‘Confiança do Consumidor’ por economia estável cresce, mas belenenses não percebem diferença

Segundo os dados, as melhorias foram causadas pelo novo salário mínimo e pela sensação de alívio após curto período de inflação

Amanda Martins
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Dados do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) mostram que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 pontos percentuais em maio quando comparado ao mês de abril. Essa alta foi motivada pela melhoria das expectativas da população para os próximos mês do ano, e estão diretamente associadas ao aumento do salário mínimo e a sensação de alívio da inflação no curto prazo, sentida em diferentes classes sociais. 

São os consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100 que estão recuperando a confiança em dias melhores, enquanto os que possuem maior poder aquisitivo, com renda acima de R$ 9.000 apresentam queda. 

O economista Valfredo de Farias apontou que o que pode ter ajudado também a elevação positiva, em certos casos,  é o Programa Bolsa Família,  que garante uma renda mínima aos beneficiados por pessoas e adicional para crianças, adolescentes e gestantes.  

“Isso contribuiu para que as pessoas de baixa renda tenham uma perspectiva de melhora, como elas começaram a ganhar mais, consomem melhor. Outro fator importante é a diminuição do desemprego”, mencionou o economista.

Mesmo com bom desempenho, o ICC ainda está abaixo dos patamares ideais. Valfredo explicou que isso pode estar ligado ao cenário, por exemplo, pelo endividamento das famílias, que tendem ficarem maiores em datas festivas. 

“Geralmente são nessas datas que as pessoas se endividam mais, poucos meses depois, estão inadimplentes. Isso ajuda a piorar o cenário”, complementou o economista. 

Já o Índice de Expectativa (IE) foi mais sensível à alta da confiança sentida no mês de maio, conseguindo subir 2,8, para 100,4 pontos. Os números mostram um dos melhores resultados desde março de 2029, quando o índice alcançou 101,1. 

O resultado leva a crer que há um sinal de recuperação da economia, principalmente após a instabilidade sentida nos críticos anos da pandemia da covid-19, quando o mundo precisou parar lidar com uma emergência sanitária global, onde houve altas taxas de desemprego. 

Enquete Grupo Liberal: A economia melhorou? E o que mais preocupa o consumidor?

A equipe de reportagem do Grupo Liberal foi até às ruas, mais precisamente na Avenida Presidente Vargas, no bairro da Campina, na manhã desta quarta-feira (31), para saber se os belenenses concordam com a situação financeira do país e, se ao longo dos últimos meses sentiram melhoras e quais as principais queixas.   

Dos cinco entrevistados, três afirmaram que a economia do Brasil ainda precisa melhorar bastante. O autônomo Aldo Corrêa Mendes, de 45 anos, foi um deles. Para ele, mesmo diante da possibilidade de créditos no mercado, a oferta não chega para todos, e exclui os mais endividados. 

image Aldo Corrêa Mendes, 45 anos, trabalha como autônomo no comércio (Ivan Duarte / O Liberal)

“Pelo o que estou vendo, acho que continua a mesma coisa. O aumento do salário mínimo não fez diferença nenhuma. As coisas continuam ficando caras, os preços aumentando. É difícil”, constatou Aldo.

O que mais preocupa a dona de casa Carmen Lúcia, de 61 anos, são os custos da energia elétrica, o gás de cozinha e as idas ao supermercado. 

“Ao meu ver, já deve ter melhorado, mas ainda não chegou em um momento que nos traga conforto como eu desejo. Continuando percebo que os preços continuam altos”, disse ela que ainda não está acostumada a ver os produtos mudarem de preço com frequência.

image Carmen Lúcia, 61 anos, dona de casa (Ivan Duarte / O Liberal)

A empreendedora Roselene da Silva, de 42 anos, também disse não ter notado mudanças significantes, mas sim, uma certa estabilidade no mercado. O supermercado é elencado por ela como uma das maiores preocupações, principalmente por ter uma família pequena e precisar gastar mais do planejado todos os meses.

image Roselene da Silva, 42 anos, empreendedora (Ivan Duarte / O Liberal)

Entrevistadas destacam crescimento de oportunidade e ‘comida na mesa’

Na mini barraca de sandálias personalizadas de Antônia Azevedo, de 39 anos, localizada no comércio de Belém, o que não está faltando são clientes comprando calçados.   Para ela, a economia tem fluído positivamente, principalmente após a passagem da pandemia. Na época, Antônia chegou a utilizar o auxílio para não passar dificuldades.

image Microempreendedora Antônia Azevedo, 39 anos, (Ivan Duarte / O Liberal)

“Eu vi a dificuldade, passei pela pandemia e sei o que as pessoas sofreram. Eu não podia trabalhar, né, e tive apoio naquele momento. Agora, melhorou bastante, consegui comprar meu gás tendo gás na cozinha, o que poucas pessoas conseguem. Claro que não dá para viver com roupa de marca, mas me alimento todos os dias”, comemorou.

A jornalista Adriana Lima, de 47 anos, também comemora a nova perspectiva que está podendo vivenciar.  Apesar de achar muito cedo para analisar se tem sido, de fato, próspero, ela se diz contente ao notar pequenas diferenças nos produtos dos mercados e na queda da gasolina.

image A jornalista Adriana Lira, 47 anos (Ivan Duarte / O Liberal)

“Eu sou consumista e atenta a tudo. Antigamente, os valores aumentavam a todo o momento e as pessoas nem conseguiam prestar atenção nisso. Agora, já conseguimos ver diferença no preço do alimento, leite deu uma reduzida, estava comprando por R$ 9, agora consigo por R$ 6 e alguns centavos”, comentou.

 

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