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PF: Força-tarefa de Segurança Pública será instalada no Pará

Anúncio é feito pelo superintendente da PF, Fábio Andrade. Ação será concretizada com um ACT em julho

Eduardo Rocha
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As ações de prevenção e combate ao crime organizado, envolvendo tráfico de drogas, garimpo ilegal, lavagem e falsificação de dinheiro, crimes relacionados à pedofilia e outros, serão intensificadas a partir deste mês de julho, por meio da integração de órgãos e instituições nas esferas federal, estadual e municipal no Pará, por meio de uma força-tarefa de Segurança Pública. Quem adianta as informações sobre essa estratégia é o superintendente regional da Polícia Federal no Pará, delegado Fábio Marcelo Andrade. "A nossa intenção é firmar um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) até 22 de julho", destaca Fábio Andrade, natural do Rio de Janeiro, com experiência no combate ao tráfico de drogas e outras ações policiais, além de ter atuado coordenando a segurança aeroportuária e o controle migratório dos jogos olímpicos e paralímpicos de 2016 no aeroporto internacional do Galeão, como chefe da delegacia. Entre as ações da PF em tela, está o projeto de instalação de uma delegacia no município de Itaituba, no sudoeste do Pará. Em 2021, foram 298 prisões efetuadas no Estado.

O reforço na cobertura de ações da PF a partir da Força-Tarefa deverá intensificar em muito o combate à criminalidade no Pará, que em 2020 registrou apreensão de 1.754 quilos de drogas; 1.828 quilos, em 2021; 404 quilos, até junho de 2022. O valor total de bens apreendidos (carros, terrenos, etc) no Estado é de: R$ 21.957.037,88, em 2020; R$ 43.953.024,00, em 2021; R$ 23.780.192,63, até junho de 2022.

Inquéritos

Em 2021, a PF instaurou 89 inquéritos (tipo penal) relacionados à pesquisa, lavra e extração de recursos minerais sem autorização (garimpo). Até agora, em 2022, 47 inquéritos desse tipo foram instaurados. Com relação à moeda falsa, foram instaurados 39 inquéritos em 2021 e 20 em 2022 até agora.

Em 2021, foram cumpridos 380 mandados de busca no Estado; em 2022, até agora, foram 244. Em 2021, 67 operações foram realizadas e, em 2022, 25. Em 2021, foram 72 ações de apoio a operações e 15 em 2022. Prisões em flagrante: 187 em 2021 e 55 em 2022. Outras prisões foram 111 em 2021 e 35 até agora em 2022. Na soma total de prisões (em flagrante e outras), foram 298 em 2021 e 90 em 2022 até agora. A Superintendência Regional da PF no Pará é a primeira colocada no Índice de Produtividade Operacional (IPO) no Brasil. Esse é o Índice que apura as operações, investigações, e o Pará é destaque no cenário nacional.         

Diferença

"Eu saí pela primeira vez do Rio de Janeiro para um Estado que é intenso", ressalta o superintendente Fábio. Após contrair a covid-19 no Pará em 2021,  Fábio Andrade ficou em recuperação e, depois, em dezembro assumiu a função na  PF no Pará. Nesse período que antecedeu ao começo do trabalho, o superintendente refletiu sobre a importância capital das pessoas na Polícia, e, a partir disso, buscou concretizar ações para fortalecer a atuação do quadro profissional na corporação, considerando, como diz, que o Pará recebe muitos policiais recém-empossados, inclusive, com 20 anos de idade, em um ambiente totalmente diferente da terra-natal.

"Passei muitos anos na DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), no Rio de Janeiro, e uma coisa que eu trouxe de lá é o trabalho integrado. No Rio de Janeiro, as melhores operações que nós desenvolvemos por lá fizemos com a integração entre a Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Sistema Penal, Marinha, Exército, Aeronáutica. Então, assim, o trabalho integrado vai fazer diferença nesse Estado tão grande", destaca.

image PF pretende ampliar cobertura de ações no Pará, afirma superintendente Fábio Andrade (Foto: Filipe Bispo / O Liberal)

"Por exemplo, nós estamos criando a Força-Tarefa de Segurança Pública no Estado. A gente acredita que por meio dessa Força-Tarefa nós vamos conseguir desenvolver um trabalho ainda melhor. Porque, isoladamente, cada extensão sabe o que faz. A Polícia Civil sabe o que faz, a Polícia Rodoviária sabe o que faz, a Polícia Militar sabe o que faz. Nós sabemos também fazer o nosso dever de casa. Mas existem situações nas quais a integração colabora efetivamente no combate ao crime organizado. Então, os infratores da lei têm que começar a se preocupar. Porque se, isoladamente, a gente sabe trabalhar e a gente oferece esse retorno para a sociedade, juntos nós seremos imbatíveis", enfatiza.

Como repassa o superintendente, a partir de conversações com o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, a ideia é começar o quanto antes, a patir do ACT. "Assim que estiver pronta essa parte formal, nós começaremos a operar aqui dentro da Superintendência. A ideia é que tenhamos policiais da Polícia Civil, da Polícia Militar, Polícia Rodoviária; também colocaremos todas as instituições que compõem a Segup, Detran, Corpo de Bombeiros. A gente está vendo a possibilidade de  convidar para a Força-Tarefa a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Para), porque dentro da SEAP também tem muitos dados de Inteligência que a gente não pode desprezar", adianta´

Acerca da participação das Forças Armadas nesse conjunto de órgãos, o superintendente Fábio Andrade destaca que elas são colaboradoras especiais, porque reúnem muitos dados para subsidiar o planejamento e execução de ações policiais. Ele lembrou que recentemente foi deslanchada a Operação Ágata que resultou na apreensão de grande quantidade de minério manganês.

