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Relacionamento aberto: saiba o que é e quais as regras

O assunto ganhou repercussão após participantes do Big Brother Brasil (BBB) 2022 afirmarem que vivem relacionamentos que não são monogâmicos

Gabriel Pires
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O Big Brother Brasil (BBB) 2022 começou no último dia 16 de janeiro e já está dando o que falar. Entre os assuntos que ganharam repercussão no reality nos últimos dias está o tema relacionamento ou casamento aberto. Na edição deste ano, alguns participantes são adeptos desse tipo de relação: Aline Wirley, conhecida por integrar a girlband Rouge, tem um casamento aberto com o ator Igor Rickli. E, ainda, Fred Nicácio, apresentador e médico, também vive um casamento aberto com o marido, Fábio Gelonese. Para desconstruir tabus e explicar como funciona um relacionamento poliamoroso, Mônica Moura, sexologia clínica e educadora sexual, concedeu entrevista ao Grupo Liberal para desconstruir as ideias acerca do tema.

Um relacionamento ou casamento é definido como aberto quando duas pessoas entram em consenso para, então, explorar a relação que não é monogamia, onde um deles ou os dois se envolvem sexualmente ou apenas casualmente com outros parceiros. Sem ser considerado infidelidade, ao contrário do que muitas pessoas pensam. A especialista relata que o modelo de poliamor vem crescendo amplamente, já que as pessoas estão percebendo que pode existir pluralidade de afeto nas relações. 

“Eu posso amar o José pelo humor do José. E posso amar o Pedro pelo jeito que o Pedro é na cama. Mas posso amar a Maria pelo companheirismo que a Maria tem comigo. Então, a gente pode amar as pessoas por coisas diferentes. Ninguém é completo, ninguém vai te entregar e saciar todas as tuas carências. E, nesse mundo mais líquido que a gente está hoje, a gente vai se adaptando nos modelos de relacionamento para buscar satisfação em todas as áreas. E já que ninguém é perfeito e ninguém vai nos satisfazer 100%, eu abro a relação para eu amar várias pessoas, por várias coisas diferentes”, afirma.

Regras

Apesar dos acordos definidos entre os parceiros, ainda há a possibilidade do ciúme se fazer presente na relação. Por isso, para que o relacionamento aberto dê certo, é necessário que regras sejam estabelecidas, como pontua Mônica. É importante ter uma conversa prévia para haver um consenso sobre o que é ou não permitido, e, ainda, de que forma a relação deve ser estruturada. Entre os cuidados: deve ser apenas apenas sexo ou os parceiros podem se permitir a outros níveis de envolvimento?

“Algumas a regra é se relacionar com uma pessoa enquanto estiverem juntos. Por exemplo, menáge é um tipo de relacionamento aberto. Outra forma é se relacionar sem que sem que o outro veja, sendo que a gente pode em comum acordo conversar, eu posso te contar: ‘eu saí com fulano’. Aí os parceiros podem contar com quem saiu ou não. Tem casais que preferem ficar sabendo de com quem se relacionou, de que forma, quando, lugar, se foi bom, se não foi, o que que fizeram. Outros casais já preferem não conversar sobre isso. Então, já deixam tudo meio que numa mensagem subliminar”, detalha Mônica.

Para um convívio saudável com esse tipo de relação, a confiança deve prevalecer. A partir do momento em que há uma quebra de contrato, pode-se dizer sim, que é traição, mesmo dentro de um relacionamento aberto conforme destaca a sexóloga. “É importante estabelecer muito bem as regras para que ninguém saia machucado. Lidar com o ciúme é a pergunta de um milhão de dólares. Geralmente isso exige terapia, porque o ciúme tem relação com posse, o ciúme tem relação com a autoestima. Então, se eu tiver uma autoestima baixa, eu vou ficar com ciúme, porque isso vai afetar a minha percepção de valor. Então, eu vou me sentir inferior”, enfatiza a especialista.

Diálogo é essencial

Antes de abrir a relação, o diálogo deve ser constante. No caso do casamento aberto pressupõe-se, ainda, que tudo esteja bem antes de ser tomada essa decisão. “Se o casamento está ruim, a pior decisão que você pode tomar é abrir. Porque o que já estava ruim, vai ficar bem pior. Então, o momento certo para abrir a relação é quando os dois estiverem muito bem e quando os dois estiverem muito seguros”, frisa.

“Para que o casal se mantenha por muitos anos nesse modelo de relação aberta, a conversa tem que ser tão aberta quanto o sexo. E tudo o que um dos dois sentir tem que ser dialogado, tem que ser discutido. Tudo o que acontecer de diferente do que foi estabelecido na regra, tem que ser dialogado, tem que ser discutido e o casal tem que encontrar juntos uma saída”, afirma.

Tendência

O estilo de vida que não é monogâmico vem sendo cada vez mais explorado, uma vez que as pessoas estão mais curiosas e, por isso, tornam-se adeptas a essa tendência. “Tem várias pesquisas no Brasil, inclusive, que apontam que o futuro das relações é a relação aberta. Porque a monogamia já vem sendo vista como uma instituição falida. Então, as pessoas não acreditam mais na exclusividade dentro do relacionamento”, conta Mônica.

“A monogamia não existe em nenhuma outra espécie da natureza. A decisão por monogamia é uma decisão social. Geralmente tem relação com o patrimônio, tem relação com a igreja, mas, essencialmente, a natureza humana não preza pela monogamia, nem nos bichos”, complementa.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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