Alvo de processos por erro, médico volta a operar no Rio; registro profissional está ativo

Segundo informações, não há impedimento legal para a atuação do médico

Carolina Mota

O médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva voltou a operar no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A clínica, inclusive, tem sido procurada por vários clientes, mesmo que o profissional tenha a ficha criminal suja, por ter sido preso acusado de erro médico.

Ele já havia voltado a atuar após deixar a prisão, no final de fevereiro, e está de volta à sala de cirurgia desde abril deste ano. A informação foi confirmada pelo advogado de defesa, Alexandre Costa.

"Ele está clinicando e realizando cirurgias reconstrutivas. Lembrando que ele não tem nenhum tipo de impedimento para continuar exercendo sua profissão, seja do Conselho de Medicina ou da Justiça", reforçou o advogado.

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) do Rio de Janeiro afirmou que o médico é alvo de sindicância na instituição, mas que segue com o seu registro ativo. “O procedimento em nome do profissional está em andamento e corre em sigilo, seguindo os ritos obrigatórios do Código de Processo Ético-Profissional”, disse o representante.

Consultório cheio

O histórico do médico, que envolve uma lista de processos movido por mulheres vítimas de cirurgias malsucedidas, parece não ter impacto algum na carreira do profissional. A nova clínica apresenta uma longa fila de espera por pacientes que querem operar com Bolívar.

De forma frequente, a nova assistente do médico avisa a quantidade de vagas que tem para atendimento em uma determinada semana, e lembra que são poucas.

Ação Judicial

A ação foi movida pela dona de casa Daiana Chaves, de 37 anos, que ficou internada por quatro meses após procedimentos com o médico.

Inicialmente, Bolívar foi acusado de homicídio tentado, mas, após audiências, o Ministério Público pediu a retirada do crime da denúncia, pedindo ao juiz que tipificasse a ação penal praticada.

O pedido abre brecha para que Bolívar seja absolvido, o que sua defesa já manifestou. "O próprio Ministério Público reconheceu que a Daiana não correu risco de vida. Essa conclusão foi obtida a partir do depoimento de diversos médicos, inclusive o dela, uma série de contradições da paciente, que escondeu que fumava, que era pré-diabética e hipertensa, que são condições que alteram e dificultam o processo de cicatrização", disse Alexandre Costa.

O caso

O caso de Daiana Chaves Cavalcanti veio à tona após ela denunciar publicamente que era mantida em cárcere privado na Clínica Santa Branca, de propriedade do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva.

No dia 3 de maio, ela realizou uma cirurgia para fins estéticos nas nádegas, costas e abdômen. Teve complicações, voltou à Santa Branca e fez novo procedimento, uma abdominoplastia para corrigir problemas da primeira cirurgia, e também realizar uma mamoplastia - cirurgia que reduz as mamas e as reposiciona.

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política e Economia*

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