

Nesta obra, a jornalista Rebeca Kritsch revisita a série de reportagens que realizou há 30 anos, a partir de sua experiência como moradora de rua na cidade de São Paulo, vivência que lhe rendeu o Prêmio Esso de Jornalismo. Dormindo ao relento e enfrentando frio, medo e invisibilidade, ela transforma essa vivência em um relato direto e profundamente humano sobre desafios, solidariedade e resistência. A edição em livro reúne a série completa e apresenta uma apuração inédita sobre o que mudou em três décadas, resgatando personagens, entidades, dados e histórias que marcaram a reportagem original.

Editora e-galáxia (150 págs.; R$ 56,90, R$ 39,90 o e-book)

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