Sobrenatural em Belém: confira histórias de quem acredita em visagens, Matinta-Pereira e encantados

Enquanto muitas pessoas dizem não acreditar, outras confirmam que essas histórias são reais e garantem que não são invenções ou apenas fruto da imaginação

Gabriel Pires

Belém é o paraíso de muitos causos sobrenaturais. Experiências com visagens, lendas como matinta-pereira e seres encantados são alguns dos relatos dos belenenses. De prédios históricos a parques comuns e cemitérios, o sobrenatural pode estar lado a lado de quem visita esses espaços. Enquanto muitas pessoas dizem não acreditar, outras confirmam que essas histórias são reais e garantem que não são invenções ou apenas fruto da imaginação.

“O sobrenatural existe”, é o que afirma a professora Andreza Vieira, de 43 anos. A afirmação de Andreza não é baseada em uma crendice sem fundamento, mas sim porque ela já viu uma freira misteriosa acenando para ela em meados dos anos 90, quando estava em um enterro no Cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá. Ninguém mais viu a freira, que acenava ao lado de um mausoléu. Ela não se importou. “De repente a freira sumiu. E, na época, eu não pensei que pudesse ser uma aparição, uma visagem. Em 2022, eu lembrei dessa história e resolvi ir até o cemitério. Eu descobri que aquele mausoléu é realmente das freiras da escola que eu estudava”, afirma Andreza.

Visagens no Palacete Bibi Costa 

A pior história vivida por Andreza foi no palacete Bibi Costa, localizado na avenida Governador José Malcher, no bairro de Nazaré. As marcas do tempo na fachada do palacete e o interior empoeirado já dão indícios de que o local é sinistro. O histórico do prédio — que foi inaugurado em 1906, encomendado pelo major Carlos Brício da Costa e sua esposa, Ana MacDowell, abrigou o presidente da república da época, Afonso Pena — é marcado por histórias sobrenaturais, que vão desde relatos de gritos até mortes de ex-funcionários dos órgãos que ali já funcionaram.

image . As marcas do tempo na fachada do palacete e o interior empoeirado já dão indícios de que o local é sinistro. (Cristino Martins / O Liberal)

Em 1998, Andreza foi convidada para estagiar como revisora de textos, em um órgão que, na época, acabara de ser transferido para o imóvel. Ela foi alertada por outros funcionários para não passar do horário por conta das visagens, mas conta que nunca tinha presenciado nada até então. As experiências de terror começam quando, um certo dia, ela ouviu passos nos corredores e também a porta da sala dela abrindo sozinha. Logo, Andreza imaginava que o professor dela ainda estava no local. Mas é aí que veio a surpresa. Não tinha mais ninguém com ela, pois já era tarde e o expediente tinha encerrado. 

“Eu ouvi passos, alguém entrou na minha sala abriu as duas portas e, como no dia eu estava fazendo um relatório para o meu professor, eu imaginei que era ele. Foi quando eu me levantei para fechar as duas portas e percebi que já estava tudo escuro. Voltei pro meu lugar e continuei corrigindo o relatório. Quando novamente aconteceu a mesma coisa. E o problema foi quando a pessoa abriu a segunda porta. Eu me virei para trás para olhar e não tinha ninguém. Nesse momento, o controle do ar-condicionado girou e desligou sozinho o ar”, relata Andreza.

Em meio ao medo, Andreza não hesitou em sair dali, deixando todos os pertences para trás. Mas a maldição daquele lugar não a deixaria em paz tão rápido. “Eu saí em pânico, peguei a escadaria, até porque naquele horário não tinha mais elevador funcionando, e senti uma mão me empurrar. Eu rolei essa escadaria, esse lance todo de escada e depois me levantei e saí correndo”, complementa. 

image A professora Andreza Vieira, de 43 anos, viveu experiências aterrorizantes no Palacete Bibi Costa, localizado no bairro de Nazaré, em Belém (Cristino Martins / O Liberal)

Incêndio no Bibi Costa

Apesar das experiências com as visagens, Andreza não deixou o emprego. No entanto, um sonho, que foi uma espécie de premonição, foi o estopim para que ela saísse de lá. “Alguns meses depois, eu comecei a ter uns sonhos de que o local pegava fogo e realmente o local acabou pegando fogo, exatamente na mesma sala que eu sonhei. Então, eu fiquei um pouco traumatizada a partir dessa história do incêndio e pedi pra sair”, detalha. 

Seres encantados no Utinga

No dia 2 de novembro de 2020, o estudante Ian Patrick, que hoje tem 25 anos, viveu um contato com seres “encantados” no Parque do Utinga, em Belém. Nesse dia, ele relata que foi pedalar com em uma trilha com uma amiga e, ao entrar, ele conta que se sentiu observado. “Os caboclos que a gente cultua na umbanda são seres encantados. Então, os que vieram até a mim foram para cuidar de mim, para me dar esse alerta. Pelo que eu me lembro foi o seu Zé Tupinambá, o indígena encantado da mata. Então, a gente ouvia muito maracá, alto, forte chega me deu enxaqueca, me dava tontura”, conta Ian. Para ele, essa foi uma forma dos encantados proteger ele e de qualquer perigo na mata.

“Quando eu olhava para um outro lado e para o outro na mata, no meio da trilha, eu via alguém correndo, ouvia gritos. Foi algo que só eu presenciei, só eu estava sentindo, Apesar de eu estar acompanhado, a minha amiga não se lembra de nada disso. Ela fala que eu estava estático, parado, em estado de choque”, diz o estudante. Ao continuar andando pela mata, os jovens conseguiram, enfim, sair da trilha. O jovem conta que entre as lendas paraenses, ele também acredita em matinta-pereira.

Lobisomem do Tenoné 

Recentemente, viralizou nas redes sociais relatos de supostos uivos de lobisomem, que estariam causando pânico nos moradores da Passagem Três Marias, no bairro do Tenoné, em Belém. Na última quinta-feira (12), o Grupo Liberal foi até o local para apurar mais detalhes sobre o causo.

Os relatos começaram a ganhar as redes sociais, por meio de um vídeo que viralizou ao mostrar um grupo de populares entrando em uma região de mata, que fica próximo a rua onde foram ouvidos os primeiros relatos da aparição do ser lendário. Verídicas ou não, o fato despertou a curiosidade do paraense Nathan Moura, da página “Belém de Arrepiar”, que conta, entre outras histórias sobrenaturais, a investigação sobre o "Lobisomem do Tenoné”.  

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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