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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Memórias da Cinefilia Amazônida

Marco Antonio Moreira

A história da crítica cinematográfica é repleta de momentos e personagens marcantes que impactaram tanto os espectadores quanto a própria transformação do cinema. Enquanto a maioria dos espectadores estava envolvida a uma prática de assistir filmes esteticamente repetitivos, os críticos de cinema destacaram movimentos cinematográficos e abriram novos horizontes de interpretação fílmica.

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Minha trajetória como cinéfilo teve início por meio da apreciação de diversos filmes, da leitura de livros e, sobretudo, das análises críticas cinematográficas. Meu pai, Alexandrino, escrevia sobre cinema, despertando meu interesse nesse tipo de leitura. Posteriormente, fui atraído pelos textos de Pedro Veriano e Luzia Álvares em jornais. Gradualmente, meu interesse por suas análises cresceu, cultivando um apreço imediato pela leitura de críticas cinematográficas.

Felizmente, tive acesso às obras de diversos críticos brasileiros, como Ely Azeredo e José Carlos Avellar no Rio, Rubem Biáfora e Rubens Ewald Filho em São Paulo, Fernando Spencer em Recife e Hélio Nascimento no Rio Grande do Sul. No entanto, foi por meio dos textos críticos publicados em jornais de Belém que desenvolvi uma paixão pela leitura e, posteriormente, pela escrita sobre cinema. A diversidade de premissas, opiniões e reflexões desses críticos em nossa cidade ampliou as perspectivas de interpretação dos filmes, com o foco comum na consideração do cinema como arte, influenciando meu desejo de estudar e ler mais sobre o tema.

A partir dessas experiências, surgiu a inevitável ideia de criar um projeto que valorizasse e divulgasse a história da crítica cinematográfica paraense. Elaborar coletâneas sobre a cinefilia paraense tornou-se crucial para contribuir com a cultura cinematográfica atual. Em colaboração com a Professora Bene Martins (UFPA), concebemos uma iniciativa pioneira para criar um projeto de extensão que resultou na coletânea “Memórias da Cinefilia Amazônida” e decidimos prestar homenagem a dois destacados críticos de cinema, Pedro Veriano e Luzia Álvares.

Suas contribuições abrangentes e apaixonadas aos textos cinematográficos merecem pleno reconhecimento. Pedro Veriano iniciou sua escrita nos anos 50, e a partir dos anos 60 empreendeu jornada cotidiana de elaboração de textos em um jornal. Luzia Álvares, por sua vez, deu início à sua carreira de crítica cinematográfica em 1972, dedicando-se diariamente à elaboração de análises cinematográficas.

O trabalho de Pedro e Luzia é fundamental para compreender, apreciar e ressignificar a prática da crítica cinematográfica, destacando-se pela qualidade de suas análises fílmicas, pelo intenso conteúdo histórico sobre cinema e pela ênfase dada ao cinema como uma forma de arte de significância vital para o mundo.

O projeto de extensão "Memórias da Cinefilia Amazônida", derivado da pesquisa em acervos de críticas cinematográficas, materializou-se nos últimos anos, correlacionando-se com minha tese de doutorado. Evidentemente, não foi possível abranger toda a produção textual de Pedro e Luzia, mas cada coletânea deles abarca mais de 300 páginas com críticas cinematográficas expressivas, representando décadas de dedicação à sétima arte.

A proposta da coletânea "Memórias da Cinefilia Amazônida" é englobar textos de diversos críticos de cinema paraenses, visando não apenas enaltecer suas trajetórias, mas também inspirar novos pensamentos sobre cinema. Expresso minha gratidão pela parceria com a estimada Professora Bene Martins e por Pedro Veriano e Luzia Álvares, que permitiram esta pesquisa sobre suas trajetórias cinéfilas, manifestadas por meio de tantas críticas cinematográficas relevantes e esclarecedoras. Muito obrigado!

Feliz Natal para todos!

Sessão histórica

Dia 19/12, o auditório Eneida de Moraes (Palacete Faciola) foi palco da memorável exibição de "Amazonas, Maior Rio do Mundo" de Silvino Santos, promovida pela Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) em parceria com o Museu de Imagem e Som (MIS-PA). A sessão foi marcada por uma presença notável de público com participações significativas nos debates dos professores Sávio Stocco, Jorane Castro e Alessandro Campos, os quais tiveram a minha mediação e apresentação. O músico Paulo José Campos de Melo enriqueceu a experiência com suas belas interpretações musicais inspiradas no filme. Essa exibição histórica contou com a importante correalização da Cinemateca Brasileira. Em nome da ACCPA, expresso meu agradecimento ao professor Sávio, à Cinemateca Brasileira, à SECULT-PA, ao MIS-PA e a todos os parceiros que contribuíram para a realização deste evento histórico.

Dica da Semana

Luzes da Cidade de Charlie Chaplin. Um dos maiores filmes da história do cinema. Acompanhamento musical ao vivo com Paulo José Campos de Melo (Cineclube SINDMEPA. Dia 26/12, às 19h. Entrada gratuita.

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