Sessão de fotos de Natal eleva a autoestima de adolescentes em tratamento oncológico em Belém

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) e a fotógrafa voluntária Carol Marques

O Liberal
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Adolescentes em tratamento contra o câncer no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, ganharam um momento especial de celebração e valorização da autoimagem com a participação em um ensaio fotográfico de Natal. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a instituição de saúde e a fotógrafa voluntária Carol Marques, com o objetivo de oferecer um momento de leveza e alegria aos pacientes. Os registros foram feitos em um estúdio profissional no bairro do Reduto, em uma tarde de confraternização.

Moradora do município de Chaves, situado na Ilha do Marajó, Mayra Costa, de 15 anos, posicionou-se com um olhar tímido no cenário. “Foi incrível, pela primeira vez participei de uma sessão de fotos. Eu amei tudo isso aqui, eu me senti bonita”. A mãe de Mayra, Elisandra Santos, 42 anos, também teve a oportunidade de ser fotografada com a filha. “Achei tudo tão bom, traz uma sensação de aconchego, conforto para gente”, diz a genitora.

É a terceira vez que a fotógrafa Carol Marques doa tempo e talento para criar momentos especiais para pacientes do Hospital Octávio Lobo. Desta vez, as lentes foram direcionadas para o público de 13 a 19 anos atendido na instituição. “É um trabalho realizado com muito carinho, porque sabemos que o câncer afeta vários aspectos da vida. A fotografia é uma arte que pode ser usada para resgatar a autoestima e eternizar um momento especial, o Natal, que tem um simbolismo importante tanto para eles, quanto para as famílias”, destaca a profissional.

“É bacana ver quantas pessoas se sensibilizam em ajudar, seja com presente, seja divulgando como esses pacientes precisam do nosso apoio. E levar um pouco de amor, de atenção e eternizar cada um deles através da fotografia no cenário de natal, é um momento especial, de afeto e luz”, acrescenta Carol.

Socialização é reforçada

A coordenadora de Humanização, do hospital, Natacha Cardoso, a ação se conecta com a diretriz da Clínica Ampliada da Política Nacional de Humanização (PNH), que amplia a concepção do cuidado para além da doença, mas considera o sujeito nos aspectos sociais, emocionais e culturais. “Olhamos para além do aspecto biológico e terapêutico, mas também buscamos fortalecer a socialização com a equipe, com a família e com a rede de apoio desses adolescentes”, observa.

“A partir disso, levamos para conhecer outros espaços e tirá-los da rotina de tratamento, que remete ao adoecimento, que causa medo e insegurança. E permitir que vivencie esse clima natalino que remete ao aconchego da família, às relações pessoais e à renovação da esperança”, ressalta a coordenadora.

Para Natacha, o mais importante é proporcionar bons momentos e memórias afetivas que ajudem os adolescentes a recordar que o câncer é apenas uma fase difícil, e que, apesar dos desafios, ainda há vida, esperança e futuro. “Nós buscamos criar experiências cheias de significado, capazes de fortalecer emocionalmente os pacientes e suas famílias. Queremos que eles não esqueçam que existe um amanhã com possibilidades de cura, de continuidade da trajetória de vida. Esse é o nosso principal propósito”, explica.

Momento de descontração

Há oito anos, Nilson Marques faz tratamento contra linfoma. Mais descontraído, brincava com colegas e despertava sorrisos sinceros em meio a cada flash. “Foi muito gratificante participar desse momento, principalmente porque meus amigos estão aqui e estar com eles é um momento de lazer e de felicidade”, enfatiza.

Benefícios para a saúde mental

O psicólogo do Hoiol, Felipe Silva, ressalta que atividades como a sessão fotográfica ajudam a amenizar o impacto físico, psicológico e social do câncer, que pode afetar a autoimagem e autoestima dos pacientes, comprometendo a qualidade de vida e adesão ao tratamento. “As estratégias utilizadas buscam auxiliar no enfrentamento, reduzir o estresse causado por um tratamento difícil e fazê-los lembrar como é a vida para além das intervenções terapêuticas. É promover qualidade de vida, possibilitar situações positivas e diminuir a sobrecarga emocional por meio de estímulos que fortaleçam a autonomia, a identidade e a própria vida”, pontua.

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