Procuradora do MP que recebeu mais de R$ 40 mil reclama do salário: 'em situação de pires na mão'
O caso ocorreu na mesma sessão em que outra procuradora lamentou os R$ 30 mil que recebe

A procuradora Yara Alves Ferreira e Silva, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), foi duramente criticada nas redes sociais após ela ter reclamado que o salário dos servidores é ruim. O caso teria ocorrido na mesma sessão do MP-GO em que outra procuradora, Carla Fleury de Souza, lamentou o atual salário que recebe, de cerca de R$ 30 mil mensais, mesmo chegando a ganhar mais de R$ 72 mil em dezembro do ano passado.
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"Estamos hoje em uma situação de pires na mão (expressão usada como pedir esmola). Humilhados e agachados diante de todos os servidores de carreira jurídica no Estado”, falou a procuradora Yara, durante a 5º sessão ordinária do Colégio de Procuradores de Justiça, na última segunda-feira (29).
Pelo Portal da Transparência da instituição, a servidora recebeu o valor líquido de R$ 41.776.03 no mês passado, valor 3059% maior do que o salário mínimo brasileiro, que é de R$ 1320. Conforme consta no site do MP-GO, a procuradora, que é membro do Conselho Superior do Ministério Público de Goiás, teve um total de rendimento bruto de R$ 60,406,86 em maio deste ano.
De acordo com a procuradora, integrantes do MP-GO estão em uma situação sofrida e que, “se a situação é ruim para todos nós, imagina para eles”, se referindo aos servidores em greve desde o dia 15 de maio. Segundo nota da Ansemp (Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público) enviada ao UOL, eles reivindicam reajuste salarial e atualização das atribuições dos cargos em razão do aumento da demanda de trabalho com o avanço tecnológico.
“Meu dinheiro é só para fazer minhas vaidades”, disse procuradora
A procurada Carla Fleury de Souza, que já teve rendimento líquido de R$ 72.228,99, também foi criticada por reclamar do salário. “O meu dinheiro é só para fazer minhas vaidades. Graças a Deus. Só para os meus brincos, minhas pulseiras, meus sapatos”, afirmou ela.
As duas procuradoras fazem parte do 1% mais rico da população brasileira que, recebem mais de R$ 50 mil, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, 10,7 milhões de pessoas tiveram rendimento médio domiciliar per capita de R$ 87, enquanto 2,1 milhões de pessoas tiveram rendimento acima da casa dos R$ 17 mil.
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