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Saiba como prevenir ataque de cães e como agir em caso de acidentes

Segundo especialistas, sem a socialização adequada, cães de todas as raças podem se tornar agressivos e atacar

Eva Pires e Maycon Marte

Diante dos recentes casos de ataques de cachorros que deixaram vítimas com ferimentos graves e até fatais, especialistas orientam sobre como prevenir esses acidentes e como agir caso ocorram. Eles revelam, ainda, que sem uma socialização adequada, todos os cães têm potencial para se tornarem agressivos e atacarem, independentemente da raça. Entretanto, é crucial redobrar os cuidados com cachorros de grande porte.

Entre os últimos casos noticiados pela mídia, Roseana Murray, de 73 anos, teve seu braço dilacerado em um ataque por três pitbulls na manhã desta sexta-feira (05), em Saquarema, Rio de Janeiro. Arrastada por cerca de cinco metros, foi levada em estado grave de helicóptero para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo.

Enquanto isso, no dia 18 de março, um menino de 14 anos foi vítima fatal de um ataque por um pitbull em Capitão Poço, no nordeste paraense. O incidente ocorreu na casa de Raul Menezes e causou comoção nas redes sociais, agora intensificada com a notícia do falecimento da vítima.

O que gera esses ataques?

Segundo Thiago Rossy, especialista em comportamento de cães e gatos, os ataques a pessoas por cães são geralmente resultados da falta de socialização adequada. O médico-veterinário explica que esse comportamento pode ser influenciado por predisposição genética ou adquirido ao longo da vida.

"Todo cão, independentemente do porte, precisa passar por uma socialização adequada. O ambiente em que ele vive é muito importante e é o fator que mais influência o comportamento do animal. Sem essa socialização, os animais não aprendem como interagir com pessoas de forma amigável", afirma.

"Além disso, cães que sofreram maus tratos também podem ter esse tipo de comportamento. É um distúrbio que atendemos com bastante frequência na rotina médico-veterinária comportamental", acrescenta.

Há maneiras de evitar esses ataques?

"Devemos focar muito no processo de socialização quando o animal ainda é um filhote, principalmente antes dos seis meses de idade. Além disso, jamais bater no cão, mesmo quando ele fizer algo que não nos agrade", pontua.

O especialista recomenda, ainda, aulas de adestramento básico para melhorar a comunicação e o controle do animal. Para Thiago Rossy, cães que recebem esse tipo de atenção dificilmente se tornarão agressivos quando adultos.

O que fazer após o ataque de um cão?

É necessário lavar bem o local com água e sabão e procurar quanto antes um médico para a realização dos procedimentos necessários. É importante também saber se o cão é vacinado contra o vírus da raiva, se essa vacina está atualizada e informar isso ao médico.

Cães de raças conhecidas por serem violentas como Pitbull e Rottweiler são mais propensos a atacarem?

"A maioria dos distúrbios comportamentais ocorrem por um manejo inadequado desse cão. Temos casos de agressividade envolvendo todas as raças. Porém, na sua grande maioria, as pessoas ignoram quando envolvem cães de pequeno porte. Devemos sempre avaliar o indivíduo e não uma raça específica", informa.

Cão sofre com preconceito de agressividade pela raça

image Thor é rottweiler tranquilo e de fácil convivência (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

 

Thor é um filhote de Rottweiler, de apenas dez meses. Apesar de nunca ter demonstrado um comportamento agressivo ou avançado em pessoas e outros cães, o casal de tutores revela que ao passear na rua com o Thor, as pessoas tendem a se afastar, fazer comentários desagradáveis, além de afastar seus próprios cachorros, devido à raça ter fama de perigosa.

"Desde que era filhote, ele já tinha tamanho de um cachorro de pequeno porte. Em um mês, houve casos em que ele foi proibido de frequentar locais onde costumava ir, no qual o dono passou a exigir o uso da focinheira. A gente ficou chateado, quase chorei de raiva", relata Juliana Sampaio.

A enfermeira conta, ainda, que Thor socializa facilmente com outros cachorros. "A gente sempre socializou em uma praça com outros cães. Ele também interage e brinca com os cachorros de rua que moram aqui próximo. Em alguns momentos, ele fica até um pouco arredio, mas nunca avança. Podem vir dez cachorros para cima dele e ele não avança", afirma.

Estratégias para obediência e quebra de estereótipos

image(Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

Por conta dos comentários, o casal decidiu adquirir uma focinheira e conta que Thor continua em fase de adaptação. "Usamos uma ou duas vezes muito rápido, mas ele estranhou. Temos medo de machucar ele. Tentamos sempre associar a focinheira a algo atrativo para ele, como passeios", diz o dentista Ramon Leite.

Pelo medo do preconceito que Thor poderia enfrentar, os cuidados com a criação e obediência foram redobrados. Como exemplo, o dentista conta que com quase dois meses, era esperado que ele se acostumasse a receber ração sem interferir no recipiente. Gradualmente, foram estabelecidos limites para comportamentos como tentar dominar ou empurrar.

Ainda, uma das estratégias adotadas é vestir Thor com roupas lúdicas durante os treinos, com a intenção de diminuir o estereótipo de agressividade frequentemente associado a ele. Segundo Ramon, Thor é um cachorro muito tranquilo e de fácil convivência.

"Em casa a gente convive com pelo menos dez pessoas. Ele é muito tranquilo e não tem problema com ninguém. Às vezes, quando visitas aparecem, optamos por prendê-lo como precaução a possíveis acidentes ou comentários negativos, mas ele nunca late ou avança", conclui.

Maycon Marte e Eva Pires(estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade) 

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