Atendimento dermatológico para diagnóstico e controle da hanseníase é ofertado à população em Belém
Belém entra para o grupo de 10 cidades do mundo escolhidas para campanha internacional da ILDS contra doenças de pele

Um mutirão gratuito de atendimento dermatológico em referência ao Dia Mundial da Saúde da Pele, celebrado em 8 de julho, aconteceu nesta sexta-feira (18), na Universidade do Estado do Pará (UEPA), no bairro do Marco. A ação é voltada para o diagnóstico precoce e controle da hanseníase. O evento de combate à doença é promovido pela International League of Dermatological Societies (ILDS) e pela International Society of Dermatology (ISD), em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), e apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e da UEPA.
A Secretária-Geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SPD), Regina Carneiro, listou quais sintomas a população deve observar. “São manchas brancas ou vermelhas que muitas vezes começam a pinicar na pele, se tornando uma irritação. Cada vez que a gente trata pacientes, eles já passam para lesões. Quando eles iniciam o tratamento após a detecção precoce, a gente faz a busca dos comunicantes e examinamos todas as pessoas que convivem com ele em busca de outros casos”, explicou.
A campanha de enfrentamento e prevenção realizada pela ILDS foi sediada por dez cidades em todo o mundo, incluindo Belém e outras regiões em Bangladesh, Colômbia, Etiópia, Grécia, Indonésia, Nigéria, Filipinas, Tanzânia e Estados Unidos.
Os atendimentos foram coordenados e ofertados no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UEPA, na travessa Perebebuí. De acordo com a Secretária-Geral, a programação envolveu cerca de 20 profissionais dermatologistas, 40 alunos de medicina e técnicos de enfermagem. “A meta para o número de pacientes atendidos era de 370. E a gente já realizou quase 500 atendimentos. Não tem estatística ainda para 2025, mas o Brasil fica em primeiro ou segundo lugar no boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, afirmou.
A professora da UEPA, Carla Pires, explicou a dinâmica dos atendimentos. “Hoje, especificamente, é uma campanha voltada para suspeitos de hanseníase, pessoas que têm manchas, nódulos ou dormência, que não desaparecem. A SESPA e a SESMA vieram dar a primeira dose da vacina, fazer testes rápidos nas comunidades, e além disso, notificar e direcionar os pacientes para as unidade de saúde, onde eles vão tomar as outras doses. O medicamento funciona assim, eles tomam a primeira dose e sempre tomam o restante no posto de saúde mais próximo da casa deles. Após o evento, casos simples que a gente consegue tratar agora já vão ser tratados. Casos mais complexos que precisam de exame, nós estamos marcando o exame ou já realizando agora e marcando o recorrente, com o nosso serviço”, informou.
Um dos pacientes que estava sendo atendido, falou sobre a importância de se prevenir. “Eu cheguei aqui e o atendimento foi rápido, a profissional foi bem atenciosa. Eu consegui fazer o atendimento com a dermatologista e isso é importante, até porque a hanseníase, é uma doença que todo mundo sabe que é perigosa se não tratar, então tem que ter a prevenção. Eu vi que ia ter mutirão aqui pela televisão, pela TV Liberal que eu estava assistindo pela manhã e vim até o posto”, finalizou Alexandre Cruz, morador do bairro da Pedreira.
O feirante, Álvaro Rocha, conseguiu encaminhamento para a realização de um procedimento. “Eu tinha sintomas da hanseníase, uns problemas dermatológicos, então vim ver o que era. Eu já estava assim há bastante tempo e tinha que fazer alguma coisa. Consegui ser atendido e vou fazer uma biópsia no próximo mês, para ver se não é uma coisa mais séria, já que me incomoda quando tomo banho e pego sol. Por isso, a médica me disse para usar hidratante e protetor solar”, contou.
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