Pedestres não conseguem andar no KM 8 da Augusto Montenegro
Trecho sem calçada nem faixa de pedestres coloca transeuntes e ciclistas em risco
Quem precisa transitar no trecho que fica à altura do KM 8 da avenida Augusto Montenegro enfrenta um perrengue atrás do outro: não há calçada, nem ciclovia, faixa de pedestres ou fiscalização. Para completar, barreiras de concreto atrapalham quem precisa andar pelas laterais ou atravessar as pistas. O motorista de ônibus Fábio Bruno, de 39 anos, passa todos os dias pelo local. “É impossível. Olha essa inclinação aqui. Quem vem por aqui é porque precisa, mas todo mundo vê que é um risco”, afirma. Fábio prefere atravessar a rua em grupo, mas não é todo dia que consegue reunir os amigos de trabalho para cumprir essa missão. “Atravessar não dá, mas quem quer andar para a faixa lá longe não consegue. Só se for muito equilibrado. Sem contar esse mato todo”, reclama.
As laterais íngremes dificultam o equilíbrio não só dos pedestres, mas também dos ciclistas, que às vezes preferem andar na rua mesmo, competindo com os carros. O fiscal Cláudio Nascimento trabalha há seis anos nas proximidades, costuma ir e voltar do trabalho de bicicleta. Ele admite que passar por esse trecho é sempre um motivo de tensão. “Mesmo depois de tanto tempo, a gente fica nervoso, porque de bike não tem como passar no meio desse mato alto, com a calçada inclinada. É queda na certa. Ir pela rua não é certo, mas sem ciclovia, esperam que a gente faça o que?”, desabafa ele enquanto espera o fluxo de carros diminuir para tentar atravessar no retorno próximo a um supermercado.
Cláudio Viana, que é porteiro do conjunto residencial José Homobono, já viu de tudo: "a última foi uma senhora que caiu aí. Sem contar as vezes que os carros passam colados no pessoal que está esperando para atravessar. O básico para o cidadão poder se locomover, que é a calçada, não tem”, relata ele ao lembrar que desde que as obras do BRT iniciaram, as pedras não foram retiradas e só atrapalham o trânsito.
Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) informou que toda a avenida Augusto Montenegro está dotada de sinalização completa quanto aos pontos de travessia segura. Afirma também que o trecho citado não é apropriado para travessias por se localizar às proximidades das rampas de entrada e saída do elevado, oferecendo riscos de acidentes. A SeMOB destaca que cabe ao pedestre, e não à fiscalização do órgão, buscar os pontos de travessia segura, e quem o faz em local não permitido assume a responsabilidade de colocar a sua vida e a vida de terceiros em risco. Os locais que possuem faixa de pedestre são alvos de estudo de viabilidade de implantação das mesmas.
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