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Apesar da Sexta-Feira Santa de igrejas fechadas e sem cerimônias, fiéis mantiveram visitas

Na Catedral de Belém, Basílica, Igreja das Mercês e no Carmo, poucas pessoas compareceram, mas atos de fé foram vistos

Tainá Cavalcante
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A Sexta-Feira Santa de igrejas fechadas e sem cerimônias manteve visita de fiéis em vários pontos de Belém durante a manhã  de hoje (10). Segundo orientações do Papa Francisco, a Arquidiocese de Belém definiu mudanças na programação religiosa na capital durante a Semana Santa: missas, procissões e cerimônias como o Lava-Pés foram cancelados ou convertidos em cerimônias fechadas a serem acompanhadas pelo portal e veículos ligados à Fundação Nazaré. Veja a movimentação da manhã:

Apenas a Sé (Catedral de Belém), na Cidade Velha, e a Basílica Santuário de Nazaré se mantiveram abertas nessa Sexta-Feira Santa. As igrejas das Mercês, de Santo Alexandre e Carmo seguiram fechadas, embora uma movimentação de fieis tenha sido registrada às suas portas. Nas igrejas fechadas, pessoas se colocavam às portas, em pequenos grupos ou individualmente, por alguns minutos, e oravam ou prestavam homenagens. A movimentação foi vista desde muito cedo, mesmo com o clima chuvoso e o tempo fechado da manhã.

image Grupos rezaram à porta da Igreja das Mercês (Thiago Gomes)

 

"É uma sexta-feira santa diferente", afirmou o fiel José Nazareno, em tom de lamentação, enquanto orava, silenciosamente, na igreja das Mercês. "Nunca vi algo assim", disse o funcionário público, que não deixou de fazer a sua tradicional peregrinação nas sete igrejas. "Eu sempre vou lá dentro, faço minha oração e saio, mas como está fechada, fiz na porta mesmo. Foi uma oração rápida, silenciosa, sem contato com qualquer outra pessoa, mas extremamente necessária nesse dia", afirma, ao pontuar que "o ideal era que estivéssemos todos na igreja, mas é preciso se adequar".

image Nazareno: "Nunca vi algo assim" (Thiago Gomes)

"É uma sexta-feira santa diferente", afirmou o fiel José Nazareno, em tom de lamentação, enquanto orava, silenciosamente, na igreja das Mercês. "Nunca vi algo assim. Eu sempre vou lá dentro, faço minha oração e saio, mas como está fechada, fiz na porta mesmo. Foi uma oração rápida, silenciosa, sem contato. O ideal era que estivéssemos todos na igreja, mas é preciso se adequar"

Na Catedral de Belém, fiéis chegavam aos poucos e outros saiam, enquanto alguns rezavam na porta. Quando decidiam entrar para rezar nos bancos, ficavam afastados uns dos outros, evitando aglomerações. A mesma movimentação se registrou na Basílica Santuário, em Nazaré. Ela se manteve vazia por toda manhã, mas visitas eram realizadas e orações nos bancos também eram feitas.

Guarda de Nazaré há 20 anos e de Santa Maria de Belém há cinco, Elder Domont, 37, se emocionou ao olhar para a Catedral de Belém com as portas abertas, mas bancos praticamente vazios em plena sexta-feira santa. "Esse horário já era para estar lotado", disse, ao contar que em toda a sua trajetória dentro da igreja nunca viveu um momento como esse.

image Elder: "Era para estar lotado este horário" (Thiago Gomes)

"Não tem explicação. Na quinta, quando tivesse acesso à celebração da ceia, foi algo muito triste. É muito triste ver a igreja sem ninguém, sem nenhum fiel. É até difícil de falar. Só quero acreditar que depois dessa tempestade vem sempre a vitória, a bonança", declarou, citando ainda a fala do Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira. "O que ele falou é completamente certo: é bonito ver o povo com sede de igreja, de comunhão, de vivenciar a Semana Santa. Com certeza absoluta, na volta, a igreja vai ser muito pequena para receber tantas pessoas".

