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Supermercados fomentam consumo de frutas e legumes, em Belém

Nutricionista Keilla Cardoso enfatiza importância dos alimentos naturais e destaca as frutas da época

Valéria Nascimento
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Muruci, pupunha, tucumã, miriti ou buriti, açaí, entre outras opções de frutas, estão na época e disponíveis nas feiras e supermercados de Belém. No entanto, a taxa de consumo por pessoa está abaixo do indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O recomendado é de, pelo menos, 400 gramas por dia, mas o brasileiro consome em média 180 gramas.

O paraense, em particular, consome menos ainda do que a média nacional, conforme a Associação Paraense de Supermercados (Aspas). “O que percebemos nos supermercados paraenses é que a média do consumo, às vezes, nem reflete essas 180g, (apontadas no Brasil). Apesar de termos uma gama de frutas regionais, o consumo, em geral, é baixo", enfatizou o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, na última quinta-feira (8), na capital paraense.

A realidade se mostra desafiadora e é vista por profissionais de saúde como uma oportunidade para se propor um diálogo que mude os hábitos de consumo da população. Em Belém, a nutricionista, Keilla Cardoso, com mestrado em neurociências do comportamento e doutoranda em tecnologia dos alimentos, observa que “os frutos amazônicos são vários e comumente o período de safra se estende de setembro a janeiro, então, é importante dar importância à questão da sazonalidade, da safra, dos alimentos regionais que são bem mais acessíveis”.

Frutas da época

“Quando um alimento está na safra ele é menos oneroso, o preço baixa devido à maior produção, e isso facilita o acesso a esses alimentos tão importantes para a nossa saúde”, afirmou Keilla, que tem 11 anos de docência universitária entre instituições pública e privada. 

O presidente da Associação Paraense de Supermercados, Jorge Portugal, ressalta que o pequeno consumo de frutas no Pará é geral. "Poderia ser maior, e não é por falta de oferta, é uma questão de hábito de consumo da população”, acredita o supermercadista.

O setor vê o reduzido consumo de alimentos frescos, como frutas, legumes e hortaliças, como uma oportunidade para aumentar as vendas. Em várias capitais do país, por exemplo, a International Fresh Producers Association (IFPA), organização comercial, presente em vários países, tem proposto parcerias às redes varejistas e profissionais de saúde para construir uma ponte entre a agricultura e o consumidor final.

A IFPA atua como representante da indústria de flores, frutas, legumes e verduras, e entende que se deve reforçar a mensagem de que as frutas e os legumes podem ser sinônimo de saúde.

Estratégias de vendas

O titular da Aspas, Jorge Portugal, afirmou que a entidade paraense não foi contactada pela IFPA, até então. No entanto, ele informou que os próprios supermercados paraenses têm desenvolvido ações de valorização das frutas nas unidades locais.

“Além das frutas em sua forma “primitiva”, com casca e à disposição do cliente para a escolha, muitas lojas oferecem porções prontas para o consumo imediato, com frutas higienizadas e em porções para fácil consumo. A oferta de produtos assim chega a ser questionada, mas muitos consumidores preferem por facilitar o consumo. Nesse caso, não é uma orientação da Aspas, mas, é uma necessidade dos clientes que é ofertada pelas lojas”, disse Jorge Portugal.

A especialista em nutrição, Keila Cardoso, recordou que há ferramentas de orientação nutricional, como a ‘pirâmide alimentar’ e o ‘guia alimentar’, criados justamente para instruir as pessoas sobre uma dieta saudável e equilibrada.

“O guia traz recomendações sobre como evitar a ingestão excessiva de alimentos ultra processados e temperos industrializados, grandes fontes de sódio, de conservantes e de outras substâncias químicas potencialmente prejudiciais ao organismo e que podem levar a doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes, obesidade, entre outras”, afirmou Keilla, especializada em nutrição clínica, funcional e fitoterápica. 

O poder das frutas

Ela reiterou que a região amazônica é rica em insumos e defendeu os temperos naturais regionais como chicória, cebolinha, coentro, jambu e pimentinha de cheiro em substituição aos industrializados.

“Quanto mais coloridos (as frutas e legumes), maior a garantia do aporte de micronutrientes, que são as vitaminas e sais minerais e compostos bioativos como os pigmentos antioxidantes", explicou ela.

Sobre as frutas da época, Keilla comentou sobre as frutas desta primavera, no Pará, como o tucumã, a pupunha, o muruci e o buriti. "São frutos com considerável teor de gorduras saudáveis, devido à presença de ácidos graxos insaturados, que são potentes anti-inflamatórios e auxiliam no controle das taxas de colesterol, LDL e HDL e previnem doenças cardiovasculares".

Ela frisou que "a coloração amarelo/alaranjado desses frutos se dá devido à presença de carotenoides, pigmentos antioxidantes extremamente benéficos ao organismo e precursores da vitamina A, que tem ação imunomoduladora, fortalecendo o sistema imune", disse Keila Cardoso, sem esquecer o tradicional açaí.

“O açaí é uma fruta rica em fibras, também em potássio, mineral importante para a saúde muscular e cardíaca, e em antocianinas, pigmentos que conferem a coloração roxo/azulada, que tem forte ação contra a oxidação celular, prevenindo o desenvolvimento de doenças como o câncer", assinalou a especialista.

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