Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas, aponta IBGE

Bahia e Maranhão são os estados brasileiros com as maiores concentrações de quilombolas

Gabriel Bentes
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O Brasil contabilizou 1,3 milhão de quilombolas em 2022, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Logística (IBGE). Os dados reúnem informações sobre a localização e situação econômica destas pessoas, que estão sendo identificadas pela primeira vez na história do Censo Demográfico.

De acordo com o Artigo 2º do Decreto 4.887/2003, quilombolas são "grupos étnicos, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão historicamente sofrida". Essa população é reconhecida pela Constituição de 1998 como grupo originário, como forma de reparação histórica.

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Em uma pesquisa realizada em 5.568 municípios do Brasil mostrou que 1.696 deles tinham moradores quilombolas e em 473.970 domicílios residia pelo menos uma pessoa da comunidade. Em uma somatória exata, o Brasil registrou 1.327.802 quilombolas, um representativo de 0,65% da população brasileira.

Nordeste tem a maior concentração

De acordo com a pesquisa, o Nordeste concentra a maior parte dos quilombolas do Brasil, representando 68,19% da totalidade da população tradicional no país. A maior parte está localizada nos estados da Bahia(397.059 mil / 29,90%) e Maranhão (269.074 mil / 20,26%). Juntos, eles agrupam 50,19% dos quilombolas brasileiros, mais da metade em todo o território nacional.

Nessa região, os maiores números foram registrados nas cidades do Senhor do Bonfim (BA), com 15.999 quillombolas, Salvador (BA) com 15.897 e Alcântara (MA) com 15.616.

No entanto, a ilha maranhense se destaca em nível de concentração populacional. Em relação à quantidade total de moradores, 84,6% da região são quilombolas.

Por outro lado, os estados do Acre e Roraima não registraram a existência de pessoas quilombolas em suas regiões.

Confira a lista completa:

image Bahia é o estado que mais tem quilombolas. Acre e Roraima não registraram nenhuma pessoa da comunidade. (Divulgação/IBGE)

 

Somente 12,6% da população quilombola mora em territórios oficialmente delimitados 

"Foram identificados 494 Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, presentes em 24 estados e no Distrito Federal, que abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas (82,16%) e 36.316 (21,72%) não quilombolas. Assim, 12,6% dos quilombolas do país residiam em territórios oficialmente delimitados e 87,4% encontravam-se fora de áreas formalmente delimitadas e reconhecidas", informa o site do IBGE.

Concentração de pessoas quilombolas em territórios delimitados

Os estados com as maiores proporções de quilombolas em territórios delimitados são:

  • Amazonas (45,43%);
  • Sergipe (45,24%);
  • Mato Grosso do Sul (44,97%)

Os menores percentuais são nos estados:

  • Alagoas (1,83%);
  • Minas Gerais (3,38%);
  • Bahia (5,23%). 

Concentração de pessoas não-quilombolas em territórios delimitados

Por outro lado, os estados com maior presença de não-quilombolas nos territórios oficialmente delimitados são:

  • Paraíba (51,58%);
  • Espírito Santo (45,09%);
  • Rio Grande do Sul (41,99%).

Os menores percentuais estão nos seguintes estados:

  • Piauí (3,50%);
  • Rondônia (4,33%);
  • Rio Grande do Norte (5,17%).
image Apenas 12,6% da população quilombola residem em territórios oficialmente delimitados (Divulgação/IBGE)

Importância do mapeamento no Brasil

"Com essa divulgação, o IBGE atende a uma demanda histórica da sociedade brasileira, dos órgãos governamentais e dos movimentos sociais. Conhecer o número de pessoas quilombolas e como elas se distribuem pelo país, no nível de municípios, vai orientar políticas públicas de habitação, ocupação, trabalho, geração de renda e regularização fundiária”, declara Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE. 

“É importante destacar que todos esses dados refletem um processo participativo, em que a população quilombola esteve presente junto com o IBGE desde o início, no mapeamento das comunidades, na definição dos questionários, na organização para o planejamento da coleta, no treinamento dos recenseadores e, agora, na divulgação dos resultados”, complementa Fernando Damasco, Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas. 

(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão da editora de OLiberal.com, Ádna Figueira)

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