A mesma movimentação se registrou esta manhã na Basílica Santuário, em Nazaré. Ela se manteve vazia por toda manhã, mas visitas eram realizadas e orações nos bancos também eram feitas. 

image Sebastião Amaral: orações fora feitas, sem cerimônias (Thiago Gomes)

 

O aposentado Sebastião Amaral, 84, esteve na Basílica durante a manhã. Ciente de sua idade avançada e dos riscos de contaminação em meio a uma pandemia, ele disse que colocou sua máscara, mas não tinha como deixar de ir à igreja. "Eu já faço isso há quase 80 anos, não tinha como não vir", afirmou, admitindo ainda que fica triste "em ver essa igreja assim, vazia. É algo lastimável, mas sei que vai terminar".

"Minhas orações hoje são só para que isso passe o mais rápido possível. Eu não pude deixar de vir na igreja, porque sinto que algo ia ficar faltando em mim, mas é preciso ter cuidado para que isso logo vá embora", comentou o aposentado, que já fez parte do coral da igreja.

O fiel Ronaldo Lobato acendeu velas em frente à Igreja do Carmo. Emocionado, ele disse que tudo foi muito diferente, menos a fé. "Hoje estamos somente nas portas, mas mesmo assim acreditando no senhor, com muita fé que toda essa tempestade vai passar", declarou, ao apontar que "a fé é o que me faz vir. É acreditar no paie pedir forças para que todos nós possamos vencer essa negatividade que está invadindo o mundo".

image Ronaldo, sozinho, manteve-se à porta do Carmo (Thiago Gomes)

Mudanças na tradição


A Arquidiocese de Belém já havia anunciado que o tradicional riro do Beijo da Cruz seria substituído por adoração solene, "como previsto no Missal Romano". Todas as procissões previstas para hoje, como a do Nosso Senhor dos Passos, a de Nossa Senhora das Dores e a do Senhor Morto, foram canceladas em todas as Paróquias da Arquidiocese de Belém. 

A Arquidiocese de Belém também confirmou que esta sexta não haverá o Sermão do Encontro, que tradicionalmente ocorre na Sexta-Feira Santa, na Praça das Mercês. Também não haverá o Sermão do Descendimento da Cruz na Catedral de Belém.

image Homenagem solitária no Carmo (Thiago Gomes)

Três Horas da Agonia


À tarde, o 141ª edição do Sermão das Sete Palavras, durante as três horas da agonia, é uma das poucas tradicões que será realizada. Como de costume, ocorrerá na Capela do Colégio Santo Antônio, mas terá apenas a presença de um coral e do pregador do sermão, que este ano é o cônego Vladian Silva Alves. 

A Arquidiocese de Belém já havia declarado que essas medidas levam em conta todas as decisões tomadas pelas autoridades sanitárias e governos, com alternativas como trasmissões por rádio, televisão e portal, para garantir a participação nos ritos da Semana Santa e da Páscoa.

"Pelo bem comum de todos, a Arquidiocese reforça a importância à adesão plena e obediência estrita às autoridades. O isolamento social que é agora pedido redundará no bem para todos".

Transmissão


As celebrações presididas por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém, e Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar, serão transmitidas pelos meios de comunicação da Arquidiocese, (Rádio 91,3 FM, TV Nazaré canal 30.1, Portal , bem como as Mídias Sociais da Arquidiocese. As demais paróquias transmitem suas programações por suas próprias mídias.

10/4 - Sexta-feira Santa
12h – Sermão das 7 Palavras – Cônego Vladian Silva Alves
17h – Liturgia da Palavra – Celebração da morte do Senhor

11/4 – Sábado de Aleluia
19h – Vigília Pascal na Noite Santa

12/04 - Domingo da Páscoa
9h – com Cônego Roberto Emílio Cavalli Junior
12h – com Dom Alberto e Dom Antônio

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Belém
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