Na operação Ágata Norte, em junho, foi feita a maior apreensão de minério ilegal no país. Foram capturadas 202 mil toneladas de manganês, cobre e cassiterita, em Vila do Conde, em Barcarena (PA). O balanço total da operação encerrada em 9 de junho foi estimado em R$ 201,4 milhões em materiais ilícitos apreendidos. Como informou o Governo Federal, foram apreendidos, ainda, 309 kg de cocaína, 2.850 kg de pescado, 218 m³ de madeira, 7.600 caixas de cigarro, 77 embarcações, 20 veículos, 13 armas, 188 munições, 5 motosserras, e 1.200 litros de combustível.

Foi interceptada uma embarcação que transportava 26 kg de maconha e 600 pílulas de ecstasy, sendo encontradas 12 pessoas de origem cubana que saíram do Suriname em direção ao Brasil. Da ´operação participaram órgãos federais e estaduais do Pará, Amapá e Maranhão.

Escola

É esse sistema de ações, de forma integrada que o superintendente da PF pretende viabilizar no Pará em parceria direta dos gestores dos órgãos de Segurança Pública.

"O caminho aqui, no Pará, é a integração, operacional, de Inteligência", reitera. Fábio Andrade exemplifica a proposta, pontuando que houve um caso de tráfico de entorpecentes em um navio, e, então, a PF solicitou o apoio do Corpo de Bombeiros com seus mergulhadores, no que foi atendida.

"O Pará é uma escola maravilhosa", observa o superintendente. Ele explica que no Rio de Janeiro para ir até Campos dos Goitacazes se demorava três horas de viagem em uma rodovia privatizada. Na outra direção, deslocando-se para São Paulo pega-se a via Dutra, também uma rodovia privatizada. No caso, 200, 300 km. Agora, no Pará, roda-se 1 mil km e se está dentro da circunscrição de uma delegacia. E se tem uma estrada, depois, uma estrada de chão, rio, lugar em que se segue a pé, na selva. Acaba sendo, então, como pontua Fábio Andrade, uma dificuldade bem expressiva, mas também, um desafio imenso, porque se tem que contar com a colaboração de outros atores.

Como, por exemplo, na falta de helicóptero, faz-se parceria com uma instituição que dispõe desse tipo de veículo, e por aí vai. "Com a integração, nós temos a capacidade de chegar aonde for necessário; porque sozinho, eu não consigo", salienta. Os desafios na realidade amazônica, no Pará, em particular, transforma os jovens policiais em guerreiros, como frisa o superintendente.

O garimpo ilegal é um problema recorrente no cenário amazônico, mas para se fazer uma investigação correta e completa há necessidade de planejamento para se agir. A PF tem agido com essa sistemática, ou seja, deslanchando operações e planejando outras para frente. Esse desafio vale para garimpo ilegal e desmatamento em terras indígenas.

No combate ao tráfico de drogas no Pará, a Superintendência tem tido apoio do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), ligado à Brasília (DF). A PF, como pontua o superintendente, está atenta a crimes relacionados à pedofilia e tem informações de que pessoas, no Pará, produzem conteúdos perversos.

Sobre dinheiro falso em circulação, Fábio Andrade lembra que há duas semanas a PF fez três operações sobre moedas falsas, resultando em dois flagrantes. A PF tem aprendido cédulas falsas no Pará e conta com um laboratório próprio para análise do assunto.

A Superintendência tem investigação em andamento acerca de contrabando de armas, ou seja, tráfico e utilização de armas dentro da cidade por parte de criminosos. "Esse é um dos temas da Força-Tarefa de Segurança Pública, repressão ao tráfico internacional de armas e venda e compra de armas de forma ilegal local", salienta. O trabalho escravo é uma frente de atuação dos policiais federais, como ocorreu recentemente no Arquipélago do Marajó. O Ministério Público do Trabalho tem sido um parceiro nesse tipo de ação.

Delegacia

Na prevenção e combate ao crime, a PF tem pela frente como maior dificuldade a logística, mas para superá-la, a Superintendência Regional mantém contato direto com a Direção e Geral e busca viabilizar ações estratégicas para o Estado. Além da sede em Belém, a PF conta com quatro delegacias descentralizadas: Santarém, Altamira, Marabá e Redenção.

No contexto da Operação Guardiões do Bioma, do Ministério da Justiça, abrangendo ações contra o desmatamento e garimpo ilegal, "tem uma região chamada Itaituba a que nós estamos muito atentos, com muita força para conseguir inaugurar uma delegacia lá". Então, se nós conseguirmos emplacar a Delegacia de Itaituba ( na região sudoeste do Pará) eu acho que vai ser uma conquista muito importante para o Estado, para a Polícia Federal como um todo".

A maior dificuldades para o combate à criminalidade, nas várias frentes de atuação de criminosos, é a logística, como pontua o superintendente da PF. Mas, a Superintendência conta com o apoio da Direção Geral e de parceiros para encaminhar ações, inclusive, a entrada em funcionamento da Força-Tarefa de Segurança Pública.

 

 

 

 

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