TAC garante funcionamento de abrigo para crianças e jovens com deficiência
Termo de ajustamento de conduta dá apoio ao Abrigo Especial Calabriano, em Belém
Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Procuradoria Geral do Estado (PGE), Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) e Instituto Francisco Perez assinaram na manhã de quinta-feira (28) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para o financiamento emergencial do serviço de acolhimento para crianças e adolescentes com deficiência realizado pelo Abrigo Especial Calabriano, localizado na Avenida Senador Lemos e que atende atualmente cerca de 40 pessoas, entre crianças e jovens com deficiência.
O TAC é uma forma de amenizar os problemas enfrentados pelo abrigo desde que o município, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), deixou de financiar o serviço de acolhimento. Com os recursos insuficientes o abrigo precisou dispensar funcionários e recorrer a doações para garantir serviços básicos como alimentação, água, fraldas e até energia elétrica.
REPASSES
Após várias reuniões entre o MP e as entidades ligadas ao abrigo chegou-se ao Termo de Ajustamento de Conduta, cujo valor de repasse precisou ser redimensionado em razão das dificuldades financeiras do abrigo. O valor repassado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa), por exemplo, será R$ 494 mil durante 6 meses e passa a valer a partir desta sexta (29). A Seaster não enviou representante e será notificada pelo MP na próxima semana para firmar um outro Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para fins de complementar o primeiro, no valor de R$ 176.767,40.
Pelo fato do serviço de acolhimento para crianças e adolescentes com deficiência envolver assistência social e saúde, se diferenciando de todos os outros serviços de acolhimento, o Ministério Público também irá notificar, nós próximos 15 dias, o Município de Belém. A notificação incluirá a Funpapa, que compareceu à reunião desta quinta (28), a Procuradoria Geral do Município (PGM) e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e visa definir a municipalização do abrigo findado o prazo de 6 meses do Termo de Ajustamento de Conduta assinado na quinta (28).
ABRIGO
O Abrigo Especial Calabriano é administrado pelo Instituto Francisco Perez, uma instituição filantrópica sem fins lucrativos que mantém atividades nas áreas de assistência social, saúde e educacionais no Estado do Pará. Mantém parceria com o Governo do Estado do Pará desde 2006, realizando trabalho com metodologia própria, focado no atendimento humanizado e individualizado, considerando a peculiaridade de cada criança e adolescente.
O abrigo tem como função acolher, em regime provisório, crianças e adolescentes com deficiências de causas físicas, neurológicas, sensoriais ou mentais, advindos de todo o estado do Pará, na faixa etária de 0 à 18 anos incompletos. Eles são encaminhados através do Juizado da Infância e Juventude, uma vez que seus direitos assegurados pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) foram de alguma forma violados. Dos cerca de 40 acolhidos, vários são portadores de deficiências múltiplas (visual, auditiva, mental e motora), acompanhadas de severas complicações clínicas. Tais quadros requerem cuidados terapêuticos diários, caracterizando uma atenção à saúde de complexidade semelhante à hospitalar.
A reunião foi convocada pela 2ª Promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Belém, Maria do Socorro Pamplona Lobato e conduzida pela 2ª promotora de Justiça de Defesa das Pessoas com Deficiência, Idosos e Acidentes de Trabalho de Belém, em exercício, Ioná Silva de Sousa Nunes.
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