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Variante Ômicron tem sintomas diferentes, afirma infectologista paraense

No lugar de perda de olfato e paladar e febre alta, agora rinite e dor de cabeça imperam

Emanuele Correa
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A variante Ômicron do coronavírus apresenta comumente sintomas diferentes dos "clássicos" da doença. Desde a sua detecção, o predomínio dos sintomas são: dor de garganta, no corpo, na cabeça, coriza e tosse, sem maiores complicações das vias áreas como falta de ar ou perda de paladar e olfato. No entanto, não é possível determinar apenas pelos sintomas, é preciso de uma análise detalhada e mapeamento genético do material coletado para a análise, é o que explica o médico infectologista paraense Lourival Marsola.

"Os sintomas que a pessoa refere quando adoece não são usados para identificar variantes. O profissional da saúde pode suspeitar o que seja. O que de fato confirma a variante que esta causando os sintomas naquele indivíduos, são dois pontos principais: primeiro o levantamento, o predomínio na comunidade de qual variante se tem em maior casos. O segundo e que de fato confirma é o estudo por laboratório de referência, daquela amostra onde foi isolado o vírus da Covid, para estudar a parte genética e ver qual variante está naquela comunidade. O Brasil, desde o início, tem dificuldade de fazer isso", explica o médico.
Os testes de identificação de coronavírus não servem apenas para atestar que o indivíduo está doente, mas, sim, para indicar que o paciente precisa se isolar e manter os cuidados necessários consigo, evitando que o vírus se prolifere, reforça Marsola. 
O infectologista destaca que uma análise dos casos neste recente aumento dos casos de infectados pela doença seria oportuna, para identificar as novas cepas. "O RT-PCR, teste rápido de antígeno, autoteste, não identificam nenhuma variante. Os resultados de testes rápidos são dados como negativo e positivo, reagente ou não para a covid. Eles não identificam os tipos de variantes”, observa. 
A Ômicron tem sintomas principais diferentes dos que apareciam com as variantes Gama e Delta. Marsola destaca: dor de garganta, no corpo, coriza, tosse e dor de cabeça. "Isso é mais predominante nos relatos da Ômicron. Porém, todas as demais variantes podem causar esses sintomas. O que é menos frequente é a perda de paladar e olfato (na Ômicron). Mas, como não fazemos esse levantamento de uma forma mais ampla, não temos de fato como dizer isso”, reforça.

Infecção maior

A variante Ômicron tem um poder de infecção maior que as outras. A mutação que ela recebeu na proteína S conferiu-lhe o poder de ter um escape das defesas imunológicas, destaca o infectologista. "Tanto de uma infecção anterior quanto das vacinas. A variante Delta, por exemplo, não tinha essa capacidade. É como se a variante Ômicron tivesse se adaptado as nossas proteções, aos nossos anticorpos. Mas, mesmo com essa capacidade de escapar, as pessoas vacinadas têm uma proteção suficiente para não desenvolver a forma grave da doença. A terceira dose aumenta a proteção no dobro, em relação às duas doses da vacina. Essa proteção vai evitar que este indivíduo, mesmo infectado, tenha quadros graves da doença e reduz ainda o poder de óbitos da doença", esclarece.
Sobre as dúvidas quanto a idade, Marsola diz que a Ômicron é uma infecção viral e não seleciona idade. Ela seleciona pessoas não vacinadas ou com proteção parcial das vacinas. "O que estamos vendo com as crianças, na verdade, de firma proporcional antes tínhamos muitos adultos não vacinados. É como se a covid fosse buscando quem da população não está vacinada. Então, as crianças, como estão ainda sendo vacinadas mais recentemente e numa faixa muito baixa de cobertura, são as que mais estão se infectando", alerta.
De repente, nariz entupido
Vyctor Trindade, 27 anos, advogado e ator. Conta que tomou as duas doses da Pfizer e que acredita que ao longo da pandemia a única vez que teve covid-19 foi no mês passado. Ele acredita que possa ter pegado a variante Ômicron por ser mais transmissível e também pelos tipos de sintoma. Após positivar, manteve-se isolado em casa para preservar a família e amigos. "Já havia sido testado outras quatro vezes desde que a pandemia começou, mas sempre meus testes deram negativo. Então, acredito que essa foi de fato a primeira vez... Fiquei preocupado e achei melhor testar pra ter certeza e positivei. Quando desconfiei que estava infectado, procurei me isolar, e me mantive assim por toda a semana. Mesmo vacinado temos que ter cuidado, especialmente com a questão da máscara e o compartilhamento de objetos", revelou.

Atenção para rinite

Já o geólogo e estudante de direito Carlos Puty, 25 anos, relembra que apenas a irmã na família teve covid logo na primeira onda da doença e fez o isolamento, o que evitou que a família se contaminasse. No entanto, um ano e meio depois, todos positivaram de uma vez. Mas destaca que, devido à vacina, os sintomas foram leves, os principais eram dor de cabeça e tosse.  "Quase um ano e meio sem casos dentro do nosso núcleo familiar, voltamos a testar positivo, e desta vez todos positivamos juntos. Senti muita dor de cabeça, tosse e a rinite atacou também. Por sorte não senti sintomas mais elevados como meu pai e minha irmã que sentiram febre ou perda de paladar”, lembra. 
“Com isso, tivemos que dobrar nosso cuidado para não contaminar outras pessoas. Também tivemos de cancelar nossa viagem que já estavam pagos o hotel e o voo. O meu tio vinha trazer sopa da minha avó e deixava na porta do apartamento, porque ela estava preocupada se estávamos bem. E assim fomos seguindo nesse período de aproximadamente 11 dias de isolamento. Felizmente, não apresentamos nenhum quadro grave devido à covid, até porque já estamos vacinados com a segunda ou terceira dose. No entanto, mesmo vacinados, para qualquer lugar que vamos sempre utilizamos máscaras e levamos nosso álcool. Evitando sempre lugares muito lotados ou que as pessoas não estejam tomando as devidas precauções", adverte.

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