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Polícia resgata suspeito de estuprar criança após ser torturado pelo 'tribunal do crime'

Membros do PCC se preparavam para dar a “sentença” ao homem quando policiais chegaram

Emilly Melo

Um homem de 40 anos foi torturado no chamado “tribunal do crime” por ser suspeito de estuprar uma criança, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Ele foi torturado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e acabou sendo resgatado por policiais antes de ser morto pelo grupo. O caso aconteceu no sábado (11), mas só foi registrado no domingo (12). 

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Segundo a polícia, o homem foi até uma residência no Bairro Universitário, onde havia combinado um programa sexual com uma mulher. No local estavam duas adultas e uma criança, até que uma das mulheres saiu e ao retornar afirmou ter encontrado a filha chorando no colo da colega Karoline Maciel Santana, que faria o programa. A criança diz que o homem mostrou o órgão genital para ela

A mãe da criança, que usava tornozeleira eletrônica, e Joilson Gonçalves Soares, vulgo "Dentinho", agrediram o suspeito. Ele foi espancado com um socador de alho, agredido com facadas, socos e chutes, e levado para outro local, onde seria “julgado”. 

A sessão de tortura foi filmada e o vídeo chegou ao coordenador da empresa onde o suposto abusador trabalhava, que acionou a polícia. A Polícia Militar, com apoio da Polícia Penal, conseguiu localizar a mulher que aparecia com tornozeleira

Por uma fresta da casa, os agentes viram vários homens dentro da residência e a vítima sentada, com várias lesões pelo corpo, sendo vigiada por dois homens e três mulheres, sendo Ronaldo Souza de Freitas, André Luiz Ojeda Gonçalves Fernandes, Karoline Maciel Santana, Karla Karolliny Ribeiro Hurtado e a mãe da criança que havia, supostamente, sido abusada.

O celular de uma das mulheres recebeu uma ligação com 15 participantes, que fariam o “julgamento” do suspeito, e em seguida, executariam a "sentença". O homem foi resgatado pelos policiais e levado ao hospital de Corumbá. 

Foram apreendidos os objetos utilizados pelos criminosos. Entre os envolvidos, apenas o “Dentinho” não foi localizado. Os demais foram levados para a delegacia. 

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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