Patinetes elétricos em Belém: veja dicas e cuidados para evitar acidentes no dia a dia
Seja para evitar traumas e fraturas ou até mesmo para diminuir o risco de acidentes envolvendo outras pessoas e veículos, ortopedista detalha dicas

Os patinetes elétricos chegaram às ruas de Belém e rapidamente conquistaram quem busca uma forma prática de se locomover. No entanto, a novidade exige atenção: para evitar acidentes e garantir uma circulação segura, é preciso seguir alguns cuidados essenciais. Seja para se prevenir de traumas e fraturas ou até mesmo para diminuir o risco de incidentes envolvendo outras pessoas e veículos, é importante redobrar a atenção no trânsito do dia a dia.
Entre as recomendações da prefeitura de Belém para o uso dos patinetes, é proibido para menores de 18 anos, mesmo com autorização dos responsáveis. A velocidade máxima é de 20 km/h em ciclovias, 6 km/h em áreas de pedestres e 40 km/h em vias. O uso em dupla não é permitido, por questões de segurança. Além disso, é recomendável o uso de capacete e, à noite, itens refletivos para melhor visibilidade. E ainda, é proibido conduzir sob efeito de álcool.
O ortopedista Marcus Preti ressalta a importância do uso de equipamentos de segurança ao andar de patinete. Segundo ele, é fundamental usar capacete, joelheiras e tênis, pois em caso de queda, ombros e cotovelos são as partes do corpo mais afetadas. Ele explica, ainda, que jovens e adolescentes são a faixa etária mais vulnerável a traumas ou fraturas, sendo que este meio de transporte é mais utilizado para lazer em parques.
“As principais lesões que já chegam no consultório por patinete elétrico são entorses de tornozelo. E ainda, traumas de ombro e cotovelo que são, na maioria dos casos, de tratamento conservador porque, já saiu da fase mais crítica, já está no consultório”, explica o ortopedista.
Já em casos mais graves, quando há acidentes, o médico explica que a queda, seja ela leve ou grave, provoca dor ou entorse, é necessário buscar um médico ortopedista para avaliar a situação do trauma. “Para verificar se lesionou só um estiramento, se houve uma lesão ligamentar ou até mesmo uma fratura. A complicação futura está associada a um trauma não resolvido. Então, um estiramento, uma lesão ligamentar, quanto mais uma fratura, tem que ser tratada, conduzida, cada um com a sua especificidade”, explica.
Recomendações
“Em casos de acidente e queda, inicialmente a pessoa tem que ficar sentada ou deitada e começar a sentir o seu corpo para ver o que aconteceu. A maioria das quedas são leves, em que a pessoa cai, não sente praticamente nada porque não perdeu a função daquele membro. Então, a pessoa pode se movimentar, levantar e voltar a andar com o patinete”, detalha o ortopedista sobre como agir em casos de quedas.
Preti ainda completa: “Mas numa dor moderada e forte, numa deformidade de uma perna, de um braço, de um joelho, de uma situação que está saindo sangue, essa pessoa tem que ficar imóvel, não tem que se levantar. E tem que pedir ajuda ou aguardar por uma ajuda, por um socorro, por um resgate para ser levada para o hospital”, relata.
Ainda segundo Marcus, no dia a dia, alguns cuidados rotineiros podem ajudar a evitar complicações maiores relacionadas à fraturas. É muito importante sempre manter uma busca por um corpo saudável. O corpo saudável se resume em dormir bem, se alimentar bem, praticar esportes. Quem tem um corpo fortalecido, ou seja, massa óssea forte, massa muscular também forte. Quando houver um trauma, uma queda, provavelmente, o dano será menor”, recomenda o médico.
Mobilidade urbana
Para além dos cuidados no dia a dia, com relação à importância dos patinetes para o deslocamento no cotidiano, o especialista em mobilidade urbana Paulo Ribeiro destaca a importância de estabelecer um ranking de prioridades para os deslocamentos nas cidades. Ele lembra que a Lei Nacional de Mobilidade Urbana já define essa hierarquia: primeiro, o transporte a pé, seguido pelo uso de bicicletas e de veículos mais frágeis; depois, o transporte coletivo; e, por último, o transporte individual motorizado.
Segundo ele, os patinetes elétricos se enquadram como veículos frágeis, ficando logo atrás dos deslocamentos a pé e de bicicleta em prioridade. Ribeiro avalia que essa é uma boa alternativa de locomoção. “O patinete é um veículo que vem sendo amplamente utilizado em outras cidades, para deslocamentos curtos, que são complementares a outros modais. Por exemplo, muitas vezes as pessoas descem do ônibus numa determinada via de maior movimento e têm um deslocamento de cerca de um a dois quilômetros”, frisa o especialista.
“E esse tipo de veículo é extremamente útil para esse tipo de deslocamento. Eu vejo com bons olhos isso, principalmente na perspectiva de isso favorecer uma ampliação da nossa malha cicloviária, porque esse tipo de veículo deve ser utilizado dentro de determinadas regras. Sobre o aspecto da questão da segurança, seria ideal que ele circulasse em ciclofaixas ou ciclovias”, acrescenta o especialista.
Mecanismos
Para o especialista, é necessário que se crie mecanismos para que esse meio de transporte possa ser utilizado com segurança, como ciclofaixas e ciclovias. Esse fator, segundo ele, ainda é um desafio, mas que essas áreas exclusivas de circulação podem ajudar difundir essa “cultura” do uso dos patinetes na capital. “Para que isso realmente se difunda mais, que se tenha um alcance maior, é fundamental a ampliação da nossa malha cicloviária”, avalia o especialista.
“Quando não tem a via que a infraestrutura para se deslocar, você começa a ficar com deslocamentos muito restritos, então as pessoas acabam não utilizando por achar que isso também realmente não deve ser compartilhado com o tráfego geral em vias de circulação veicular, não deve ser utilizado na calçada, porque isso pode provocar acidentes com pedestres. Com isso, passaria a dar para o usuário desse modo de transporte uma condição de segurança melhor”, observa Ribeiro.
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