Protesto cobra melhor estrutura nas escolas e unidades de saúde de Vigia

Mais de 50 servidores, pais de estudantes e representantes sindicais reivindicam contra precariedade e insalubridade

João Thiago Dias
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Falta de estrutura nas escolas e nas unidades municipais de saúde de Vigia de Nazaré, nordeste do Pará. Esse foi o principal motivo de uma manifestação, nesta manhã de quarta-feira (27), nas ruas do município, que reuniu mais de 50 participantes, dentre pais de estudantes, servidores da área da saúde e da educação e integrantes da subsede do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp) e da subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde (Sindsaúde) do Estado do Pará.

O protesto começou por volta das 10h, na avenida Barão de Guajará, em frente à Secretaria Municipal de Saúde e ao Hospital Municipal de Vigia de Nazaré. De lá, os manifestantes do Sintepp seguiram para a Câmara Municipal dos Vereadores, onde protocolaram a solicitação de instauração de uma CPI na educação e afastamento do secretário municipal de educação, Hamilton de Sousa Silva.

Em seguida, os manifestantes se dirigiram para a sede da prefeitura para uma ocupação pacífica em que foi cobrada uma reunião para solucionar as pautas. O ato terminou por volta das 11h45 com a promessa de uma reunião para o dia 3 de abril.

SINTEPP

De acordo com o coordenador da subsede do Sintepp, Heleno Augusto, as condições de trabalho e estudo são precárias em várias escolas.

"Nossa luta é por melhorias na qualidade do ensino e na infraestrutura. Nossos trabalhadores e crianças estão em situações precárias. Fizemos visitas às escolas e elaboramos um dossiê que prova essa mazela", contou. 

image Nas ruas de Vigia, manifestantes cobraram melhor estrutura para educação e saúde (Welington Barata)

SINDSAÚDE

O coordenador sindical da subsede do Sindsaúde, Romeu Costa, destaca a falta de serviços básicos como o de odontologia.

"Em nenhum posto de saúde tem serviço de odontologia. Estamos com um hospital municipal que não oferece nenhuma condição para trabalhar. Local com estrutura muito antiga. Foi construída quando nosso município tinha apenas 16 mil habitantes. Hoje temos cerca de 60 mil. Nada mudou. E também reivindicamos  a questão salarial", pontuou.

INSALUBRIDADE

A profissional de enfermagem Erika Silva detalha os riscos mediante insalubridade nos serviços de saúde. "Falta medicamento e médicos. No hospital municipal, as instalações elétricas são arriscadas porque são velhas e o espaço apresenta possibilidade de desabar", afirmou.

"Lá atrás, nesse período de chuva, tem muita inundação nas fossas, que ficam próximas da sala cirúrgica. Também não está funcionando o laboratório. Estamos sem odontologia há dois anos nos postos", acrescentou. 

image Casa sem estrutura adequada é improvisada há mais de um ano como escola na comunidade de Santa Rosa (Reprodução)

ESCOLA IMPROVISADA

Moradora da comunidade de Santa Rosa, que fica a 18km da cidade, ela tem uma filha de sete anos que estuda há mais de um ano em um casa improvisada como escola.

"Fica na PA 140, Km 39, na beira da pista. Uma casa que não tem espaço suficiente para compotar tantas crianças de cinco a dez anos. Isso porque a escola Quirino Nazaré Fernandes está com placa de reforma. Todos os alunos foram deslocados para essa casa desde janeiro do ano passado", contou.

Erika também explica que os quartos dessa casa são muito apertados para uma sala de aula. "Tem ventilador em apenas alguns. Outros ventiladores nem funcionam. Um banheiro para todo mundo. Tem um quarto que não cabe nem a mesa do professor. Tem uma sala improvisada com paredes de PVC. É um calor muito forte e não tem lâmpada"

"Sem falar nas goteiras. E fizeram isso em várias outras escolas. Disseram que iriam reformar. Umas até desabaram. E os alunos estão em casas improvisadas", completou. 

NOTA DA PREFEITURA

Em nota, a Prefeitura Municipal de Vigia de Nazaré informou que o Sintepp apresentou, no início deste ano, uma pauta com 32 reivindicações, as quais serão gradativamente tratadas pela Administração, conforme primeira reunião realizada no dia 26 de fevereiro de 2019, tendo sido algumas delas inclusive já atendidas.

"A viabilidade e a legalidade dos pleitos está sendo analisada na medida em que avançam as negociações", garantiu a nota.

Quanto aos pleitos do Sindsaúde, a Prefeitura informou que mantém diálogo aberto com a entidade, embora haja disputa judicial em que a mesma debate, com outro Sindicato, a legitimidade da representação profissional.

"Sobre a pauta apresentada, informamos que algumas pretensões já foram atendidas, como o Plano de Ação Municipal, estando a maioria das demais em andamento para resolução, sempre observados os critérios que norteiam a Administração", detalhou a nota.

"Por fim, a Prefeitura informa que já foram designadas datas Lara reunião da Administração com os interessados", concluiu.

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