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VÍDEO: Rodoviários denunciam precariedade do trabalho nos ônibus da Belém-Rio

“Mais de 50% da frota da Belém-Rio é sucata”, afirma sindicalista. Imagens ganharam as redes

Dilson Pimentel
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Rodoviários denunciam as condições precárias dos ônibus da empresa Belém-Rio. Em um vídeo, que circula nas redes sociais, um profissional mostra o banco do motorista solto, sustentado apenas por um pedaço de pau. “Esse é o estado da cadeira do motorista. Tudo rasgado. Que situação que o motorista se encontra para dirigir um ônibus desses aí”, disse, mostrando a sujeira do ônibus. Ele também filmou o número desse carro. É o BD 155.

Vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Ewerton Paixão disse, nesta quinta-feira (19), que o sindicato já fez várias denúncias sobre essa empresa, que, afirmou, não oferece um transporte de qualidade nem para os usuários e nem para os trabalhadores. “Rodoviários têm que trabalhar nesses ônibus que são praticamente sucatas, que estão até pegando fogo. Muitas das vezes, a empresa atribui o fato de o ônibus pegar fogo ao próprio rodoviário, que é punido. E a gente já vem fazendo várias denúncias, até para a Semob (Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém), que não fiscaliza o transporte, principalmente da Belém-Rio”, afirmou.

Em nota, o Sindicato das empresas de Transporte de passageiros de Belém (Setransbel) afirmou que "todas as empresas associadas são, diariamente, fiscalizadas pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), tanto nas vias públicas, quanto nas garagens. As fiscalizações acompanham o estado de conservação dos veículos, cumprimento de horários, rotas e etc".

Já a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) disse que, nas últimas semanas, tem intensificado a fiscalização na garagem da empresa Belém Rio para verificar se há irregularidades na manutenção dos ônibus e pendências na vistoria anual da frota. A SeMOB ressalta que essa fiscalização é frequente e ocorre não apenas nas linhas de ônibus da Belém Rio, mas em toda a frota de coletivos que circulam no município e sempre que um veículo é flagrado não atendendo aos requisitos mínimos de trafegabilidade, o mesmo é retirado de circulação e só pode voltar às ruas após se adequar.

"Os ônibus não podem ser desligados. Se desligar, não funcionam mais", diz sindicalista

Segundo Ewerton Paixão, esses ônibus saem de madrugada da empresa. “Muitos desses ônibus, quando chegam no final da linha, e quando o motorista e o cobrador têm que descer, para levar sua guia de trabalho  para o fiscal, os ônibus não podem ser desligados. Se desligar, não funciona mais. Os ônibus, portanto, operam com temperatura altíssima. São ligados de madrugada e não têm hora para desligar. Muitos desses ônibus têm vazamento de óleo, problemas elétricos e isso causa um super aquecimento. A empresa não oferece curso de treinamento de combate a incêndio. E a Semob não cobra isso. Os motoristas e cobradores dessa empresa trabalham sob pressão”, afirmou.

Ele afirmou que a empresa também está limitando o acesso de gratuidade nos coletivos, entre as quais dos idosos. “Isso é uma denúncia séria que recebemos do trabalhadores”, contou.  O Setransbel nega. "O Sindicato observa que durante a pandemia esta foi a única categoria de passageiro que não deixou de usar o transporte, e em alguns momentos, inclusive, aumentou sua frequência, o que traz ainda mais diminuição de recolhimento, já que esses representam 25% do total de passageiros transportados."

Segundo os rodoviários, existe mais um problema. “Se algum trabalhador levar atestado médico, a empresa não aceita. E ameaça. Quem colocar atestado terá punição com demissão”, disse. Em reposta, também por nota, o Setransbel diz que "em relação a questões específicas, como, por exemplo, a dos atestados, o Setransbel informa que não responde sobre possíveis divergências entre empresa e o Sindicato dos Rodoviários."

Segundo o Sindicato, a empresa Belém Rio, no último ano, "colocou cinquenta ônibus novos em circulação no sistema troncal, o que demonstra renovação na frota. Destaca-se que o custo de manutenção para as empresas é sempre menor quando os veículos são mais novos, já que a frota de dois mil ônibus roda, em média, 12 milhões de quilômetros por mês, inclusive por ruas com pavimentação inapropriada à circulação, o que deixa claro que as empresas só não trocam seus veículos com maior frequência por impossibilidade financeira".

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