Veja quais foram os maiores desastres espaciais da história

Nave considerada a mais poderosa já construída explodiu nesta quinta-feira (20)

Emilly Melo
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O lançamento de foguetes e ônibus espaciais exige complexos sistemas, com simulações e testes rigorosos para garantir que nada saia do planejado após a decolagem da plataforma de lançamento. No entanto, a história já registrou alguns desastres espaciais durante as missões, como a mais recente explosão do foguete Starship. A nave espacial da SpaceX — empresa do bilionário Elon Musk — explodiu minutos depois de decolar da plataforma de lançamento, nesta quinta-feira (20), Boca Chica, perto de Brownsville, no estado americano do Texas.

O veículo, considerado a nave espacial mais poderosa já construída, foi projetado para transportar pessoas e carga em futuras missões à Lua e a Marte, mas não conseguiu atingir a órbita da Terra. 

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Assim como o desastre que aconteceu no lançamento da Starship, outras missões espaciais não saíram como o planejado. Veja: 

1. O acidente de Max Valier (1930)

Em janeiro de 1930, o inventor austríaco Max Valier iniciou os testes com foguetes alimentados por propelente líquido. Ele trabalhava com uma câmara de combustão, um tubo de aço que tinha uma abertura para exaustão e outra para receber o propelente. Depois de abastecida com combustível e oxigênio líquido, que eram misturados, a câmara era acesa e uma força correspondente ao empuxo era gerada. No entanto, o invento não apresentava segurança nos testes, o que resultou em uma explosão violenta que disparou um estilhaço que atingiu uma artéria pulmonar do inventor. Ele morreu em dez minutos, aos 35 anos.

2. Incêndio da Apollo 1 (1967)

No dia 27 de janeiro de 1967, os astronautas Virgil Grissom, Edward White e Roger Chaffee, do programa Apollo, entraram em um módulo de comando para realizar um teste antes do lançamento do foguete. Entretanto, um curto-circuito na nave provocou um incêndio enquanto os astronautas estavam a bordo. Nem mesmo a equipe que estava do lado de fora conseguiu abrir a espaçonave. Os astronautas não conseguiram sobreviver ao incêndio.

3. As falhas da nave Soyuz 1 (1967)

Vladimir Komarov, primeiro russo a realizar dois voos espaciais, voo sozinho a bordo da Soyuz 1, que ainda estava em estágio experimental de desenvolvimento, em 1967. Cerca de nove minutos após o lançamento, já em órbita, um dos painéis solares falhou, deixando a nave sem energia e, consequentemente, sem o funcionamento correto dos controles. A missão foi abortada e, depois de uma reentrada complicada na atmosfera da Terra, os paraquedas não abriram adequadamente, o que resultou em uma descida descontrolada. Komarov não conseguiu escapar antes de a nave se chocar violentamente contra o solo, não resistindo à queda.

4. Falha na missão Soyuz 11 (1971)

Na tentativa de levar cosmonautas à estação Salyut 1, a antiga União Soviética lançou a missão  Soyuz 11, que levou Georgi Dobrovolski, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev à estação, em 1971. Eles ficaram 22 dias nas instalações, um tempo recorde de permanência. Mas, uma falha na válvula da nave provocou a morte de todos os tripulantes durante a reentrada na atmosfera. Quando a equipe de recuperação foi até a nave, já em solo, para abrir a escotilha, encontraram os astronautas mortos. Foram realizados procedimentos médicos para tentar reanimá-los, mas sem sucesso porque os tripulantes já não respiravam há pelo menos 15 minutos antes da aterrissagem. 

Segundo a equipe de recuperação, provavelmente, eles morreram asfixiados devido a uma válvula rompida, que teria permitido que o ar escapasse para o espaço durante a descompressão. Eles morreram a cerca de 160 km de altitude e, até hoje, são as únicas pessoas que morreram no espaço.

5. O desastre do cosmódromo de Plesetsk (1980)

Em 18 de março de 1980, um foguete russo Vostok — o mesmo tipo daquele que foi usado para levar o cosmonauta Yuri Gagarin ao espaço, em 1961 — era abastecido para levar o satélite Tselina à órbita. Entretanto, o veículo explodiu e acabou incendiado durante o procedimento, sendo engolido pelas chamas enquanto ainda estava na plataforma. O acidente causou a morte de cerca de 50 pessoas — a maioria das vítimas eram soldados soviéticos, e houve outros que morreram posteriormente em função dos ferimentos.

A investigação oficial do acidente aponta que o ocorrido aconteceu devido a erros da equipe em solo, que teriam quebrado as regras de segurança contra incêndios. Contudo, há fontes que afirmam que essa conclusão está errada e que, na verdade, o desastre poderia estar relacionado a uma válvula, que, ao entrar em contato com o peróxido de hidrogênio, poderia causar uma reação explosiva em cadeia.

6. A Tragédia de Alcântara (2003)

No Brasil, o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, também foi palco de um desastre espacial. Em 2003, um foguete foi acionado prematuramente, sendo que toda a estrutura ao redor do veículo já estava montada. A ignição resultou na explosão da torre de lançamentos e na morte de 21 técnicos que estavam por lá.

Segundo a Aeronáutica, o acionamento súbito de um dos motores do foguete aconteceu por conta de uma falha em uma peça específica, que é necessária para ativação do veículo.  Essa falha pode ter acontecido por dois motivos: ou uma corrente elétrica indevida passou por lá, ou houve uma descarga eletrostática em algum ponto próximo. 

7. Falha na aeronave SpaceShipTwo (2014)

Em 2014, o piloto do SpaceShipTwo, Peter Siebold, e o co-piloto, Michael Alsbury, foram jogados para fora do veículo, que se desintegrou, e somente Siebold sobreviveu. As investigações realizadas pelo National Transportation Safety Board determinaram que Alsbury acionou um componente do avião cedo demais, o que causou excesso de estresse aerodinâmico. 

Um dos membros da comissão afirmou que não havia ninguém melhor nos procedimentos que ele, mas concordou que o piloto "experienciou alta carga de trabalho como resultado de ter que lembrar de cor as tarefas, enquanto as realizava sob condições de pressão, tempo e vibração que não havia experienciado antes".

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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