Setembro Vermelho: prevenção e hábitos saudáveis são aliados contra doenças cardiovasculares

Com mais de 271 mil mortes registradas só em 2025, doenças do coração seguem como a principal causa de óbitos no Brasil. Campanha chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e mudança de hábitos.

Bruna Lima
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As doenças cardiovasculares seguem liderando as estatísticas de mortalidade no Brasil. Segundo dados do Cardiômetro, ferramenta da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 271 mil pessoas morreram em 2025 no país em decorrência de problemas no coração e na circulação. Em um cenário preocupante como esse, o Setembro Vermelho surge como uma campanha essencial para reforçar a importância da prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento médico contínuo.

Entre os principais fatores de risco está o colesterol alto, condição silenciosa que atinge milhões de brasileiros e, muitas vezes, só é descoberta após exames de rotina, ou, nos casos mais graves, após um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

“Manter o colesterol dentro da faixa recomendada é fundamental para prevenir complicações cardiovasculares”, alerta o cardiologista Antonio Monteiro. Segundo ele, o colesterol, apesar de ser uma molécula essencial ao organismo, pode se tornar perigoso quando está em excesso no sangue. “Ele se acumula nas paredes das artérias, formando placas de gordura em um processo chamado aterosclerose, que aumenta o risco de infarto, AVC e doença arterial periférica”.

De acordo com Monteiro, existem diferentes tipos de colesterol, com impactos distintos sobre o organismo. O LDL, conhecido como colesterol “ruim”, é o principal responsável pela formação das placas nas artérias. Já o HDL, o chamado colesterol “bom”, atua como um “faxineiro” do sistema circulatório, ajudando a remover o excesso de gordura das artérias e transportá-lo de volta ao fígado para ser eliminado.

Além disso, os triglicerídeos, que compõem o perfil lipídico mas não são tecnicamente um tipo de colesterol, também merecem atenção. “Quando elevados, especialmente se combinados com LDL alto e HDL baixo, aumentam significativamente o risco cardiovascular”, explica o médico.

O grande desafio, segundo ele, é que o colesterol alto raramente apresenta sintomas. “É uma condição silenciosa. Em casos mais avançados, pode provocar dor no peito, falta de ar ou até mesmo levar ao infarto ou AVC. Mas, na maioria das vezes, só é detectado por meio de exames periódicos”.

Fatores além da alimentação

Embora a alimentação seja um dos pilares no controle do colesterol, outros fatores influenciam diretamente os níveis lipídicos, como destaca Monteiro. “É uma condição multifatorial. Genética, sedentarismo, obesidade, tabagismo e doenças como diabetes e hipotireoidismo impactam diretamente no metabolismo das gorduras”, ressalta.

A hipercolesterolemia familiar, por exemplo, é uma condição genética que pode levar a níveis elevados de colesterol mesmo em pessoas que mantêm hábitos saudáveis. Por isso, o acompanhamento médico regular e os exames de sangue são fundamentais.

Comer bem é uma forma de cuidar do coração

Para a nutricionista Clarissa Furtado, a alimentação exerce um papel decisivo na saúde cardiovascular. “Ela influencia diretamente os níveis de colesterol total, HDL e LDL. Dependendo dos hábitos alimentares, a alimentação pode prevenir ou agravar o risco de doenças do coração”, afirma.

Entre os alimentos que ajudam a reduzir o LDL (colesterol ruim), Clarissa destaca os ricos em fibras solúveis, como farelo de aveia, maçã, laranja, feijão, chia, linhaça e folhas verdes cruas. Já para aumentar o HDL, as gorduras boas são fundamentais: azeite de oliva, castanhas, nozes, amêndoas, abacate e peixes ricos em ômega-3 são grandes aliados. “A suplementação com ômega-3 também pode ser útil, mas deve sempre ser orientada por um profissional de saúde”.

Em contrapartida, é essencial evitar alimentos com gorduras saturadas e trans, como carnes gordurosas, frituras, embutidos, produtos industrializados, biscoitos recheados, salgadinhos e margarinas. O consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo também devem ser reduzidos ou eliminados.

Alimentação saudável começa na organização

Uma das principais dicas da nutricionista é o planejamento alimentar. “Com uma rotina organizada, é mais fácil evitar alimentos que prejudicam a saúde. Fazer uma lista de compras rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais é um bom começo”, orienta.

Optar por proteínas magras, preferir alimentos integrais e incluir sementes como chia e linhaça no dia a dia são estratégias simples que fazem a diferença. “Alimentos como cúrcuma, frutas vermelhas e vegetais verde-escuros também protegem o coração”, complementa.

Estilo de vida: a base da prevenção

Ambos os especialistas concordam que a mudança no estilo de vida é a melhor estratégia de prevenção. “Praticar atividade física regularmente, ao menos 150 minutos por semana, manter o peso adequado e não fumar são atitudes que impactam diretamente na saúde cardiovascular”, reforça Monteiro.

Pequenas mudanças, quando mantidas com constância, têm grande impacto. “O Setembro Vermelho é um convite para repensar os hábitos do dia a dia. Com acompanhamento médico e escolhas conscientes, é possível viver mais e melhor, com saúde e qualidade de vida”, finaliza o cardiologista.

Fique atento:

271 mil mortes por doenças cardiovasculares no Brasil em 2025 (dados da SBC)

Colesterol alto é silencioso: faça check-ups periódicos

Alimentação rica em fibras e gorduras boas ajuda a equilibrar o colesterol

Atividade física regular e abandono do cigarro são fundamentais

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