Élcio Queiroz admite participação na morte de Marielle e aponta Ronnie Lessa como autor dos disparos
Em delação premiada, Queiroz admitiu sua participação, do ex-policial reformado Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Em delação premiada à Polícia Federal, o ex-policial militar Élcio Queiroz admitiu sua participação, do ex-policial reformado Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira, 27, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Segundo ele, no depoimento já homologado pela Justiça, Élcio confessou a participação no assassinato e detalhou a ação criminosa. O ministro concedeu coletiva de imprensa nesta manhã, ao lado do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e do diretor do Sistema Penitenciário Federal substituto, Renato Vaz.
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Preso desde 2019, Élcio confirmou que dirigiu o carro usado no ataque. Ele ainda disse que Ronnie foi o responsável pelos disparos de submetralhadora contra Marielle. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso durante operação nesta manhã, também teria participado do crime.
“Tivemos uma delação, uma colaboração premiada, do senhor Élcio Queiroz – como todos os senhores sabem, há alguns anos, essa investigação gira em torno desses dois personagens: Ronnie e Élcio. Nessa delação, o senhor Élcio revelou a participação de um terceiro indivíduo, que é o Maxwell, e confirmou a participação dele mesmo e do Ronnie Lessa”, afirmou o ministro Dino.
O ex-bombeiro, conhecido como Suel, acabou preso na manhã desta segunda-feira, 27, durante a Operação Élpis, a primeira deflagrada pela PF sobre os assassinatos ocorridos em 2018. Além da prisão preventiva de Maxwell, outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e na região metropolitana.
De acordo com Dino, o depoimento conclui esta fase da investigação, “com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime”. No entanto, segundo o ministro, há, “sem dúvidas, a participação de outras pessoas”.
“Os alvos da busca e apreensão estão relacionados à delação premiada do Élcio. Ou seja, a busca e apreensão, provavelmente, ao longo das próximas semanas, resultará na produção de novas provas, de confirmação da delação e também da indicação do próximo passo da investigação”, informou o ministro.
Relembre
Marielle e Anderson foram executados a tiros na noite de 14 de março de 2018. O inquérito nunca foi concluído. A polícia desvendou apenas parte do crime. Os mandantes e a motivação dos assassinatos continuam desconhecidos.
Quando assumiu o Ministério, em 2 de janeiro, Dino disse que desvendar os dois assassinatos era questão de honra. Em fevereiro, a PF entrou na investigação, em parceria com o Ministério Público do Rio e a Polícia Civil.
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