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Entenda o caso Felca e a denúncia contra influenciadores por exploração de menores nas redes sociais

Youtuber expõe conteúdo envolvendo menores, critica plataformas e provoca debate nacional sobre "adultização infantil"

Hannah Franco

O humorista e youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, trouxe à tona um tema grave e delicado na última semana: a exploração e sexualização de menores nas redes sociais. Em um vídeo publicado em seu canal do YouTube, que já ultrapassa 28 milhões de visualizações, o influenciador denuncia práticas envolvendo crianças e adolescentes em conteúdos considerados inapropriados.

O caso ganhou grande repercussão nas redes e já movimenta autoridades, incluindo o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Câmara dos Deputados. A seguir, entenda o que aconteceu, quem são os envolvidos, o que diz a Justiça e quais as consequências até agora.

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O que aconteceu?

Felca publicou um vídeo de quase 50 minutos no YouTube, onde analisa perfis de influenciadores que, segundo ele, promovem a "adultização infantil" — ou seja, expõem menores de idade a comportamentos, vestimentas e situações próprias de adultos, muitas vezes com cunho sexualizado.

Ele denuncia que isso não só ocorre com consentimento de adultos responsáveis, como é impulsionado por plataformas digitais que monetizam e recomendam esses conteúdos para um público amplo.


Quem são os principais envolvidos?

Hytalo Santos

Influenciador digital com milhares de seguidores, Hytalo é investigado pelo MPPB desde 2024 por suspeita de exploração de menores nas redes sociais. Ele é acusado de publicar vídeos com crianças e adolescentes em roupas curtas e danças sensuais. Após a denúncia viral de Felca, teve as contas suspensas e os lucros com vídeos bloqueados pela Justiça.

Kamylinha Santos

Adolescente de 17 anos que integra a chamada "Turma do Hytalo". Ela aparece com frequência nos vídeos do influenciador e, segundo Felca, foi exposta desde os 12 anos em conteúdos inadequados. Um dos vídeos mais polêmicos mostra a jovem passando por uma cirurgia de implante de silicone, registrada e publicada online.

Caroline Dreher

Outro caso citado é o da influenciadora mirim Caroline Dreher, que teria começado a criar conteúdos aos 11 anos com danças inocentes, mas que evoluíram para postagens de teor sensual. Felca aponta que pais, produtores e seguidores também estariam envolvidos no incentivo à exploração.

Qual o papel das plataformas?

Felca acusa plataformas como YouTube, Instagram e TikTok de serem coniventes com a disseminação de conteúdo inadequado, por meio de algoritmos que recomendam esses vídeos e permitem sua monetização — ou seja, geram dinheiro para os criadores conforme o número de visualizações.

"As redes deveriam sinalizar esse tipo de conteúdos e não monetizando. Banindo, punindo e não colocando no caldeira de sopa dos recomendados", disse Felca no vídeo. No sábado (9), ele publicou uma versão resumida no Instagram, que já passou de 160 milhões de visualizações.

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O que diz a Justiça?

Após a repercussão do vídeo, a Justiça da Paraíba determinou:

  • Bloqueio do acesso de Hytalo Santos às redes sociais
  • Proibição de contato com menores citados no processo
  • Desmonetização de seus vídeos

As medidas são provisórias e atendem a pedido do MPPB, que segue investigando o caso. O relatório final deve ser concluído nos próximos dias, em João Pessoa.

A repercussão do vídeo de Felca chegou ao Congresso Nacional. No domingo (10), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que irá pautar projetos de lei para discutir o tema.

Quais os impactos para os menores?

Felca entrevistou uma psicóloga no vídeo para explicar os riscos da adultização infantil, que pode gerar transtornos emocionais, psicológicos e sociais nas crianças expostas.

A adultização é o processo de colocar sobre crianças responsabilidades, comportamentos ou sexualizações que pertencem ao universo adulto, muitas vezes por influência de redes sociais e validação virtual.

Assista o vídeo completo: