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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

William Friedkin e a nova Hollywood

Marco Antonio Moreira
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O cineasta americano William Friedkin faleceu no dia 07 de agosto e deixou um significante legado para os admiradores do Cinema. Ele impressionou pela habilidade e criatividade em dirigir filmes como Operação França (1971), O Exorcista (1973) e Comboio do Terror (1977). Ele foi um dos artistas mais importantes de um grupo de diretores que realizaram filmes expressivos no final dos anos 1960 e anos 1970 com a proposta de fazer mais e melhores filmes nos EUA. Friedkin, George Lucas, Francis Coppola, Martin Scorsese e Peter Bogdanovich contribuíram com obras que indicavam outras possibilidades de se fazer cinema nos EUA em um período de pouca criatividade e repetição expressos na produção de filmes de diversos estúdios.

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Desse modo, foi lançado o conceito de uma nova Hollywood que estivesse atualizada com as inovações estéticas que aconteciam nos cinemas de diversos países como França, Alemanha e Brasil (Cinema Novo). Era necessário criar outras visões sobre a produção cinematográfica promovida pela direção dos estúdios para que o cinema americano não continuasse a repetir fórmulas do fazer cinematográfico enquanto o cinema de outros países estava em plena transformação.

William Friedkin começou sua carreira no cinema realizando documentários e programas de televisão nos anos 1960, depois de trabalhar como vendedor de roupas e atuar na marinha americana. Ele dirigiu um dos últimos episódios da série de TV Alfred Hitchcock presents. Em 1967, apesar de diversos problemas na produção, realizou seu primeiro longa-metragem chamado Good Times com Cher e Sonny. Em 1968 e 1970, consegui atenção da crítica cinematográfica com Quando o Striptease Começou e Os Rapazes da Banda. Em 1971, dirigiu seu primeiro sucesso: Operação França. O filme tem no elenco Gene Hackman e Roy Scheider em uma história policial eletrizante que foge dos estereótipos de mocinho e vilão. Friedkin declarou que esse filme teve muita influência de Z de Costa Gavras. Operação França ganhou cinco Oscar incluindo melhor filme e direção.

Em 1973, Friedkin teve seu maior sucesso: O Exorcista. O filme revolucionou o gênero terror e mostrou o talento e estilo do diretor. O Exorcista foi indicado para diversos Oscar e teve uma das maiores bilheterias da história do cinema. Em 1977, dirigiu O Comboio do Medo, remake do excelente filme francês O Salário do Medo. Essa produção não teve bom resultado nas bilheterias, mas evidenciou a força criativa de Friedkin.

Parceiros da Noite (1980) estrelado por Al Pacino gerou polêmica em uma trama em que um policial foi destacado para investigar uma série de assassinatos de homossexuais em Nova York. Em 1981, Friedkin teve um ataque cardíaco e retornou ao cinema somente em 1985 com o excelente Viver e Morrer em Los Angeles com William Petersen e Willem Dafoe. Ele realizou bons filmes nos anos 1990 e 2000 como Jade (1995), Caçado (2003) e Killer Joe (2011). Seu estilo rígido de filmar usando diversos métodos de direção para conseguir o melhor dos atores ficou famoso e foi diversas vezes criticado.

Como um realizador com uma personalidade forte e controversa, William Friedkin tinha intensa cinefilia e conhecimento da história do cinema. Ele citou Jean-Luc Godard, Federico Fellini, François Truffaut e Akira Kurosawa como suas influências na direção e citou o cineasta americano Woody Allen como o maior cineasta vivo do cinema.

Friedkin concluiu recentemente a direção do filme The Caine Mutiny Court-Martial que tem estreia programada para o Festival de Veneza em setembro. É relevante conhecer a filmografia de Friedkin e entender sua importância para o cinema. Confira o documentário Friedkin Uncut (2018) de Francesco Zippel que mostra detalhes sobre sua vida e a carreira de diretor de cinema.

Friedkin tornou-se imortal! Obrigado, Friedkin!

Mubi

O canal de streaming disponibiliza para seus assinantes o documentário The Great Buster: A Celebration (2018) de Peter Bogdanovich sobre um dos maiores diretores da sétima arte: Buster Keaton. Bogdanovich foi um cineasta, crítico e pesquisador e tem seu trabalho vinculado a divulgação das obras de diversos diretores do cinema.

Aracy

Aracy Balabanian foi uma artista que encantou diversos públicos. Ela foi uma atriz admirável e sempre vai brilhar no mundo das artes. Gostaria que ela tivesse participado de mais filmes! Seu legado é inesquecível. Obrigado, Aracy!

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