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Saiba como adaptar ambientes e prevenir quedas de idosos dentro de casa

Geriatra e arquiteto dão dicas. Os especialistas apontam o banheiro e a cozinha são os cômodos mais perigosos para idosos e pessoas com mobilidade reduzida

Camila Guimarães
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As quedas são incidentes que podem acarretar em graves consequências para pessoas idosas. Fraturas, hematomas e prejuízos na mobilidade estão entre algumas das sequelas. O assunto ganhou repercussão depois do último sábado, 19, quando um acidente doméstico fez com que o presidente Lula precisasse cancelar uma viagem à Rússia, após machucar a parte de trás da cabeça em uma queda.

A geriatra Niele Moraes comenta que idosos são mais vulneráveis a graves consequência de uma queda porque o próprio processo de envelhecimento pode levar ao comprometimento do equilíbrio e da coordenação, redução da força muscular e perda de massa muscular. Eles também são um público com mais recorrência em problemas de visão e uso de medicamentos que podem causar tontura, sonolência, hipotensão postural (queda da pressão ao se levantar).

Apesar desses fatores, a especialista alerta para a importância de não normalizar acidentes envolvendo idosos: "Cair não é normal do envelhecimento! Portanto, quando uma pessoa idosa apresentar queda ou desequilíbrio deve informar seu médico para que sejam adotadas medidas para prevenir outras quedas".

Niele Moraes detalha quais as principais consequências de uma queda para idosos: "Fratura (quebrar um osso), principalmente do fêmur ou quadril, que pode trazer sequelas graves, como perda da mobilidade e incapacidade de andar;  dor; traumatismo craniano e hematoma cerebral; perda da independência; restrição da mobilidade e isolamento, por medo de cair novamente; morte".

Para evitar esses acidentes, pessoas idosas podem tomar uma série de medidas de prevenção. A geriatra cita algumas: "Usar sapatos ou chinelos bem ajustados nos pés, com solado antiderrapante. Praticar exercícios físicos regulares para fortalecimento muscular e melhora do equilíbrio. Adotar medidas para tornar a casa mais segura, como guardar os objetos mais usados nos armários e na geladeira, ao alcance das mãos (sem a necessidade de subir em bancos ou cadeiras)".

Até mesmo uso de apoios para caminhar dentro de casa requer cuidado específico, enfatiza a médica: "O uso de dispositivos de auxílio à marcha, como andadores e bengalas, se indicados e treinados por fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais. O uso por conta própria sem treino adequado pode aumentar o risco de queda".

Ela também orienta o que fazer em caso de queda: "é importante avaliação médica para investigar lesões, como fraturas, e as causas que levaram à queda para prevenir novas quedas. Caso tenha batido a cabeça, é importante um exame de imagem cerebral para investigar hematoma cerebral".

Casa precisa ser adaptada aos idosos

Casas onde vivem pessoas idosas precisam ser adaptadas para prevenir os acidentes com quedas. O arquiteto Bruno Gomes cita materiais e elementos da arquitetura de uma casa que podem ser prejudiciais para idosos ou qualquer pessoa com mobilidade reduzida:
"Pisos escorregadios, como os porcelanatos, qualquer desnível ou degrau, bancadas e armários muito altos, que vão exigir que o idoso se estique ou suba em algum local, tapetes soltos, móveis ou bancadas com quinas, colunas ou pilares que também possuam quinas ou criem áreas de sombra no ambiente".

O arquiteto elenca o banheiro como o local mais perigoso. Para tentar prevenir quedas nessa área, ele dá dicas de adaptação: "No banheiro, por exemplo, barras de apoio vão ajudar muito. E existem regras para a aplicação, como a NBR-9050, que vai dizer uma série de regras para que o idoso consiga utilizar os braços para se movimentar e utilizar o banheiro de maneira adequada. Até mesmo a altura do vaso sanitário pode ser adaptável, dependendo da condição do idoso. Existem vasos sanitários elevados que podem ajudar para que ele consiga se sentar e levantar com menor risco de queda".

Pisos antiderrapantes, torneiras de fácil uso (que não exijam esforço das mãos), boa iluminação e bancadas resistentes (para que suporte o peso da pessoa caso ela tente se apoiar durante uma queda) com cantos arredondados são outras orientações que também valem para a cozinha - o segundo cômodo mais perigoso para idosos, segundo o arquiteto.

Bruno Gomes também chama atenção especial às escadas: "Existe uma fórmula para que o degrau seja o mais suave possível, simulando o caminhar humano. Ela também tem que ter um corrimão duplo, com duas alturas, conforme a norma". E em áreas em que for possível, o arquiteto orienta o uso de rampas, também de acordo com as normas.

Quanto à iluminação e gerência de alguns equipamentos elétricos de casa, o uso da tecnologia pode ser uma aliada para os idosos: "As tecnologias de automação facilitam muito, porque é possível configurar todas as luzes e equipamentos elétricos para que elas liguem e desliguem só com comando de voz, então o idoso só precisa falar", diz o arquiteto.

Outras dicas para prevenir quedas de idosos em casa:

- Sentar-se para se calçar sapato (não fazer isso em pé);
- Evitar movimentos bruscos da cabeça ou sentar e levantar rápido, pelo risco de ter desequilíbrio;
- Fazer avaliação regular da visão e audição;
- Usar medicamentos apenas de acordo com orientação médica, pois alguns podem causar tontura e sonolência;
- Evitar o uso de tapetes, uso de mantas sofá (para não tropeçar ou escorregar);
- Manter os ambientes bem iluminados;
- Evitar obstáculos no chão (ex: brinquedos, fios soltos).
 

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