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Ver-o-Peso: feirantes e gestores comentam expectativas para o espaço aos 395 anos de funcionamento

Histórias de vida fazem parte da maior feira ao ar livre da América Latina

Camila Guimarães
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A maior feira ao ar livre da América Latina, o Ver-o-Peso, completou 395 anos de funcionamento neste domingo (27). A comemoração contou com missa, celebrada no Mercado de Carne Francisco Bolonha, e o tradicional compartilhamento do bolo de aniversário, em frente ao Solar da Beira, na presença de feirantes, visitantes, associações de trabalhadores do complexo e representantes da prefeitura. Feirantes e gestores comentam a importância e as expectativas para a feira nos próximos anos.

Os irmãos Valdira e Luciano Pereira, de 76 e 51 anos, respectivamente, estiveram no local prestigiando o espaço no qual trabalharam ao longo de 42 anos. Para ambos, mesmo depois de aposentados, o dia não poderia passar em branco: “A gente se criou no Ver-o-Peso! Nossos pais tinham barraca aqui. A gente também trabalhou aqui, vendendo alimentos, desde o café da manhã até a janta. Eu me sinto parte dessa história”, comenta Luciano.

Valdira lembra que começou a trabalhar desde muito jovem e atribui ao Ver-o-Peso uma grande importância para sua formação não apenas profissional, mas também pessoal: “O Ver-o-Peso é um mestre, aqui a gente aprendeu de tudo, é uma escola. É onde a gente consegue o pão de cada dia, não importa se você chega aqui sem nada”.

A vendedora de mingau, Maria do Socorro, de 58 anos, também estava desde cedo no Solar da Beira, aguardando pelo corte do bolo, afinal, para ela, o dia também era uma forma de celebrar seus 30 anos de trabalho no Ver-o-Peso: “É uma coisa boa, porque eu dependo da feira, eu sustentei todos os meus filhos daqui, vendendo mingau. É um trabalho que já veio do meu pai, passou para as minhas irmãs e, agora, ficou pra mim”.

 

Feirantes esperam melhorias para o futuro do Ver-o-Peso

Para essas pessoas, que dedicaram parte significativa das suas vidas trabalhando no Ver-o-Peso, a expectativa é que a feira melhore nos próximos anos. “Eu espero melhorias para aumentar a procura pelo turismo, para voltar a ser como era antes. Mas também que a feira melhore para quem já é daqui, porque ela funciona o ano todo, não só no Círio e no fim de ano”, diz Luciano Pereira.

Maria do Socorro ressalta a necessidade de melhorias estruturais e de atrativos para os consumidores: “eu acho que falta melhorar. Ali onde a gente trabalha tem aquela lona e fica muito quente pra gente. E também queria que o movimento mudasse, porque atualmente não está bom, principalmente depois da pandemia”.

Para a presidente da associação dos feirantes, Nilce Ribeiro, o Ver-o-Peso é uma segunda casa e, apesar de ter melhorado com o tempo, ela espera que o espaço ganhe mais investimentos: “A gente entende que tem muita coisa que precisa ser melhorada, como a questão da segurança e limpeza, principalmente, e procuramos fazer nossa parte”.

 

Administração da feira planeja mais participação dos trabalhadores

Como representante dos feirantes, Nilce comenta que o diálogo com a administração da feira, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Economia (Secon), tem sido bom, mas pontua que poderia ser ainda melhor. O secretário da Secon, Apolônio Brasileiro, confirmou que essa aproximação entre gestão e feirantes é um projeto para este novo ano de funcionamento:

“A gente está tentando requalificar um novo modelo de gestão. Estamos reinstalando o condomínio participativo para a gestão e as melhorias que vamos fazer, principalmente em segurança pública, mas também em infraestrutura e atendimento à população, sejam discutidas dentro desse condomínio participativo, com a sociedade”, afirma o secretário.

Apolônio explica que, com a vigência desse novo modelo de gestão, cada setor do complexo (Feira do Açaí, Pedra do Peixe, Mercado de Ferro, Mercado Francisco Bolonha, Solar da Beira e Feira livre) terá um representante para compor um conselho de gestão e, “dessa forma, consigam discutir as melhorias e participar das decisões sobre as prioridades de investimento”, explica.

O aniversário contou, ainda, com a presença do vice-prefeito de Belém, Edilson Moura, que cantou os parabéns e cortou a primeira fatia do bolo que, em seguida, foi repartido e distribuído entre os presentes. A comemoração continuou com apresentação de dança do grupo Rabo do Boi.

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