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Vendedores de camarão da estrada de Mosqueiro: comércio é sinônimo de orgulho e repassado de geração

Conheça a história de três mosqueirenses que criar seus filhos e ajudaram a família apenas comercializando o crustáceo na beira da estrada

Amanda Martins
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Quem já passou ao longo da estrada para a Ilha do Mosqueiro (PA), avistou centenas de vendedores de queijo, pamonha, churrasquinhos, e claro, camarão, que vão até os veículos oferecer estes produtos. Mas, o que pouca gente sabe é o que existe por trás de cada pequeno comerciante, que fica ali, descendo a ponte para entrar no município. Mais do que servir de sobrevivência à economia e ajudar a criar filhos e netos, a comercialização deste fruto do mar tão “queridinho” pelos paraenses é visto por eles próprios como uma verdadeira tradição familiar

Dos 70 anos da mosqueirense Teresinha Conceição da Silva, trinta foram dedicados a trabalhar com a venda dos crustáceos. De sol a sol, ela conseguiu, sozinha, criar mais de três filhos. Por todos terem aprendido desde cedo qual seriam suas “heranças” imateriais, ou seja, os conhecimentos de qual melhor camarão escolher, a época de compra e conquistar os fregueses, cada um possui mini quiosque  na beira da estrada ao longo da ilha.   “É nosso maior orgulho”, declarou a senhora. 

image Dona Teresinha comercializa aqueles camarãos "Pitu" que são maiores e chamam a atenção dos turistas (Thiago Gomes / O Liberal)

Luiz Fortunato, ou conhecido popularmente na região como “Nato”, trabalha há mais de 30 anos com a venda do fruto do mar e é dono de uma das primeiras barracas avistas para quem desce a ponte, no Furo das Marinhas e chega à maior ilha da capital.   A tradição de vender crustáceo entrou em sua vida quando ainda era criança, por influência do pai e, hoje, ele repassa aos filhos.

“Aprendi gostar de vender camarão, reconhecer quais são os melhores para a venda e como conquistar a clientela tudo com meu pai. Peguei gosto pela ‘coisa’ e nunca quis parar. Não quero me empregar em outro emprego e nem posso. Dá para sobreviver vendendo. Criei quatro famílias com o dinheiro daqui.  Dos meus seios filhos, só uma puxou para mim e vende também, em outra barraca”, contou entusiasmado.

image Nato é dono de uma das barracas mais antigas da região (Thiago Gomes / O Liberal)

 

Dificuldades 

Mas, nem tudo foram flores para Nato. Durante a pandemia da covid-19, o comerciante precisou ir para Belém, mais precisamente ao Mercado do Ver-O-Peso para tentar vender suas mercadorias senão poderiam estragar. “Quebrou muito todo mundo. Só vendendo aqui não ia segurar a gente. Foi muito difícil”, relembrou  dos momentos de crise e incertezas.

Neo Pereira dos Santos, também dono de uma “barraquinha” famosa no município, contou, que uma vez, perdeu parte da mercadoria, porque não tinha ninguém para comprar o produto. Também foi na pandemia que o preço do camarão baixou, mas sem consumidor para comprar era difícil manter o negócio. 

image Neo vende camarãos e também siris. A tradição de comercializar frutos do mar foi repassada para a irmã e o sobrinho (Thiago Gomes / O Liberal)

Agora, com o primeiro mês de julho sem o uso das máscaras e com a maioria das praias liberadas para banho, Neo vê a oportunidade de aumentar o faturamento. “Estamos fazendo de 2 a 3 mil por final de semana, e 500 a 1 mil por semana”, declarou o comerciante. 

Para melhorar os lucros, além dele, também tem trabalhado arduamente a irmã e o sobrinho, uma jovem de 17 anos, que desde cedo tem aprendido mais sobre o “comércio familiar”. 

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