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Suspeita de meningite é descartada em escola de Belém; 36 casos da doença foram confirmados em 2023

Na última segunda (24), uma criança de 11 anos morreu com suspeita de meningite, mas, após avaliação da Sesma, a hipótese foi descartada

Fernando Assunção
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Na última segunda-feira (24), a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) foi acionada por um colégio particular, localizado na avenida Augusto Montenegro, para atender um caso de morte por suspeita de meningite. A vítima foi uma criança de 11 anos, estudante do 5º ano da instituição. Após avaliação da equipe técnica da Sesma, no entanto, a suspeita foi descartada, “haja vista que os achados clínicos e laboratoriais (...) não encontraram evidências técnicas para confirmação do diagnóstico”, diz nota da secretaria enviada à Redação Integrada de O Liberal

De acordo com a Sesma, a investigação segue para descobrir qual a causa da morte da criança. "Vale ressaltar que todos os contatos próximos à criança falecida (familiares) seguem sem quaisquer sintomas suspeitos para meningite em seus domicílios, sem risco de transmissibilidade relacionada ao caso em questão, conforme orientações dos protocolos vigentes”, complementa a nota da pasta.

No mesmo dia 24, o próprio colégio particular emitiu um comunicado onde informa que a criança veio a óbito com diagnóstico de meningite e que o irmão do aluno também estaria manifestando os sintomas da doença. Os irmãos já estavam há 17 dias afastados da escola. Segundo a nota, a instituição estaria realizando uma "assepsia criteriosa" "para deixar o ambiente apropriado para a nossa comunidade escolar". A Sesma nega as informações.

Belém já registrou 36 casos de meningite em 2023; cobertura vacinal está abaixo do esperado

Embora descartada, a ocorrência acende o alerta para os riscos de infecção por meningite, visto que, até a última quinta-feira (27), a capital paraense registrou 36 casos da doença só no ano de 2023, incluindo um caso de meningite meningocócica, considerada a forma mais grave doença. O número é próximo ao registrado pela Sesma no mesmo período do ano passado, de 38 casos. No total, em 2022, foram 127 casos confirmados de meningite em BelémApesar dos casos, no ano passado, Belém não conseguiu atingir as metas de imunização estipuladas pelo Ministério da Saúde

Segundo a Sesma, são disponibilizados dois tipos de vacinas nas unidades de saúde: contra a meningite meningocócica do sorogrupo C, a forma agravada da doença, e a vacina meningocócica que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y. A recomendação é de 95% das crianças imunizadas com a vacina meningocócica conjugada C, mas a capital atingiu apenas 57,27% desse público em 2022. No que se refere ao ano de 2023, até quinta (27), a cobertura vacinal foi de 14,85%, o que corresponde a 2.497 crianças vacinadas

A vacina meningocócica conjugada ACWY é principalmente direcionada e recomendada a crianças de 11 a 14 anos de idade. Apesar de não existir uma meta de vacinação para esse público, a Sesma informa que, em 2022, foram aplicadas 6.250 doses; até o mês de abril deste ano, foram registradas 1.819 doses aplicadas.

Nota da Sesma sobre a suspeita descartada em Belém:

“A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que, no dia 24 de abril, o Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) foi acionado pela coordenação pedagógica de um colégio particular, na avenida Augusto Montenegro, sobre o óbito suspeito de meningite de uma criança de 11 anos, estudante do 5º ano desta instituição.

Antes do comunicado prévio, o Departamento já havia tomado ciência sobre a situação e, de acordo com a rotina institucional diária, foi realizada a investigação inicial com familiares, local de atendimento do caso, consulta de documentos e exames padronizados para confirmação ou descarte do caso em questão.

Após a avaliação completa pela equipe técnica do Departamento, conclui-se que o caso em questão está descartado para a meningite, haja vista, que os achados clínicos e laboratoriais realizados pela instituição no atendimento à criança não encontraram evidências técnicas para confirmação deste diagnóstico; logo, segue em investigação para outras causas.

Vale ressaltar que todos os contatos próximos à criança falecida (familiares) seguem sem quaisquer sintomas suspeitos para meningite em seus domicílios, sem risco de transmissibilidade relacionada ao caso em questão, conforme orientações dos protocolos vigentes.”

Mais sobre meningite

O que é?

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. É causada, principalmente, por bactérias ou vírus, mas também pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.

Quais os sintomas?

As meningites provocadas por vírus costumam ter sintomas semelhantes aos das gripes e resfriados: febre, dor de cabeça e falta de apetite, acrescidos de um pouco de rigidez da nuca e irritação.

Meningites bacterianas são mais graves e apresentam: febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo.

Nos bebês, pode-se também observar: moleira tensa ou elevada; gemido quando tocado; inquietação com choro agudo; rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo “mole”, largado.

Como é o diagnóstico?

Ao ter sintomas suspeitos, deve-se procurar uma unidade de saúde. Uma equipe técnica deve ir até o paciente e coletar amostra de sangue para exame.

Como é o tratamento?

O tratamento é feito de acordo com o agente causador da infecção. Por vírus, podem ser utilizados antivirais e, por bactérias, tratamento com antibióticos, além de medicamentos para sintomas.

Quais as sequelas da doença?

Perda de audição e visão, problemas de memória e aprendizagem, amputação de membros, epilepsia e paralisia cerebral.

O que fazer em caso suspeito?

Se ainda não diagnosticado, é ideal que a pessoa fique em isolamento, semelhante ao orientado em caso de covid-19, para evitar a transmissão. Quando confirmado, o paciente deve seguir as orientações médicas, a depender do caso, com internação.

Fonte: Ministério da Saúde e Sesma Belém

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